Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea: diferenças entre revisões

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Este foi, de facto, o 1.º dicionário completo que a ACL logrou publicar.
Mega Ferreira limita-se a relatar o que se passa e a manifestar a sua agústia com a polémica. Não é uma opinião contrária, nem favorável.
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O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (DLPC) é o resultado de 13 anos de intenso labor da Academia das Ciências de Lisboa, com o apoio da [[Fundação Gulbenkian]] e do [[Ministério da Educação (Portugal)|Ministério da Educação]] [[Portugal|português]], sob a direcção de [[João Malaca Casteleiro]], professor catedrático da [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]], membro da Academia das Ciências e presidente do seu Instituto de Lexicologia e Lexicografia até 2006.
 
Este dicionário teve, ninguém o pode negar, a virtude de pôr termo a uma ''impotência lexicográfica''<ref>[http://www.ciberduvidas.pt/controversias.php?rid=1840 Tempestade na Academia] de António Mega Ferreira</ref> da Academia que se revelava na sua incapacidade crónica em lograr publicar um dicionário completo da língua portuguesa, de A a Z. A primeira tentativa ocorreu ainda no [[século XVIII]], sendo editado um colossal volume mas que abordava apenas a letra A, terminando na palavra "azurrar", o que deu origem, pelos séculos seguintes, aos mais humorísticos e mordazes comentários. A segunda tentativa, já em [[1976]], a cargo do Prof. [[Jacinto do Prado Coelho]], não teve melhor sorte<ref>[http://www.novacultura.de/academia.html Nova Cultura] - "O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea) constitui a realização de um projecto com mais de 200 anos de existência".</ref>.
 
Trata-se de um dicionário do ''português contemporâneo'', ou seja, as entradas seleccionadas correspondem aos vocábulos activos na língua portuguesa e reflectem a sua utilização no quotidiano. Para além da definição e explicação das palavras, inclui a sua [[etimologia]], a transcrição [[fonética]], apresenta exemplos da palavra em vários contextos que espelham as suas múltiplas utilizações (textos literários, científicos, etc.), para além da indicar os [[sinónimo]]s puros ou aproximados.
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Privilegiando o [[português europeu]] e seguindo a normas ortográficas em vigor em [[Portugal]], é uma obra que, no entanto, extravasa as fronteiras nacionais do país, procurando reflectir o português contemporâneo falado em quatro continentes, pelo que inclui brasileirismos, africanismos e asiaticismos. Assume os estrangeirismos de uso corrente (''copyright'', ''franchising'', ''know-how'', ''leasing'', ''marketing'', ''takeaway'', etc.) e procura normalizar outros (''ateliê'', ''brífingue'', ''croissã'', ''lóbi'', ''plafom'', ''stresse'', etc.). Este último aspecto causou bastante celeuma pelas soluções propostas.
 
O dicionário foi editado em [[2001]] pela [[Editorial Verbo]], em 2 volumes de perto de 4 mil páginas, contendo cerca de 270 mil vocábulos, 70 mil entradas lexicais, 170 mil acepções, mais de 100 mil sinónimos e antónimos e mais de 33 mil abonações de autores de língua portuguesa oriundos de [[Angola]], [[Brasil]], [[Cabo Verde]], [[Guiné-Bissau]], [[Macau]], [[Moçambique]], [[Portugal]], [[São Tomé e Príncipe]] e [[Timor-Leste]] e recolhidas na imprensa escrita. A sua publicação gerou grande controvérsia na opinião pública, tendo diversas personalidades do panorama cultural português apontado lacunas e deficiências. <ref>[http://www.ciberduvidas.com/controversias.php?rid=886 Reflexões acerca do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa]</ref> <ref>[http://www.ciberduvidas.pt/controversias.php?rid=1840 Tempestade na Academia]</ref>
 
Apesar da polémica gerada aquando da sua publicação, o Dicionário da Academia nunca foi revisto e encontra-se envolvido em escândalos e contendas judiciais, tendo Malaca Casteleiro sido alvo de críticas violentas por parte do Presidente da Academia das Ciências de Lisboa <ref>[ http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=639622 Presidente da Academia das Ciências ataca trabalho de Malaca Casteleiro]</ref>. Em 2006, Fernando Guedes, responsável da Verbo, pela editora que publicou o dicionário, declarou: « Apesar de ser uma obra carismática e de referência, o Dicionário tem falhas, tem lacunas e precisa de ser urgentemente revisto e aumentado, de preferência já em 2007.» Malaca Casteleiro recusou-se a fazer a respectiva revisão <ref>[http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=639559 Falta verba para actualizar o Dicionário da Academia]</ref>. Malaca Casteleiro foi substituído em 2006 na presidência do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia na sequência da elaboração de dicionários comerciais conformes ao Acordo Ortográfico de 1990, publicados (em 2008) pela Texto Editores — o Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa e o Novo Dicionário da Língua Portuguesa. <ref>[http://pt.textoeditores.com/index.jsp?p=31&idNoticia=6401 Os primeiros dicionários do Acordo Ortográfico]</ref>