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Considerado um [[Oxalá]] muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo [[reumatismo]]. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um ''paxorô'' (ou ''opaxorô''), grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um [[pássaro]] e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Considerado como o Orixá da [[Paz]], da [[paciência]], tudo que se refere à Oxalá é ligado a calma e a tranquilidade. Sua cor é o [[branco]] e seus filhos não podem usar roupa preta, vermelha e tons escuros. Seu dia da semana é a [[sexta-feira]], e por respeito ao pai mais velho, todo povo-de-santo usa branco nesse dia. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
 
O '''Igbin''', que é chamado o boi de Oxalá, é sua oferenda favorita juntamente com o [[Ebô]]. E Igbin também é o nome do toque dedicado à Oxalá. E [[As Águas de Oxalá]] é a sua principal festa realizada sempre no mês de [[janeiro]] nas principais casas tradicionais da [[Bahia]].
 
==África==
[[Imagem:Oxalufan.jpg|150px|hight|thumb|'''Oxalufan''' - escultura de [[Carybé]] em madeira, em exposição no [[Museu Afro-Brasileiro]], [[Salvador]], [[Bahia]], [[Brasil]]]]
'''Oxalufon''', ou '''Orìsà Olúfón''', segundo relato de [[Pierre Fatumbi Verger|Pierre Verger]], na [[África]] é velho e sábio, cujo [[templo]] é em [[Ifon]], pouco distante de [[Osogbo|Oxogbô]]. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranqüilatranquila, que se caracteriza pela presença de numerosos [[templos]], [[igreja católica|igrejas católicas]] e [[protestantes]] e [[mesquita]]s que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de [[monoteísmo]]s importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana [[iorubá]] consagrado a [[OrixaNláOrixanlá|Orìsànlá]] só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis [[sacerdotes]], os ''Ìwèfà méfà'' (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìsà Olúfón.
 
A cerimônia de saudações ao rei de dezesseis em dezesseis dias pelos ''Ìwèfà'' e pelos ''Olóyè'' chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O rei Olúfón espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os ''Olóyè'' avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande [[cajado]]. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida os ''Olóyè'' e os ''Ìwèfà'' vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o deus.