Queruscos: diferenças entre revisões

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Os Queruscos (em [[alemão]]: "''Cherusker''") eram uma tribo [[Germânicos|germânica]] que habitava a região da [[Baixa Saxônia]] ("''Niedersachsen''" em alemão) num ponto que ia de [[Osnabrück]] até [[Hamburgo]], durante o [[século I a.C.]] e o [[século I]]. Posteriormente foram absorvidos pela confederação tribal dos [[Saxões]]. O seu nome refere um cervo ([[língua alemã|alemão]]: ''Hirsch''), mais precisamente o seu chifre, que em [[língua gaulesa|gaulês]] (nação à que pertenceriam originalmente) se dizia ''[[kern]]''.
 
==Encontros de Roma com os Queruscos==
A primeira menção histórica dos Queruscos ocorre no livro 6.10 de [[Júlio César]], ''[[De Bello Gallico]]'' , que relata os acontecimentos ocorridos a [[53 a.C.]] César relata que cruzou o Reno de novo para retaliar os [[Suevos]] pelo envio de reforços aos [[Tréveris]] ou Treviros. Menciona que a floresta Bacenis separava o território dos Queruscos do dos Suevos. Em [[12 a.C.]], os Queruscos e outras tribos da ''Germania'', foram subjugados pelos [[República romana|Romanos]].
 
Roma tratou de ampliar os seus territórios a norte da Europa, para além do Reno, explorando as divisões dentro dos Queruscos, e durante algum tempo a tribo foi considerada aliada de Roma. Neste momento, a tribo dividiu-se entre [[Armínio]] (conhecido no moderno alemão como "Hermann der Cherusker", embora o seu nome mais provável fosse Armin) e [[Segestes]]<ref>O nome Segestes também acusa origem gaulesa, sendo amplamente difundido na Gália</ref>. Armínio advogou por romper a lealdade a Roma e declarou a sua independência, enquanto Segestes quis permanecer fiel. Por volta de [[8 a.C.]], Armínio ganhara a dianteira e começou a planejar a rebelião. Segestes advertiu reiteradamente a [[Públio Quintílio Varo]], o governador da [[Gália]], de que a rebelião estava prevista, mas Varo recusou a agir até que a rebelião estourasse.
 
Em [[9|9 d.C.]], na [[Batalha da floresta de Teutoburgo]], um exército de aliados supostamente germanos <ref>pois todos os seus nomes acusam uma origem gaulesa</ref> sob o comando de Armínio (Queruscos, [[Brúcteros]], [[Marsos]], [[Sicambrios]], [[Caúcos]] e [[Chatti|Catos]]) aniquilaram três [[legião romana|legiões romanas]] no comando de Varo. As águias das legiões, de grande importância simbólica para os romanos, perderam-se. Os números destas três legiões, a [[Legio XVII|XVII]], a [[Legio XVIII|XVIII]] e a [[Legio XIX|XIX legião]], nunca foram utilizados de novo.
 
Depois dos motins das legiões germânicas em [[14]], [[Júlio César Germânico]] decidiu, a pedido dos seus homens, marchar para Germania para restaurar a honra perdida. Em [[15|15 d.C.]], após uma breve incursão contra os [[Chatti|Catos]], começou uma campanha contra os Queruscos. Recebeu um chamamento de socorro de Segestes, que estava sendo sitiado por Armínio. Segestes foi resgatado com um grupo de familiares e pessoas ao seu cargo, incluindo a [[Tusnelda]], a filha de Segestes e a esposa de Armínio. Germânico deu-lhes terras na Gália. A seguir encontrou o local onde decorrera a batalha da floresta de Teutoburgo. Os seus homens enterraram os mortos e construíram um montículo funerário.
 
Uma série de batalhas seguidas infligiram fortes baixas aos Romanos. Armínio parecia estar ganhando a dianteira, mas em [[16]] d.C., Germânico derrotou Armínio na [[Batalha do rio Weser]] e em [[18]] na [[Batalha dos Muros Angrivarianos]], mas Armínio não foi capturado pelos romanos. Em [[19]], [[Adgandéstrio]], um chefe dos [[Chatti|Catos]], pediu a Roma veneno para matar Armínio. A petição foi denegada por "nobreza" pois (segundo refere [[Tácito]]) "Os romanos vingam-se dos seus inimigos, não com trucos, mas pela força das armas". Armínio envolveu-se cada vez mais em disputas tribais, os seus opositores o acusaram de tratar de converter-se em rei. Em [[21]], Armínio "sucumbiu à traição pelas suas relações" (segundo Tácito), e um cliente foi designado rei dos germanos por Roma.
 
==Consequências==
Depois da morte de Armínio, os romanos abandonaram os Queruscos aproximadamente à sua sorte. Em [[47]|47 d.C.], os Queruscos pediram a Roma que enviasse a Itálico, o sobrinho de Armínio, para se converter em rei, pois a guerra civil terminara com os seus nobres. Num primeiro momento não foi, mas pronto caiu em favor.
 
Sob o prudente [[imperador romano|imperador]] [[Adriano]] foi construído o [[Limes]] ou limite, uma fortificação criada para fechar a brecha entre as duas fronteiras fluviais e previr ataques posteriores e levantamentos na instável Germania Ulterior.
 
==Possível origem celta==
O nome "Querusco" aponta para uma origem celta da tribo, pois termina de maneira similar à de outros nomes de tribos celtas, como os Nóricos, Taúricos e Escordiscos, ao qual se acrescenta terem costumes de hábitat e guerreiros que os aparentavam, mais que nada, com os Galos. Sabe-se de celtas que viviam na atual Alemanha desde antes das migrações germânicas, cambiando a composição étnica da região. A germanização destas tribos celtas pré-germânicas teria-se produzido paulatinamente. Outras tribos na Germania eram de origem celta, incluindo os Cimbrios, Ambrones, Sicambrios, Volcos, Teutões e Boios (na [[Boemia]]).<ref>http://www.sacred-texts.com/cla/tac/a12020.htm {{en}}</ref><ref>http://www.runestone.org/armin.html {{en}}</ref>
 
==Referências==
<references/>
 
=={{Bibliografia}}==
*TÁCITO, Cornélio e GRANT, Michael. '' The Annals of Imperial Rome '' . Nova York: Penguin Books, 1989.
*CÉSAR, Júlio et.al. ''De Bello Gallico''.