Órganon: diferenças entre revisões

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Mas era necessário evitar o trítono (''diabulus in musica''), que é o intervalo de quarta aumentada ou seu enarmônico quinta diminuta, como, por exemplo, o intervalo entre as notas fá e si, considerado dissonante pela teoria musical da época. Visando esse objetivo, começaram a ser permitidos outros intervalos e, outros movimentos, além do paralelo (onde as duas vozes se movimentavam paralelamente, isto é, utilizando os mesmos intervalos), foram adotados. O primeiro foi o movimento contrário, no qual uma voz sobe a escala enquanto outra desce, e vice-versa. Depois vieram o movimento oblíquo, no qual uma voz permanece na mesma nota enquanto a outra se eleva ou abaixa, e o movimento direto, em que as duas vozes se movem na mesma direção mas não pelos mesmos intervalos. Com isso, a voz organal se liberta cada vez mais da voz principal, terminando por ser escrita acima desta, se estabelecendo como voz mais aguda (séc. XI). A esse organum deu-se a denominação de organum livre. Posteriormente, o ritmo da voz organal se torna independente também, ao executar várias notas contra apenas uma sustentada pela voz principal (organum melismático, séc. XII).
 
A melodia cantada pela voz principal, baseada normalmente no repertório [[cantochão]], tem o nome de ''[[cantus firmus]]'' e a essa
voz principal passa a se chamar tenor (do latim ''tenere'', sustentar), posto que ele sustenta agora longas notas.
 
Nessa etapa de sua evolução, o nome organum era aplicado exclusivamente a este desenho de uma nota no tenor para várias na voz organal. Para o estilo nota contra nota (''punctus contra punctum'', ou simplesmente '''contraponto''') foi dado o nome de descante.