A Bagaceira: diferenças entre revisões

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Essa história trágica de amor serve ao autor, político paraibano, puramente como pretexto para que denuncie a questão social no seu estado e no Nordeste, em especial, o aspecto da seca e da necessidade da população. É feita também uma análise da vida dos retirantes que surgem nas bagaceiras dos engenhos, quando ocorrem as estiagens, não sendo bem vistos pelos brejeiros (trabalhadores permanentes dos engenhos).
 
O Professor Joel Pontes, da UFP, em crítica publicada no Pequeno Dicionário da Literatura Brasileira, diz que o "romance foi publicado na hora certa e fez séria oposição ao cosmopolitismo dos modernistas da fase inicial". Ainda segundo o professor, A Bagaceira foi importante base para as obras de [[Graciliano Ramos]], [[José Lins do Rego]] e [[RaquelRachel de Queiroz]]. O professor continua, afirmando que personagens como Dagoberto, Pirunga e Soledade retornam mais bem caracterizados nas obras posteriores dos escritores citados, deixando claro, contudo, que que o romance tecnicamente não inova a prosa nordestina, pois ainda é um romance de tese. Isso pode ser percebido no capítulo "O Julgamento", que é típico dos romances do século XIX e também presente em "[[Os Sertões]]", de [[Euclides da Cunha]].
 
O ponto de destaque do romance é o aspecto sociológico e a poetização de cenas e sentimentos, sendo que estes dois detalhes por si sós já colocam o romance como uma obra importante da literatura brasileira em todos os tempos.