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[[Image:GeorgeBentham.jpg|thumb|250px|George Bentham (1800-1884).]]
'''George Bentham''' ([[Stoke]] em [[Devon]], [[22 de Setembro]] de [[1800]] – [[Londres]], [[10 de Setembro]] de [[1884]]) foi um botânico [[Inglaterra|inglês]], por muitos considerado como o maior [[Sistemática|sistemata]] do [[século XIX]]. O seu [[herbário]], com mais de 100  000 espécimes, encontra-se desde [[1854]] nos [[Royal Botanic Gardens]] de Kew, nos arredores de Londres, onde [[William Jackson Hooker]] e, desde [[1863]], o seu filho [[Joseph Dalton Hooker]], foram directores dos jardins e do herbário e seus estreitos colaboradores em trabalhos de [[sistemática]] e de descrição de novas espécies.
 
==Biografia==
George Bentham nasceu a [[22 de Setembro]] de [[1800]] em [[Stoke]], uma pequena cidade do [[Devon]] situada nas proximidades de [[Portsmouth]]. Foi filho do engenheiro e inventor Sir [[Samuel Bentham]], o único irmão do filósofo e escritor [[Jeremy Bentham]].
 
O pai de George Bentham fora contratado anos antes pelo príncipe russo [[Grigori Alexandrovich Potemkin]] para chefiar um projecto de construção naval e depois um conjunto de outras iniciativas destinadas a introduzir diversas tecnologias na [[Rússia]]. Como resultado, passou vários anos em [[São Petersburgo]], tendo viajado extensivamente pela [[Sibéria]], chegando até à fronteira com a [[China]]. Em [[1800]], quando George nasceu, o pai era inspector das obras navais em [[Portsmouth]].
 
Como consequência dasde ter acompanhado as constantes viagens dade famíliaseus pais, George Bentham não seguiu um percurso formal de educação, tendo sido essencialmente educado pela família. Demonstrando grande vivacidade e inteligência, demonstravatinha um grande poder de concentração e auto-disciplina, estudando aprofundadamente qualquer assunto que considerasse interessante. DemonstrandoDetinha uma notável aptidão linguística, o que lhe permitiu aos sete anos de idade falavafalar [[língua inglesa|inglês]], [[língua francesa|francês]], [[língua alemã|alemão]] e [[língua russa|russo]].
 
Depois de uma passagem pela [[Suécia]], durante a qual George Bentham aprendeu [[língua sueca|sueco]], e pela [[Inglaterra]], a família mudou-se para [[França]], permanecendo durante dois anos em [[Montauban]], cidade onde Bentham estudou [[língua hebraica|hebraico]] e [[matemática]] na escola [[protestante]] local. A família acabaria por se fixar nos arredores de [[Montpellier]], local onde Sir Samuel Bentham adquiriu uma extensa propriedade.
 
Em consequência, George Bentham viveriaviveu de [[1814]] a [[1826]] em [[Montpellier]], tendo iniciado naquela região o seu interesse pelos estudos de [[botânica]]. A sua iniciação naquela ciência fez-se pelo estudo da [[flora]] dos [[Pirenéus]], à qual pretendia aplicar os métodos lógicos desenvolvidos pelo seu tio [[Jeremy Bentham]]. Nesta fase, George Bentham parecia mais voltado para os estúdiosestudos filosóficos, usando o estudo daa história natural apenas como um dos campos onde pretendia aplicar os novos métodos lógicos.
 
Contudo, quando estudava em [[Angoulême]], cidade onde realizavafrequentava os estudos preparatórios necessários para prosseguir uma carreira na área jurídica, acabou por se interessar pela leitura da obra ''Flore française'' do botânico suiçosuíço [[Augustin Pyrame de Candolle]]. O seu principal interesse recaiu sobre as tabelas analíticas para identificação de plantas, cuja lógica decidiu testar. Tendo obtido sucesso na identificação de plantas, começou a utilizar largamente a obra, familiarizando-se com a flora local.
 
Numa subsequente visita a [[Londres]], no ano de [[1823]], estabeleceu contacto com o círculo dos botânicos britânicos, incluindoque à época incluía alguns dos mais brilhantes na épocacena mundial. PoucoEm consequência, pouco depois fixa-se em Londres, passando a exercer as funções de secretário do seu tio, ao mesmo tempo que passa a frequentar a [[Lincolns Inn]] e a preparar-se para ser admitido na advocacia.
 
Foi admitido no foro em [[1832]], ano em que representou em tribunal o seu primeiro, e único, cliente, uma vez que, nesse mesmo ano, o tio faleceu deixando-lhe os seus bens, os quais se vieram juntar à herança que obtivera no ano anterior por morte do pai.
 
Com essas heranças conquistou uma independência económica, embora modesta, que lhe permitiu dedicar-se a tempo inteiro aos seus estudos favoritos, abandonando qualquer ideia de prática profissional. Durante algum tempo dividiu o seu tempo entre os estudos de jurisprudência, lógica e botânica, para além de editar os escritos profissionais de seu pai.
Face ao crescimento do interesse pelo estudo da botânica, que então envolvia toda a Europa, foi progressivamente dedicando mais tempo àquela ciência. Em consequência foi-se envolvendointegrando nos meios científicos londrinos, passando da posição de secretário da [[Royal Horticultural Society]] (que mantinha desde [[1830]]) para membro destacado da [[Linnean Society of London]]<ref>[http://www.linnean.org/ Linnean Society of London].</ref>, da qual viria a ser presidente.
 
