Manuel Dorrego: diferenças entre revisões

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[[Image:Dorrego.jpg|thumb|Manuel Dorrego]]
'''Manuel Dorrego''' ([[Buenos Aires]], [[11 de junho]] de [[1787]] - Navarro, [[13 de dezembro]] de [[1828]]) foi [[militar]] e [[político]] [[argentino]], [[governador]] de [[Buenos Aires]] por duas vezes, de [[29 de junho]] a [[20 de setembro]] de [[1820]] e de [[12 de agosto]] de [[1827]] até a sua deposição pelo golpe de Estado conduzido por [[Juan Galo Lavalle]], em 1 de dezembro de 1828. Foi assassinado 12 dias depois por ordem de [[Lavalle]], sem julgamento prévio.
 
Com a renúncia de [[Bernardino Rivadavia]] ao [[Governo de Buenos Aires]], em 27 de julho de 1827, a legislatura provincial de [[base federalista]] elegeu Manuel Dorrego como governador em 12 de agosto. Apesar da reputação de impulsivo e hostil aos interesses comerciais ingleses, adotou uma postura pragmática na condução do governo, nomeando [[Manuel Moreno]] como Ministro de Governo (ligado à causa inglesa e irmão do falecido unitário [[Mariano Moreno]]), convidando estancieiros conservadores como [[Tomás Manuel de Anchorena]] (que não aceitou) e reconhecendo como general da milícia do sul [[Juan Manuel de Rosas]], futuro ditador argentino. Empenhou-se na restauração das relações com os caudilhos do interior e na construção de uma base política popular na província de [[Buenos Aires]], o que resultou em uma vitória expressiva nas eleições provinciais de maio de 1828. Este fato alarmou os [[unitários]] portenhos, que acusaram Dorrego de participação fraudulenta no processo eleitoral e, mediante a possibilidade de não recuperarem o poder ao federalista popular, organizaram um golpe de Estado contra um governo legalmente constituído.
 
O fato que gerou a oportunidade foi a celebração do acordo entre Brasil e Argentina que reconheceu a independência do [[Uruguai]], intermediado pelo ministro [[Manuel José García]] e assinado em [[5 de setembro de 1828]]. Durante o governo de Rivadavia, García havia conduzido este processo de modo a ceder a província da [[Banda Oriental (Uruguai)]] ao Brasil, contra as orientações portenhas originalmente recebidas. Mesmo com a invalidação deste acordo por Rivadavia, este fato resultou em mais um desgaste para o governo de Buenos Aires, que culminou com a sua renúncia e o descrédito popular de García. Ainda que o novo acordo fosse melhor que este anterior, os unitários se mostraram insatisfeitos, dentre os quais [[Juan Galo Lavalle]], ex-soldado e herói da independência argentina e que neste momento era o comandante das tropas portenhas no Uruguai.
 
Ao tomar conhecimento da assinatura do tratado, [[Lavalle]] organizou suas tropas e marchou rumo à Buenos Aires. Ainda que avisado sobre a iminência do golpe, Dorrego subestima o movimento e em carta ao [[Conde de Aberdeen]] de 2 de dezembro de 1828 ele afirma que se nega a crer que "os amigos da ordem como os unitários se rebelariam contra seu governo inteiramente legítimo, livremente eleito pela província de Buenos Aires e apoiado pela maioria das legislaturas provinciais".
 
Com a chegada de Lavalle e sua tropa à Buenos Aires ao final de novembro de 1828, os unitários (adotando uma postura contrária a até então publicamente exercida de defesa da democracia institucional) uniram-se ao movimento e proclamaram a queda de Dorrego e a nomeação de Lavalle como novo governador em 1 de dezembro de 1828. No enfrentamento pelas armas, as tropas golpistas venceram a batalha contra as escassas milícias federais em [[Navarro]], obrigando Dorrego a fugir. Pouco depois foi capturado e entregue à Lavalle.
 
Em um de seus primeiros atos de governo, Lavalle dissolve a legislatura provincial de Buenos Aires. Seguindo o conselho de seus assessores unitários, pelo temor à popularidade de Manuel Dorrego, Lavalle ordena a sua execução sumária em 13 de dezembro de 1828.