O Cinema Falado: diferenças entre revisões

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tel Nacional, enquanto [[Caetano]], naturalmente, desaparecia num mar de abraços da tietagem que independente da hora - já eram quase 4 horas da madrugada - delirava pelo porre verborrágico em seu filme. A [[Arthur Omar]], lamentando que "os reais realizadores de vanguarda jamais tivessem tido uma chance de exibição de seus filmes como esta, em sessão "hors concours", à meia-noite, no sábado, no [[FestRio]]".
 
O filme tem duas horas e é uma salada de imagens e situações, como definiu [[Cacaso]] em [[Não Quero Prosa]]. Começa com uma festa num apartamento, ouve (vê) até [[Elza Soares]] num rápido "take" cantando "Língua". O ator Maurício Mattar chegou a posar nu para um nu artístico em meio ao vapor. Depois há longas intervenções, de gente mais (ou menos) conhecida, falando em português, inglês, e até alemão (devidamente legendado) sobre vida, morte, [[sexo]], [[homossexualismohomossexualidade]], cinema de [[Wim Wenders]], [[Júlio Bressane]], [[Godard]], [[Rogério Sganzerla]], Artes plásticas, Teatro, [[Guimarães Rosa]], [[Heidegger]], [[filosofia alemã]] e brasileira etc. Ele chega a citar, para definir o [[rock inglês]] o termo esnobismo de massas, citado no artigo Cultura e Política de [[Roberto Schwarz]] para a própria tropicália que [[Caetano Veloso]] ajudou a criar.
 
Rompedor de estruturas convencionais, [[O cinema falado]], um longa-metragem em que [[Caetano Veloso]] levou para a tela suas múltiplas pretensões (e preocupações) cinematográficas é um filme para ser debatido, criticado, odiado e, naturalmente, amado. A fotografia de [[Pedro Farkas]] é lindíssima - "bem cuidada, acadêmica para um filme que pretende ser inovador", como dizia o cineasta [[Carlos Frederico]]. Na trilha sonora há, em "off", a voz de [[João Gilberto]], emocionante em "Águas de Março" ([[Antônio Carlos Jobim]]), enquanto na cena vê-se um crioulo dançando; a mãe de Caetano aparece, terna, mostrando sua bela voz.