A primeira publicação de George Bentham foi o ''Catalogue des plantes indigènes des Pyrénées et du Bas Languedoc'' (Paris, [[1826]]),. A obra é o resultado dos seus estudos e trabalhos de exploração realizados nos [[Pirenéus]], quandorealizados enquanto residia em [[Montpellier]], complementados com os resultados de uma cuidadosa exploração da flora daquela região empreendida em conjunto com [[George Arnott Walker Arnott]] (1799-1868), que mais tarde seria professor de Botânica na [[Universidade de Glasgow]].
 
É interessante notarNote-se que George Bentham adoptou desde a sua primeira obra o hábito de nunca citar nada sem acesso directo à fonte. Seguiu este princípio nos artigos que publicou nos diversos campos do saber pelos quais se interessou: na botânica[[Botânica]]; no direito[[Direito]], disciplina em que escreveu sobre a codificação das leis, em desacordo com o seu tio, sobre a legislação referente ao furto e sobre os direitos reais de propriedade; e sobre lógica[[Lógica]], disciplina onde publicou uma obra notável.
 
A produçãopublicação mais notávelimpotante deste período é o artigo ''Outline of a New System of Logic, with a Critical Examination of Dr Whately&#8217;s Elements of Logic'' (Londres, [[1827]]). Nele George Bentham explicita pela primeira vez o princípio da quantificação do predicado. De acordo com [[William Stanley Jevons]], esta enunciação está entre os mais importantes avanços da lógica abstracta desde o tempo [[Aristóteles]]. Apesar da sua importância, antes que 60 cópias da obra tivessem sido vendidas, o editor entrou em falência e as cópias remanescentes foram destruídas. Em consequência, a obra passou ao esquecimento, mantendo-se assim até [[1873]], ano em que a prioridade de Bentham naquela enunciação foi finalmente reconhecida contra a alegada por Sir [[William Hamilton]] numa obra de [[Herbert Spencer]].
 
Em [[1836]] publicou a sua primeira grande obra de botânica, intitulada ''Labiatarum genera et species''. Na preparação deste trabalho visitou, no período entre [[1830]] e [[1834]], todos os [[herbário]]s europeus do tempo, alguns deles mais de uma vez.
 
No Inverno seguinte instalou-se em [[Viena]], onde escreveu ''Commentationes de Leguminosarum generibus'', publicado nos anaisAnais do Museu de Viena (''Annalen des Wiener Museums der Naturgeschichte'').
 
Em [[1842]] estabeleceu-se em [[Pontrilas]], uma localidade nodo [[Herefordshire]]. A sua principal ocupação nos anos seguintes seria a elaboração da sua contribuição para a obra ''[[Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis]]'', que estava a ser elaborada pelo seu amigo [[Augustin Pyrame de Candolle]]. Descreveu, para aquela obra, 4 &nbsp;730 [[espécie]]s.
 
Em [[1854]] concluiu que a manutenção de um grande [[herbário]] e biblioteca era demasiado onerosa para as suas posses, razão pela qual ofereceu os cerca de 100 &nbsp;000 espécimes de plantas que tinha coleccionado ao [[Royal Botanic Gardens|Real Jardim Botânico]] de Kew, no entendimento que deveriam ser instituições públicas a manter os grandes herbários, garantindo a sua acessibilidade a todos os investigadores.
 
Por essa altura chegou a considerar o abandono dos seus trabalhos de botânica. Felizmente assentiu em mantê-los, decisão em que foi apoiado, entre outros, por Sir [[William Jackson Hooker]] e por [[John Lindley]]. Em [[1855]] mudou-se para [[Londres]], passando a trabalhar em Kew cinco dias por semana, interrompendo o seu labor apenas durante algumas semanas no Verão. Manteria esta rotina durante o resto da sua vida.
 
Em [[1857]] o governo britânico aprovou um projecto destinado a preparar um conjunto de ‘’Floras’’''[[floras]]'' contendo a descrição em [[língua inglesa|inglês]] das plantas nativas dos territórios que então integravam o [[Império Britânico]], encarregando, entre outros, George Bentham da sua elaboração.
 
Bentham começou por elaborar a ''Flora Hongkongensis'', terminada em [[1861]], a qual constitui o primeiro trabalho de folgo sobre a então pouco conhecida flora da [[China]]. Seguiu-se a ''Flora Australiensis'', em sete volumes (1863-1878), a primeira flora de uma grande zona continental a ser concluída.
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==Obras publicadas==
* ''Catalogue des plantes indigénes des Pyrénées et du Bas-Languedoc'' (1826)
* ''Labiatarum genera et species'' (1832-1836)
* ''Handbook of the British Flora'' (1858 - 1865)
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* Colaboração com [[Carl Friedrich Philipp von Martius]] na ''Flora brasiliensis'' (descrição da família das [[Fabaceae]])
* Colaboração no ''Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis'' de [[Augustin Pyrame de Candolle|Pyrame de Candolle]], nos textos referentes às famílias [[Polemoniaceae]], [[Scrophulariaceae]], [[Lamiaceae]] e [[Stockhousiaceae]].
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==Referências==
*Marion Filipuik, ed(editor), ''George Bentham, Autobiography, 1800-1843''. ImprensaToronto: daUniversity Universidade deof Toronto Press, [[1997]]. (ISBN 0802007910).
*J. Reynolds Green 1914. ''A history of botany in the United Kingdom from the earliest times to the end of the 19th century''. Dent, London.
*Duane Isely 1994. ''One hundred and one botanists'' Iowa State University Press p163-6.
*B. Daydon Jackson 1906. ''George Bentham''.
 
 
{{Botan.|Benth.}}