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[[pl:Choroba zakaźna]]
[[zh:傳染病]]
 
O Papel do Infectologista na Clínica
 
O Infectologista atua basicamente em 4 grandes áreas clínicas:
 
-Diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias
-Imunizações (Vacinação)
-Aconselhamento na Prescrição de Antimicrobianos (Uso correto de antibióticos)
-Controle de Infecção Hospitalar
 
 
Quando Procurar um Infectologista
 
O desconhecimento sobre o campo de atuação do médico infectologista faz com que, na maioria das vezes, a população procure outras especialidades médicas quando acometida por doenças infecciosas.
Por exemplo, pacientes com suspeita de pneumonia, em geral procuram um pneumologista, com hepatite viral um gastroenterologista, com cistite ou pielonefrite (infecção urinária na bexiga ou rim), um nefrologista ou urologista, com meningite um neurologista, com piodermite (infecção na pele) um dermatologista e assim por diante.
Como as infecções quase sempre acometem preferencialmente um determinado órgão, o paciente intuitivamente procura o especialista responsável pelo tratamento de doenças daquele órgão.
Ocorre que, embora muitos destes profissionais estejam capacitados a resolver o problema, por outras vezes o especialista procurado é especialista no órgão e não no tratamento da infecção do órgão. Assim, não são raros os casos que chegam ao infectologista encaminhados por outros médicos, com atraso diagnóstico ou somente quando já aparecem complicações no tratamento ou pela falta deste.
A seguir, algumas situações nas quais é aconselhável procurar um infectologista:
Febre
 
O infectologista é, sem dúvida, o especialista com maior familiaridade na investigação e diagnóstico das doenças febris. Estudos apontam que a grande maioria dos pacientes que apresenta febre como principal sintoma tem uma doença infecciosa subjacente. Febre também pode ocorrer no curso de outras doenças, notadamente as reumatológicas e neoplásicas (câncer).
No entanto, como a grande maioria dos casos é devido a doenças infecciosas e pela experiência do infectologista com os diagnósticos diferenciais de doenças febris, este profissional pode, após avaliar o paciente, descartar doença infecciosa e, nesta minoria dos casos, encaminhar o paciente à especialidade pertinente.
 
Hepatites Virais
 
As hepatites virais, notadamente as causadas pelos vírus A, B e C, sendo doenças infecciosas, também constituem um dos principais campos de atuação do infectologista.
O tratamento da hepatite viral é fundamentalmente baseado na tentativa de eliminação do vírus da hepatite e/ou da estimulação do sistema imunológico para combater o vírus através de medicações antivirais e imunomoduladoras, não fazendo parte da terapêutica o tratamento do fígado em si.
Nos congressos de infectologia, o diagnóstico e tratamento de hepatites virais sempre ocupa lugar de destaque, de modo a manter a especialidade sempre atualizada neste grupo de doenças cujo tratamento se encontra em constante evolução. Nos centros de formação em infectologia, os ambulatórios destinados ao tratamento de hepatites virais ocupam parte considerável do treinamento do especialista.
As hepatites virais, pela sua alta prevalência na população brasileira, são motivo de grande preocupação em saúde pública. Estima-se que em 2002, cerca de 70% da população brasileira já tenha sido infectada pelo vírus da hepatite A e cerca de 15% pelo vírus da hepatite B. Estima-se também que as hepatites crônicas pelos vírus B e C atingem, respectivamente, 1,5% e 1,0% dos brasileiros, perfazendo mais de 2 milhões de pessoas. Deste total, a imensa maioria é assintomática, muitos sem fator de risco identificável, e se não diagnosticados e tratados, vários podem evoluir para cirrose e câncer hepático.
Entre os portadores do vírus da hepatite C, quase metade é assintomática e não tem qualquer fator de risco, sendo a infecção comumente descoberta em exame sorológico de rotina. Assim, é fundamental que os casos sejam precocemente diagnosticados no período assintomático da doença e, quando indicado, instituído o tratamento correto.
O infectologista é um especialista capacitado a solicitar e interpretar adequadamente os exames sorológicos necessários para o diagnóstico de hepatites virais e realizar o tratamento e acompanhamento dos pacientes infectados.
 
HIV / AIDS
 
O acompanhamento de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), também é de responsabilidade do médico infectologista.
Atualmente, com as medicações disponíveis, a infecção pelo HIV se tornou uma doença crônica, tal qual a hipertensão arterial ou diabetes, para as quais, não existindo ainda cura, existe excelente controle.
Assim, os pacientes com infecção pelo HIV podem levar uma vida perfeitamente normal e produtiva, como qualquer outro paciente portador de doença crônica, desde que recebam acompanhamento médico adequado.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2002, cerca de 0,5 a 0,8% da população brasileira entre 15 e 49 anos seja portadora do vírus da AIDS. São mais de 600.000 brasileiros infectados, sendo que a cada três portadores do vírus, dois desconhecem estarem infectados. Infelizmente, na maioria dos casos, é feito diagnóstico tardio da doença, conferindo pior prognóstico a esse grupo de doentes.
O Brasil é hoje, sem dúvida, detentor do melhor e mais bem sucedido programa nacional de combate a AIDS do mundo, exemplo para todos os países desenvolvidos. O programa garante medicação gratuita para todos os pacientes com indicação de tratamento, sejam eles acompanhados em serviços públicos ou privados.
O infectologista é o profissional que pode realizar a orientação adequada sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e prognóstico da infecção pelo vírus da AIDS.
 
