Francisco Pi y Margall: diferenças entre revisões
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|partido =[[Partido Democrata (Espanha)|Partido Democrata]], [[Republicanismo federal]]
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'''Francisco Pi y Margall''', em [[língua catalã|catalão]] '''Francesc Pi i Margall''', ([[Barcelona]], [[20 de Abril]] de [[1824]] — [[Madrid]], [[29 de Novembro]] de [[1901]]) foi um [[político]], [[filósofo|pensador]] e [[escritor]] [[Espanha|espanhol]]. Foi o segundo presidente do Poder Executivo da [[Primeira República Espanhola]] (Fevereiro [[1873]] - Janeiro [[1874]]), fundada após a renúncia de [[Amadeu I]]. Partidário de um [[federalismo|modelo federalista]] para a Primeira República, soube unir as influências de [[Pierre-Joseph Proudhon|Proudhon]] para levar a cabo a política do Estado.
==Primeiros anos==
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Em [[1842]] publicou ''Cataluña'', primeiro e único volume de ''La España pintoresca'', uma ambiciosa obra [[iluminismo|iluminista]] que visava a recolher todas as regiões da Espanha. Uma época na qual se desenvolvia a regência de [[Baldomero Espartero|Espartero]] e na que a cidade sublevou-se contra a política do regente provocando a canhoneada à cidade desde o castelo de Montjuich.
Mais tarde, em [[1847]]
| url=http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/8579/pi.html
| titulo= Francisco Pi y Margall
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Participou diretamente no levantamento de Madrid de 1854, sendo autor de uma proclama radical que não foi aceita pela Junta revolucionária e do folheto ''El eco de la revolución'', onde se pede o armamento geral do povo e a convocatória de [[Cortes Constituintes]] por [[sufrágio universal]] que estabelecessem a liberdade de imprensa, a de consciência, a de ensinamento, a de reunião e a de associação, entre outras mais. Considerados como enfoques avançados demais para a época, Pi teve que passar um tempo em [[prisão]].
No mesmo ano expôs sua doutrina política em ''La reacción y la revolución'', onde
Durante o [[Biênio Progressista|biênio progressista]],
Em [[1856]] fundou a revista ''La Razón'', mas a reação moderada propiciou a queda da publicação. Durante o ano de [[1855]] e até sua retirada a viver a [[Vergara]], donde regressou para trabalhar em ''
Dessa época data sua polêmica com [[Emilio Castelar|Castelar]] sobre a concepção individualista ou socialista da democracia —mantendo ele a segunda— provocando que a maioria do partido encabeçado por José María Orense negara publicamente que os [[socialista]]s foram democratas; Pi replicou com a denominada ''Declaração dos Trinta'', cujos trinta assinantes do partido qualificavam de democratas ambas as tendências. Assim, Pi renunciou ao seu posto de diretor aos seis meses.
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Desde [[1864]] Pi i Margall conspirou contra a [[monarquia]]. Os sucessivos insucessos das insurreições promovidas por Prim para obrigar [[Isabel II da Espanha|Isabel II]] a chamar os progressistas para o governo, culminaram na [[sublevação do quartel de San Gil]] e o fuzilamento de dezenas de sargentos desse quartel.
Narváez, desde o governo, desatou a conseguinte repressão
===Um tempo de reflexão===
A estância em [[Paris]] permitiu-lhe aprofundar no conhecimento de [[Pierre-Joseph Proudhon|Proudhon]], autor de influências visíveis no pensamento de Pi e cujas principais obras ele mesmo traduziria para o [[língua espanhola|espanhol]], participando deste jeito indiretamente no nascente [[anarquismo]] hispânico.
Durante seu exílio francês pôs-se em contato com os núcleos positivistas e
===Situação na Espanha===
Em Setembro de [[1868]], o almirante Topete sublevou a esquadra em [[Cádiz]]; Prim incorporou-se desde [[Gibraltar]] e chegaram para se aderir os generais confinados nas [[Canárias]]. Foram somando-se guarnições à sublevação e Prim, a bordo da fragata ''Zaragoza'', ia ganhando para a revolução, uma após outra, todas as capitais costeiras do litoral mediterrâneo. Demitiu o ditador González Bravo e a rainha Isabel II nomeou presidente do governo o general [[José Gutiérrez de la Concha]]. O exército realista que mandava o [[general Pavía]] foi derrotado na [[batalha da ponte de Alcolea]] pelas forças
A revolução de [[La Gloriosa]] abria as portas a Pi para regressar novamente para Espanha.
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Pi decidiu regressar do seu exílio em Paris. O Governo provisório estabeleceu as liberdades fundamentais e a [[18 de Dezembro]] de [[1868]], pela primeira vez na Espanha, celebraram-se umas eleições municipais por [[sufrágio universal]]. Depois, em Janeiro, celebrar-se-iam umas para os deputados.
O Partido Democrático dividiu-se em dois: os partidários da monarquia democrática e os partidários do regime republicano e federal. Pi i Margall, sem participar na campanha eleitoral, foi um dos 85 republicanos que obteve a ata de deputado. Com a divisão do partido, apareceu o [[Partido Republicano Democrático Federal]], no qual Pi iria salientando entre a minoria republicana.
