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Existem diversas teorias sobre a origem da mitologia grega. De acordo com a '''Teoria Escritural''', todas as lendas mitológicas procedem de relatos dos textos sagrados, no qual os feitos reais foram disfarçados e, posteriormente, alterados.<ref name=bulfinch>Bulfinch, T. (2000), ''Bulfinch's Greek and Roman Mythology: The Age of Fable'', p.241–242, Dover Publications. ISBN 0-486-41107-9.</ref> A '''Teoria Histórica''', por sua vez, defende a tese de que todas as personas mencionadas na mitologia foram uma vez seres humanos reais, e as lendas sobre elas são meras adições de épocas posteriores (assim, supõem-se que a história de [[Éolo]] surgiu do fato de que este era governante de algumas ilhas do [[Mar Tirreno]]).<ref name=bulfinch /> Já a '''Teoria Alegórica''' supõe que todos os mitos antigos eram alegóricos e simbólicos. Contudo, a '''Teoria Física''' se adere à idéia de que os elementos como ar, fogo e água foram originalmente objetos de adoração religiosa, sendo que as principais deidades passaram a ser personificações de esses poderes da natureza.<ref name=bulfinch /> Max Müller tentou compreender uma forma religiosa indo-européia determinando sua manifestação "original". Em 1891, afirmou que "o descobrimento mais importante que se tem feito no século XIX a respeito da história antiga da humanidade [...] foi essa simples equação: Dyeus-pitar [[sânscrito]] = Zeus grego = [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]] latino = [[Tyr]] nórdico.".<ref name=allend /> Em outros casos, perto dos paralelos o cárater e a função sugerem uma herança comum, mas a ausência de evidências linguísticas faz com que seja difícil prová-la, como na comparação entre Urano e o [[Varuna (mitologia)|Varuna]] sânscrito, ou entre as [[Moiras]] e as [[Nornas]].<ref>Poleman, H. I. (marzo de 1943). ''Review of “Ouranos-Varuna. Etude de mythologie comparee indo-europeenne by Georges Dumezil”''. '''Journal of the American Oriental Society 63''' (1): p.78–79.</ref><ref>Winterbourne, A. (2004), ''When the Norns Have Spoken: Time and Fate in Germanic Paganism'', p.87, Fairleigh Dickinson University Press. ISBN 0-8386-4048-6.</ref>
 
[[Imagem:Cornelis van Haarlem - Venus en Adonis.jpg|thumb|right|Vênus e Adônis, por [[Cornelis Corneliszoon van Haarlem]].]]
 
A arqueologia e a mitologia, numa outra consideração, tem revelado que os gregos foram inspirador por algumas civilizações da [[Ásia Menor]] e do [[Oriente Próximo]]. [[Adônis]] parece ser o equivalente grego - mais claramente nos cultos do que em seus mitos - de um "deus moribundo" do Oriente Próximo. Tudo indica que [[Cíbele]], por sua vez, tem suas raízes na [[Anatólia|cultura anatólica]], enquanto grande parte da [[iconografia]] de [[Afrodite]] surge das deusas semíticas. Existem possíveis paralelismos entre as gerações divinas mais antigas (Caos e seus filhos) e [[Tiamat]] em ''[[Enuma Elish]]''.<ref>Edmunds, L. (1990), ''Approaches to Greek Myth'', p.184, John Hopkins University Press. ISBN 0-8018-3864-9.</ref><ref>Segal, R. A. (1991), ''Adonis: A Greek Eternal Child Myth and the polis'', Cornell University Press. ISBN 0-8014-2473-9.</ref> Segundo o estudioso Meyer Reinhold, "os conceitos teogônicos do Oriente Próximo, incluindo a sucessão divina mediante a violência e os conflitos gerados pelo poder, encontraram seu caminho [...] na mitologia grega."<ref> Reinhold, M. (20 de outubro de 1970). ''The Generation Gap in Antiquity''. Proceedings of the American Philosophical Society 114 (5): 347–365.</ref> Seguindo as origens indo-européias e do Oriente Próximo, alguns investigadores especulam sobre as obrigações da mitologia grega com as sociedade pré-helênicas: [[Creta]], [[Micenas]], [[Pilos]], [[Tebas]] e [[Orcómeno]].<ref name=burkert2324>Burkert, W. (2002), ''Greek Religion: Archaic And Classical'', p.23–24, Blackwell Publishing. ISBN 0-631-15624-0.</ref> Os historiadores da religião estavam fascinados por várias configurações de mitos aparentemente antigos relacionados com Creta (o deus como toro, Zeus e Europa, [[Pasífae]] que produz toro e dá a luz ao [[Minotauro; etc.). O professor Martin P. Nilsson concluiu que todos os grandes mitos da Grécia antiga estavam atados aos centros micênicos e âncorados em épocas pré-históricas.<ref>Wood, M. (1998), ''In Search of the Trojan War'', p.112, University of California Press. ISBN 0-520-21599-0.</ref> Todavia, de acordo com Burkert, a iconografia do período do palácio cretentese praticamente não tem dado confirmação alguma sobre a veracidade dessas teorias.<ref name=burkert2324 />