Infecções do Trato Respiratório, Infecções da Pele e Infecções do Trato Urinário
 
Infecções do trato respiratório (sinusites, amigdalites, pneumonias), infecções cutâneas (furúnculos, foliculites, celulites, erisipelas) e do trato urinário (bexiga e rins) podem ser causadas por diversos tipos de microorganismos, como vírus, bactérias ou fungos.
No entanto, mesmo para quadros clínicos idênticos, para cada faixa etária e dependendo das características individuais dos pacientes (tabagismo, imunossupressão, doença prévia no órgão acometido, outras doenças concomitantes, etc...) existe maior prevalência de um tipo de agente infeccioso sobre outro.
É sempre desejável que se faça diagnóstico preciso do agente causador e de sua sensibilidade aos antibióticos, mas em grande parte dos casos, isso é dispensável.
Entretanto, em casos específicos, é de fundamental importância a busca persistente de um diagnóstico etiológico, isso é, do agente causal da infecção, possibilitando a instituição de tratamento adequado. O tratamento inadequado com antibióticos pode levar à resistência do microorganismo envolvido, a efeitos colaterais importantes e à disseminação da infecção pelo organismo, com sérias conseqüências.
O seu infectologista saberá indicar corretamente o tipo e a dose do antibiótico a ser utilizado e a duração do tratamento em cada caso.
 
Doenças Mono-Like
 
Existe um grupo de doenças que se apresenta com um conjunto de sinais e sintomas pouco específicos, conhecido como Síndrome da Mononucleose. Os quadros são, em geral, de aparecimento agudo e se apresentam com febre, adenomegalias (gânglios aumentados) e hepato-esplenomegalia (aumento do baço e fígado). Podem também ocorrer dor de cabeça, rash cutâneo (vermelhidão na pele), fraqueza, mal-estar, dor de garganta e outros sintomas.
Os sintomas são bastante inespecíficos, podendo ser causados por uma série de doenças infecciosas como a rubéola, toxoplasmose, citomegalovirose, mononucleose infecciosa, sífilis ou infecção aguda pelo HIV, dentre outras.
Podem ainda ocorrer alterações em diversos exames laboratoriais e disfunção de alguns órgãos, como olhos, fígado, sistema imunológico ou outros, dependendo do agente causal. Uma avaliação equivocada do quadro pode levar a uso desnecessário de antibióticos ou à perda da oportunidade de se realizar um diagnóstico precoce importante.
É fundamental o diagnóstico preciso destas infecções, pois os tratamentos, e até mesmo a necessidade destes, variam muito dependendo do agente causal.
O infectologista está capacitado a conduzir a rotina diagnóstica e dar as orientações pertinentes a cada caso.
 
Doenças Causadas pelos Herpes Vírus
 
As doenças causadas pelos herpes vírus são muito comuns em nosso meio. São vários os tipos de doenças causadas por esse grupo de vírus, entre eles o herpes labial, o herpes genital, a varicela (catapora) e o herpes zoster (cobreiro), dentre outras.
A indicação ou não de tratamento deve ser avaliada individualmente, assim como o tipo de tratamento a ser instituído. As doenças causadas pelos herpes vírus podem ser desde benignas e auto-limitadas até mesmo fatais, dependendo, em parte, do tratamento adequado.
Algumas infecções também podem deixar seqüelas, como a neuralgia pós-herpética, manifestação extremamente dolorosa e que pode persistir por meses após um episódio de Herpes Zoster.
O acompanhamento correto, e principalmente, precoce com um infectologista pode evitar as complicações destas infecções.
 
Outras Doenças Tratadas pelo Infectologista
 
Há uma série de outras doenças cujo diagnóstico e tratamento é da competência do infectologista. Em suma, todas as doenças causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários ou outros microorganismos.
Por ser a especialidade com mais diagnósticos etiológicos (causas) da clínica médica, torna-se necessário um especialista para o conhecimento das diferentes patologias envolvidas nos quadros infecciosos e seus tratamentos
O infectologista é também o profissional cuja formação inclui mais extensamente o estudo sobre o uso de antimicrobianos (antibióticos, antivirais, antifúngicos) em diversas situações clínicas, podendo assim, realizar com segurança a prescrição destes medicamentos quanto à adequação, dose e tempo de tratamento.