Coletivização forçada na União Soviética: diferenças entre revisões

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Contudo o emprego da expressão '' segunda revolução'' deliberadamente ignora-se, na melhor das hipóteses, ou falsificava-se na pior, o processo de revolução socialista no campo que ocorrera simultaneamente a revolução urbana naquele mesmo período de 1917-18, manifestado a partir das ocupações de terra e das ordens de expropriações efetuadas por sovietes rurais, e ao final culminara com o decreto da terra emitido pelo Conselho de [[Comissário do Povo]], redigido pelo próprio [[Lênin]], que nacionalizara o solo, mas dava direitos a arrendamento individual por pequeno e médios produtores.
 
==Base teórica:A "industrialização acelerada"==
 
Várias lideranças do Partido Comunista e da administração da economia nacional tinham posição contrária a continuidade da [[NEP]]. O diagnóstico era que a industrialização russa passava por uma forte necessidade de investimentos, cujos efeitos (por exemplo, geração de renda) se sentiriam antes do aumento da produção. Logo, uma onda inflacionária colocariacolocava em risco a aliança operário-camponesa. Era preciso criar condições para que a economia soviética, que ainda estava na [[etapa primária do socialismo]], pudesse se desenvolver sem essas ameaças. Somente através de uma acumulação socialista primitiva efetuada por uma industrialização acelerada se garantiria que a “etaparevolução. primária do socialismo”, estágio pelo que se encontrava a URSS, no desenvolvimento da superestrutura e infra-estrutura na formação social da URSS se desse de forma harmônica.
 
A acumulação socialista primitiva partia do princípio de que o processo de financiamento do desenvolvimento da economia soviética seria impossível nos quadros de uma economia isolada (impossibilidade de acumular divisas estrangeiras), logo a indústria (setor socializado) por si só se via sem condições de “puxar” o processo de acumulação e financiamento. Assim, a acumulação socialista primitiva se faria nos marcos de trocas desiguais entre a agricultura e a indústria, entre o setor sobre-acumulado e dominado pela pequena-propriedade capitalista e o setor subdesenvolvido e dominado pela propriedade estatal. Os problemas de inflação e do financiamento do investimento que a URSS vivenciara ao longo da década de 1920 seriam resolvidos pela industrialização, financiada pela transferência do excedente da agricultura e do pequeno comércio, efetuadadesviando desvio doo capital acumulado no comércio e na agricultura, que acabaria no consumo da pequena-burguesia, empara o investimento industrial. EsseSomente processoatravés seriade viabilizadouma peloindustrialização planejamentoacelerada efetuada pela acumulação socialista primitiva se centralgarantiria (que ditariaa “etapa primária do preçossocialismo”, impostosestágio diferenciadospelo eque orçamentose paraencontrava projetosa estatais)URSS, no desenvolvimento da superestrutura e pelainfra-estrutura própriana industrializaçãoformação aceleradasocial da economiaURSS se desse de forma harmônica.
 
A teoria da [[acumulação socialista primitiva]], elaborada pelo [[economista]] e membro da [[Oposição de Esquerda]], [[Preobrajenski]], partia do princípio de que o processo de financiamento do desenvolvimento da economia soviética seria impossível nos quadros de uma economia isolada (impossibilidade de acumular divisas estrangeiras), logo a indústria (setor socializado) por si só se via sem condições de “puxar” o processo de acumulação e financiamento. Assim, a acumulação socialista primitiva se faria nos marcos de trocas desiguais entre a agricultura e a indústria, entre o setor sobre-acumulado e dominado pela pequena-propriedade capitalista e o setor subdesenvolvido e dominado pela propriedade estatal. Esse processo seria viabilizado pelo planejamento central (que ditaria preços, impostos diferenciados e orçamento para projetos estatais) e pela própria industrialização acelerada da economia.
 
A conseqüência lógica da teoria da acumulação socialista primitiva, ao defender a industrialização acelerada e o planejamento central, é que seria evitável qualquer hipótese de coletivização forçada, que consiste numa acumulação de capitais pela apropriação não-econômica de recursos dos camponeses e dos pequenos comerciantes, obtidos pelas expropriações das suas propriedades e bens, como acabou empreendendo o stalinismo no fim do ano de [[1929]], quando reverteu sua política anterior.
 
Preobrajenski criticou em um artigo de 1931 a "via stalinista" para a industrialização.
 
==A Coletivização forçada como virada ideológica de Stálin==