Traumatismo craniano: diferenças entre revisões

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As consequências podem variar, desde uma recuperação completa até morte.
 
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O traumatismo cranioencefálico é uma constante no mundo de hoje, mundo esse cada vez mais industrializado e motorizado. Os números estatísticos dessa doença são no mínimo desanimadores: 10 milhões de casos somente nos EUA anualmente dos quais 20% são sérios o bastante para causar lesão cerebral.
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Foi justamente pensando nisto, que o Dr. Ian Roberts, epidemiologista do Child Health Institute (Instituto de Saúde da Criança) de Londres, juntamente com sua equipe, realizou um estudo com o intuito de analisar os diversos estudos já publicados no meio médico sobre o tema em questão e avaliar não somente as conclusões dos mesmos, mas principalmente a forma como foram feitos, visto que esse último parâmetro é o maior responsável pela qualidade das conclusões adquiridas e posteriormente seguidas na prática médica.
 
== O estudo ==
 
Para que se possa confiar nas conclusões de estudos científicos, é importante que os mesmos sejam feitos com o menor teor de erros estatísticos possíveis, os quais são chamados de bias. Como exemplo do caso em questão, estudos sobre tratamentos de trauma craniano devem ter um número de pacientes suficientemente grande para que a divisão aleatória dos dois grupos a serem estudados– grupo controle e grupo a ser testado – tenha duas populações homogêneas.
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A média de participantes por trabalho foi de 82. O maior trabalho –1.156 participantes – tinha como conduta dar informações adicionais, orientações e suporte aos pacientes. O maior trabalho utilizando um medicamento teve 1.120 pacientes, e o medicamento mais utilizado em todos os trabalhos foi o corticosteróide – um hormônio que é natural dos seres humanos e que está relacionado com a diminuição de processos inflamatórios que podem vir a danificar ainda mais as áreas previamente lesadas.
 
== Resultados ==
 
Apesar de saber-se que um número muito pequeno de pacientes se beneficiam com o tratamento de lesões cranioencefálicas (no máximo 5%), dentro dos vários milhões de casos por ano em todo mundo, alguns milhares se beneficiariam, o que é uma população razoavelmente significativa.
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Outro fator que diminui ainda mais a veracidade dos resultados obtidos nesses trabalhos é o fato de que os parâmetros para a divisão aleatória dos dois grupos de pacientes a serem estudados estavam ausentes em uma grande parte dos trabalhos. Fato esse que diminui a chance de terem sido estudados dois grupos homogêneos.
 
== Dificuldades ==
 
O que faz com que os grupos de médicos que trabalham com traumatismo cranioencefálico tenham um número tão pequeno de pacientes passíveis de serem alocados em estudos terapêuticos? Um dos fatores pode ser a falta de verba para tais pesquisas, visto que grande parte da verba é direcionada para estudos nas áreas de doenças cardiovasculares e câncer por exemplo.
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Outro fator é que devido ao fato de existir uma grande parte de pacientes inconscientes, não há como se conseguir legalmente a permissão dos mesmos para sua participação nesses estudos, o que ultimamente, tem sido reavaliado por instituições afins, podendo num futuro próximo, haver modificações no que diz respeito às legislações vigentes sobre a condução de estudos clínicos em situações de emergência.
 
== Conclusões ==
 
É estimado que por volta do ano 2020, os acidentes de trânsito serão a terceira causa de perda de anos por incapacidade física em todo mundo. Atualmente, muitos milhões de pessoas sofrem traumatismos cranioencefálicos, que muitas vezes também vêm acompanhados de traumas medulares, sendo que existem, infelizmente, poucos tratamentos com benefícios comprovados.
 
Se por exemplo, houvesse um tratamento capaz de beneficiar 5% dessa população, o tratamento de um milhão de indivíduos iria proteger 50.000 pessoas da morte e/ou da incapacidade física. Uma das formas de se conseguir conclusões fidedignas sobre tratamentos seria através da realização de grandes estudos aleatorizados e controlados, onde os resultados estariam mais perto de salvar milhares de pessoas em todo mundo.
 
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