Pi nunca quis servir de
Os republicanos
Os republicanos começavam a incomodar o general Prim - encarregue de encontrar novo rei
Enquanto isso, Pi conseguiria uma grande popularidade no seu partido, o que o levou a dirigir o partido republicano a partir de [[1870]].
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:* O duque francês de Montpensier, filho de [[Luís Filipe I de França|Luís Filipe I]] de [[Orleans]], rei dos franceses, cuja candidatura foi recusada pelos alemães.
:* O príncipe português [[Fernando de Saxe-Coburgo]].
:* O príncipe Amadeu de
:* O general [[Baldomero Espartero]].
As votações obtidas foram as seguintes: 191 a favor de Amadeu de
Após a
===Início da Primeira República===
[[Imagem:Flag of the First Spanish Republic.svg|200px|thumb|Bandeira provisória da Primeira República<ref>[http://www.ejercito.mde.es/ihycm/cursos/vexilologia/histobandera.htm www.ejercito.mde.es]</ref>]]
Em [[11 de Fevereiro]] de [[1873]], após fazer-se pública a abdicação de Amadeu de
Durante o primeiro governo da República de [[Estanislao Figueras]], Pi ocupou
{{Quote2|Vacante o trono por renúncia de Amadeu I de
▲{{Quote2|Vacante o trono por renúncia de Amadeu I de Sabóia, o Congresso e o Senado, constituídos nas Cortes Soberanas, reassumiram todos os poderes e proclamaram a República. A consolidá-la e dar-lhe prestígio hão de dirigir-se agora os esforços de todas as autoridades que deste Ministério dependem. Estabeleceu-se sem sangue, sem convulsões, sem a menor alteração da ordem: e sem distúrbios convém sustê-la, para que acabem de se desenganar os que a consideravam como inseparável da anarquia. Ordem, Liberdade e Justiça: este é o lema da República. Contrariar-se-iam seus fins se não se respeitasse e se fizesse respeitar o direito de todos os cidadãos (...). Contrariar-se-iam também, se não se deixasse ampla e absoluta liberdade às manifestações de pensamento e da consciência; se se violasse o menor dos direitos consignados no Título I da Constituição de 1869.''|Francisco Pi i Margall, 1873, Ministro de Governação: ''Circular do Ministério da Governação a todos os Governadores de províncias.}}
==Segundo Presidente da República (11 de Junho - 18 de Julho)==
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Com a demissão de Figueras, as Cortes Constituintes escolheram ao novo governo, no qual Francisco Pi i Margall foi nomeado Presidente do Poder Executivo <ref>[http://www.boe.es/datos/imagenes/BOE/1873/163/A00703.tif ''Gaceta de Madrid''] a 12 de Junho de 1873, tomo II p. 703.</ref>.
O novo Presidente recolheu um programa amplo de reformas entre as
:* Reparto de terras entre colonos e arrendatários.
:* Restabelecimento do uso do exército como medida de disciplina.
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Apesar de todas as medidas e por sugestão de constituição, os acontecimentos superaram a Pi. Em algumas comunidades, vendo que o trâmite legal das medidas propostas a favor do federalismo era muito lento, declararam-se independentes adotando sua própria política, sua própria polícia, sua própria emissão de [[moeda]], levantamento de novas fronteiras, leis particulares, etc. Assim surgia o [[cantonalismo]], nomeadamente na zona do [[Levante espanhol|Levante]] e na [[Andaluzia]] e causou um grande problema à República.
Ante este panorama, somado à [[Guerra dos Dez Anos|guerra de independência cubana]], à [[carlismo|guerra carlista]] e ao fato de vincular
==Fim da República==
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Na madrugada de [[3 de Janeiro]] de [[1874]] estavam as [[Corte]]s reunidas votando um novo presidente que substituísse a Castelar. Deu então o [[golpe de estado]] o general Pavía, que num primeiro momento ofereceu a presidência do governo ao demitido Castelar, o qual recusou. Formou governo o [[Francisco Serrano y Domínguez|general Serrano]] provisoriamente até a [[monarquia]] ser restaurada, nomeando como rei a [[Afonso XII de Espanha|Afonso XII]] da [[dinastia Bourbon]].
Acontecidos esses fatos, Pi
Reinstalada a monarquia escreveu ''Las nacionalidades'' ([[1877]]) onde desenvolveu empiricamente a
Nesta última etapa da sua vida
Em [[1881]], separou-se do republicano catalão [[Valentín Almirall]] e do [[catalanismo]]; Pi continuou por esta tendência política que ele considerava federalismo heterodoxo e defendeu-a em [[Madrid]].
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==Valoração==
Pi defendeu sempre
A doutrina de Pi denota a influência de [[Hegel]], [[Rousseau]] e [[Proudhon]], embora a influência
A complexidade e coesão do pensamento de Pi ocasionou que diferentes correntes políticas —federalistas, [[anarquismo|anarquistas]]<ref>[[Rudolf Rocker]] comenta em [http://www.nodo50.org/fau/teoria_anarquista/rocker/1.htm ''Anarco-sindicalismo (teoria e prática)'']: {{Quote1|Este primeiro movimento dos operários espanhóis estava grandemente influenciado pelas
=={{Bibliografia}}==
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==Ver também==
{{portal-anarquia}}
* [[Amadeu I|Amadeu de
* [[Emilio Castelar]]
* [[Estanislao Figueras]]
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