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Sob o fundador do [[Império Romano]], [[Augusto]], a elite senatorial foi constituída como uma ordem separada e com estatuto e privilégios superiores aos cavaleiros. As duas ordens aristocráticas, compostas principalmente por Italianos, dominavam os postos administrativos e militares mais altos no governo imperial até ao século III. Nesse século, o poder mudou para uma secção dos cavaleiros que incluía oficiais com carreira militar e que tomaram o lugar dos aristocratas Italianos.
 
== Era real (753 a- 509 a.C.)==
 
De acordo com a lenda Romana, Roma foi fundada pelo seu primeiro rei, [[Rómulo]], em 753 a.C.. Contudo, provas arqueológicas sugerem que Roma não era uma cidade-estado unida até 625 AC.<ref>Cornell (1995) 94, 102</ref> Segundo o historiador Romano [[Tito Lívio]], Rómulo estabeleceu um regimento de cavalaria de 300 homens chamados ''[[Celeres]]'' ("Céleres") para agirem como a sua escolta pessoal, e cada uma das três tribos originais de Roma (os Ramnes, Tities e Luceres) deu uma ''centuria'', ou seja, um grupo de 100 homens, e mais 1000 para fazerem de infantaria do exército.<ref>Lívio I.15, 36</ref> Este regimento de cavalaria foi supostamente redobrado para 600 homens pelo rei [[Tarquínio Prisco]] (datas convencionais de 616-578 a.C.).<ref>Lívio I.36</ref> P. Fraccaro interpreta as reformas Sérvias feitas ao exército como sugerindo que sob o rei [[Sérvio Túlio]] (r. 578-535 a.C.), a infantaria [[hoplita]] (com armadura) foi também redobrada em tamanho para uma única [[Legião romana|legião]] de 6,000, que, juntamente com 2,400 ''[[velites]]'' (infantaria sem armadura) e cavalaria de 600 homens faz um total de 9,000 ''iuniores'' (homens entre os 16 e 45 anos).<ref>Cornell (1995) 181-2</ref> Até recentemente, a teoria de Fraccaro não era muito aceite porque a teoria dominante dos anos 60 era a de [[A. Alfoldi]], que dizia que Roma era um acampamento insignificante até 500 a.C. e não podia ter tido um exército tão poderoso (ou cavalaria) na era real.<ref>Cornell (1995) 209</ref> Mas arqueologia recente estabeleceu que Roma era uma das maiores cidades na região do Mediterrâneo no período de 625-500 a.C.. Com uma população estimada de 35,000 habitantes, uma soma militar de 9,000 é plausível.<ref>Cornell (1995) 204-7</ref> Segundo Lívio, Sérvio Túlio também criou mais 12 ''centuriae'' de cavalaria.<ref>Lívio I.43</ref> Mas isto é improvável, visto que acrescentar a cavalaria para 1,800 cavalos era demasiado, quando comparado com uma infantaria de 8,400 homens (na Itália peninsular, a cavalaria normalmente constituía cerca de 8% de um exército).<ref>Baseado em números em Políbio II.24</ref>. Isto é confirmado pelo facto que no início da República, a cavalaria continuou a ser feita por 600 pessoas (2 legiões com 300 cavalos cada uma).<ref>Cornell (1995) 193</ref> Aparentemente, os cavaleiros recebiam dinheiro do estado para comprar um cavalo para o serviço militar e comida para o animal. Isto era conhecido como um ''equus publicus''.<ref>Lívio I.43</ref>
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Uma questão importante é se a cavalaria real vinha exclusivamente dos [[Patrícios]] (''patricii''), a aristocracia da Roma antiga que era puramente hereditária.<ref>Cornell (1995) 245</ref>Esta é a opinião da maioria dos historiadores, a começar com [[Mommsen]]. Áparte da associação tradicional da aristocracia com cavalos, as provas para esta opinião é o facto que, durante a República, 6 ''centuriae'' de equites na ''[[comitia centuriata]]'' (assembleia eleitoral) manteram os nomes das 6 ''centuriae'' reais originais.<ref>Lívio I.43</ref> Estas são provavelmente as ''centuriae'' de nobres patrícios na ''comitia'' mencioned pelo lexicologista [[Festus]]. Se esta hipótese estiver correcta, implica que a cavalaria era exclusivamente patrícia (e portanto hereditária) no período real.<ref>Cornell (1995) 250 (apesar de Cornell considerar as provas como sendo talvez insuficientes)</ref>
 
== Inícios da República (509 - 338 a.C.) ==
 
É normalmente aceite que a monarquia Romana foi abolida por um golpe de estado patrício, provavelmente provocado pelas medidas populistas a favor da classe plebeia feitas pelo governo monárquico. De facto, Alfoldi sugere que o golpe foi feito pelos próprios ''Celeres''.<ref>Cornell (1995) 238, 446 note 32</ref> De acordo com a interpretação de Fraccaro, quando a monarquia Romana foi substituída por dois ''praetores'' (mais tarde chamados cônsules) eleitos anualmente, o exército real foi dividido igualmente entre eles para as suas respectivas campanhas, e se isto for verdade, então explica porque é que mais tarde Políbio diz que uma das legiões de cavalaria tinha 300 homens.<ref>Cornell (1995) 182</ref>