Georges Bataille: diferenças entre revisões

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Em "O Erotismo", Bataille continua essa linha de estudos. Ao encontrar no [[erotismo]] a chave que desvenda os aspectos fundamentais da natureza humana, o ponto limite entre o natural e o social, o humano e o inumano, Bataille o vê como a experiência que permite ir além de si mesmo, superar a descontinuidade que condena o ser humano: "Falarei sucessivamente dessas três formas, a saber: o erotismo dos corpos, o erotismo dos corações e, finalmente, o erotismo sagrado. Falerei dessas três formas a fim de deixar bem claro que nelas o que está sempre em questão é substituir o isolamento do ser, a sua descontinuidade, por um sentimento de continuidade profunda".
 
Dividida em duas partes, o livro expõe na primeira parte sistematicamente os diferentes aspectos da vida humana sob o ângulo do erotismo e na segunda, estudos independentes que tratam de psicanálise e literatura. Estudioso de religiões orientais, experiências místicas e práticas extáticas e sacrificiais, Bataille nos leva a descobrir que "entre todos os problemas, o erotismo é o mais misterioso, o mais geral, o mais a distância". Mostrando os efeitos de transgredir as interdições impostas milenariamente por estes elementos desordenadores, Bataille dá ao erotismo e aà violência uma dimensão religiosa, onde explora os meios para se atingir uma experiênciaxperiência mística "sem Deus": "um homem que ignora o erotismo é tão estranho quanto um homem sem experiência interior".
 
Sua obra é pouco conhecida no Brasil, porém, sua presença pode ser encontrada em vários os meios, sob as mais diferentes formas. Seu pensamento alimenta teóricos das mais diversas áreas. A morte como destino da sociedade de consumo é essencial à doutrina de [[Jean Baudrillard]]; [[Deleuze]] e [[Guattari]] inspiram-se em Bataille para ver o mundo como espaço de várias alternativas possíveis à lógica do mercado, lugar onde desenbocam pulsões e desejos, um mundo de novas estratégias não mercantis. Ao reconhecer o excesso encarnado no desejo de transgredir os mitos no campo simbólico, Bataille contribuiu para uma geração de intelectuais projetarem da economia à psicanálise uma tonalidade impregnada de culturalismo que não cessa de mostrar-se como alternativa original e criativa de compreender nosso mundo.