Manuel Severim de Faria: diferenças entre revisões

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os mancebos nobres da República, conforme os preceitos do filósofo''”, explicando ainda da razão de ser da distância temporal das duas publicações referidas e da sua génese:
 
{{quote2|''tendo eu naquele tempo uma obra grande, que intitulava: Noticia de Portugal, e suas conquistas: já quase em estado para se poder imprimir (…) com tudo como as cousas daqueles anos para cá tiveram tão grande mudança, recresceram tais inconvenientes, que sustive na execução de tal intento. Porém, entendendo eu, que não seriam de menor serviço público alguns discursos dos muitos, que nesta obra se continham sobe diversas matérias, assim políticas, como de vária lição, me pareceu comunicá-los a todos, e pelo que participam de seu primeiro original, dar-lhe o título de Notícias de Portugal.|''Manuel Severim de Faria''}}
tão grande mudança, recresceram tais inconvenientes, que sustive na execução de tal intento. Porém,
entendendo eu, que não seriam de menor serviço público alguns discursos dos muitos, que nesta obra
se continham sobe diversas matérias, assim políticas, como de vária lição, me pareceu comunicá-los a todos, e pelo que participam de seu primeiro original, dar-lhe o título de Notícias de Portugal.''”
 
Certamente os “''inconvenientes''” referidos diriam respeito às condições políticas de então, pois Portugal encontrava-se sob o domínio filipino. Porém, mesmo após a [[Restauração]], certas reservas se terão mantido, pois que, se após a finalização do livro, em Outubro de 1653, correram normalmente os prazos das várias autorizações para a sua publicação, as mesmas se interromperam por mais de um ano e meio, apenas sendo dadas as duas finais já em cima da momento da morte do autor. Dos textos originalmente previstos para a referida N''otícia de Portugal e Suas Conquistas'', foram apenas publicados parcialmente alguns, nos indicados ''Discursos Vários Políticos'' e nas ''Notícias de Portugal''.
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== O jornalista==
Certo é que essa rede de contactos lhe possibilitava aceder a todo o tipo de informações, receber novas de todas as partes do mundo, para além de se corresponder, igualmente, com pessoas deslocadas e viajantes pelos quatro quantos do mundo conhecido, o que de muito lhe terá valido para os seus escritos, incluindo para a elaboração das ''Relações'', e para a obtenção da sua valiosa biblioteca. Por exemplo, nas suas ''Notícias Importantes dos Anos de 1606, 1607, 1608 Em Que Se Compreendem Várias Coisas Pertencentes à História de Portugal'', Severim de Faria vai dando conta, por vezes pormenorizadamente, dos principais acontecimentos ocorridos em Portugal e na Europa. É o início do seu labor “''noticioso''” que se veio a consubstanciar em 31 relações escritas entre 1610 e 1640 - ''História Portuguesa e de Outras Províncias do Ocidente, Desde o Ano de 1610 Até o de 1640 da Feliz Aclamação d’El-Rei D. João o IV Escrita em Trinta e Uma Relações'' - , relatos manuscritos anuais dos principais eventos, certamente dirigidas a uma pluralidade de personalidades. Dessas relações manuscritas extraiu-se o conteúdo das duas únicas objecto de publicação sob o título ''Relação vniversal do que se svccedeo em Portugal, & mais Prouincias do Occidente, & Oriente, desdo mes de Março de 625 atê todo Setembro de 626''.
1610 Até o de 1640 da Feliz Aclamação d’El-Rei D. João o IV Escrita em Trinta e Uma Relações'' - , relatos manuscritos anuais dos principais eventos, certamente dirigidas a uma pluralidade de personalidades. Dessas relações manuscritas extraiu-se o conteúdo das duas únicas objecto de publicação sob o título ''Relação vniversal do que se svccedeo em Portugal, & mais Prouincias do Occidente, & Oriente, desdo mes de Março de 625 atê todo Setembro de 626''.
 
Publicadas em dois anos consecutivos, constituem a primeira publicação de carácter jornalístico portuguesa, constando de pequenas notícias, por ordem cronológica ao longo do ano a que dizem respeito, e publicadas, a primeira no ano de 1626 e a segunda em 1627, tendo esta uma segunda edição em 1628.
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Com a extinção das ordens religiosas, decretada em 1834, e com a demolição do antigo [[Convento de São Domingos de Évora]] para a construção no local de uma nova praça, os cidadãos locais pretenderam preservar a memória de um outro religioso eborense famoso, [[André de Resende]], organizando-se para a transladação dos seus restos mortais para a Sé de Évora. Na sequência, foi recordado Manuel Severim de Faria, e por forma a sua memória não correr igual risco, uma vez que a Cartuxa de Évora se encontrava abandonada, a 30 de Julho de 1839 os seus restos mortais, juntamente com os de Baltasar Faria de Severim, foram transladados para a Sé Catedral de Évora, onde actualmente se encontra o seu túmulo, cuja tampa, mandada realizar pelo próprio, tem a seguinte inscrição:
 
“Manuel{{quote2|''Manuel Severim de Faria Chantre e Cónego da Sé de Évora elegeo para si esta sepultura assim por sua devoção, como por estar nella o corpo do P. D. Basílio de Faria seu tio, que falleceo sendo Prior deste Convento a 5 de Abril de 1625”1625.|''Manuel Severim de Faria''}}