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Tendo Angra e Lisboa seguido caminhos diferentes, assumindo-se ambas as cidades como capital de cada um dos partidos em que Portugal se dividiu durante as [[guerras liberais]], o bispo permaneceu naturalmente em Lisboa, sendo considerada ''persona non grata'' na sua diocese. Considerado inimigo dos direitos inauferíveis da rainha D. [[Maria II de Portugal]], mantendo-se refugiado em Lisboa e sofrendo na diocese os maiores insultos.
 
Quando D. [[Pedro IV de Portugal|Pedro de Bragança]] se instalou nos Açores, uma das principais reivindicações dos liberais açorianos era a nomeação de um bispo liberal, que aceitasse as novas regras democráticas entretanto instituídas. NA impossibilidade de nomear um bispo, face ao não reconhecimento do novo regime pela [[Santa Sé]] e à certeza de que seria negada a bula de confirmação, D. Pedro, por carta régia de [[30 de Maio]] de [[1832]], nomeou governador temporal e visitador geral do Bispado, ''por ausência e rebeldia do bispo'', o bacharel [[Bernardo do Canto Machado de Faria e Maia]], prior da [[MatrizIgreja de São Sebastião (Ponta Delgada)|Matriz de São Sebastião]] de [[Ponta Delgada]]. Este prior pertencia a uma das mais importantes famílias terratenentes da [[ilha de São Miguel]], sendo a sua nomeação um prémio ao apoio familiar concedido à causa liberal. A nomeação foi deveras controversa, não colhendo a aceitação do Cabido nem da generalidade do clero da [[Terceira]] e das restantes ilhas.
 
Quando os liberais entraram em Lisboa, em [[1834]], o bispo foi naturalmente preso às ordens do governo constitucional, ficando detido durante sete meses no [[Convento de São Vicente de Paula]], em [[Rilhafoles]]. Culminavam assim 8 anos de ausência da diocese, durante os quais as mudanças tinham sido imensas, com a Igreja Católica a perder boa parte da sua influência política e património, com as ordens religiosas extintas e boa parte das obrigações e capelas de ''mão morta''’ a serem libertadas desse ónus, com manifesto prejuízo da diocese. Até os Sermões da Tábua, que se faziam nas festividades de rito inferior e que em grande número se celebravam na Sé, foram extintos em [[1835]].
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Embora a idade não lhe permitisse tomar parte no [[Primeiro Concílio do Vaticano]], ainda assim defendeu a [[Infalibilidade Pontifícia]] na definição ''ex cathedra'' de tudo o que pertence à fé e aos costumes.
 
Em [[1870]], aos 83 anos, doente, solicitou a nomeação como coadjutor do seu particular amigo e braço direito, o vigário geral Dr. Ferreira de Sousa, que lhe foi negado. Perante a recusa, nomeou, a [[31 de Maio]] de [[1870]], o referido vigário geral como governador do Bispadobispado e retirou-se para a Quinta da Misericórdia, no lugar do Pico da Urze, arredores de Angra. Faleceu naquela quinta a [[28 de Julho]] seguinte.
 
Face a lei que proibia os tradicionais enterramentos na Sé, foi o primeiro bispo a ser sepultado no cemitério de Nossa Senhora do Livramento, onde lhe foi erigido, por subscrição pública, um [[mausoléu]] para onde transitaram os seus restos mortais. Conta-se que ao passar o enterro no Alto das Covas uma pomba branca pousara sobre o ataúde.
 
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