Guilherme de Rubruck: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Linha 1:
[[Imagem:Route rubrouck 1253 55.JPG|thumb|420px|Rota da viagem de Guillaume de Rubrouck, realizada entre [[1253]] a [[1255]].]]
'''WilliamGuilherme de Rubruck''' (em [[Língua flamenga|flamengo]]: ''Willem van Ruysbroeck''; em [[Língua francesa|francês]]: ''Guillaume de Rubrouck''; [[FrançaRubrouck]], c. [[1220]] - c. [[1293]]) foi um [[monge]] [[Ordem dos Frades Menores|franciscano]] [[Flandres|flamengo]], [[missionário]] e [[explorador]], autor de um relato importante sobre suas viagens pela [[Ásia]], obra de destaque na literatura [[Geografia|geográfica]] [[Idade Média|medieval]].
 
Nascido em [[Rubrouck]], [[Flandres (condado)|Flandres]],<ref>Atualmente na [[Regiões da França|região]] de [[Nord-Pas-de-Calais]] da [[França]].</ref> também é conhecido como Guilherme de Rubruk, William of Rubruk, Willem van Ruysbroeck, Guillaume de Rubrouck ou Willielmus de Rubruquis.
 
==Missão==
WilliamGuilherme acompanhou o [[Rei da França|rei]] [[Luís IX da França]] na [[Sétima Cruzada]], em [[1248]]. Em [[7 de maio]] de [[1253]], sob ordens de Luís, partiu de [[Constantinopla]] numa viagem missionária para converter os [[tártaros]], seguindo a rota de uma viagem anterior do missionário [[Hungria|húngaro]] [[frei Juliano]]. No grupo de WilliamGuilherme estava Bartolomeo da Cremona, um criado chamado Gosset, um [[intérprete]] chamado de ''Homo Dei'' ("homem de [[Deus]]", em [[latim]], tradução literal do [[Língua árabe|árabe]] ''[[Abdullah]]'').
 
==Viagens==
Depois de alcançar a cidade de [[Sudak]], na [[Crimeia]], WilliamGuilherme continuou sua jornada em [[carro de boi|carros de boi]]. Após cruzar o [[rio Don]], encontrou-se com [[Sartaq Cã]], soberano do [[Canato de Kiptchak]]. O Cã enviou WilliamGuilherme a seu pai, [[Batu Cã]], em [[Sarai (cidade)|Sarai]], próximo ao [[rio Volga|Volga]]. Cinco semanas mais tarde, depois de sua partida de Sudak, chegou ao acampamento de Batu Cã, soberano mongol da região do Volga, que recusou-se a ser convertido, porém enviou seus [[embaixador]]es ao grande [[Mangu Cã]] mongol. Partiu a [[cavalo]], juntamente com seus companheiros, em [[16 de setembro]] de [[1253]], numa viagem de 9.000 [[quilômetro]]s até a corte do [[Grande Cã]], em [[Caracórum]]. Ao chegar foi recebido com honras, e ficou no acampamento do Cã até [[10 de julho]] de [[1254]], quando iniciou sua longa viagem de volta. WilliamGuilherme e seus companheiros chegaram ao [[Estado Cruzado]] de [[Trípoli (Líbano)|Trípoli]] em [[15 de agosto]] de [[1255]].
 
WilliamGuilherme de Rubruck integrou a quarta missão europeia aos mongóis; antes dele [[Giovanni da Pian del Carpine]] e [[Ascelino da Lombardia]], em [[1245]], e [[André de Longjumeau]], em 1249, haviam sido enviados. O rei foi encorajado a enviar outra missão depois de relatos da presença de [[Cristianismo|cristãos]] [[nestorianismo|nestorianos]] na corte mongol.
 
==Relato==
Ao retornar, WilliamGuilherme presentou o rei com um relato muito claro e preciso, intitulado ''Itinerarium fratris Willielmi de Rubruquis de ordine fratrum Minorum, Galli, Anno gratia 1253 ad partes Orientales''. Nele descreveu as peculiaridades da [[Mongólia]], fez várias observações geográficas, o que faz da obra a primeira descrição científica da [[Ásia Central]], além de observações [[Antropologia|antropológicas]], como ao manifestar surpresa com a presença do [[Islão|islamismo]] na [[Ásia Interior]].<ref>{{cite book|last=De Weese|first= Devin A.|title=Islamization and Native Religion in the Golden Horde|publisher=Penn State Press|year=1994|isbn=0-271-01073-8|page=3}}</ref>
 
WilliamGuilherme também respondeu a uma questão antiga para os europeus da época, ao passar pelo norte do [[mar Cáspio]] e provar que ele era um mar interno, e não desaguava no [[oceano Ártico]] (embora os primeiros exploradores [[Escandinávia|escandinavos]] já o possam ter descoberto, ele foi o primeiro a relatar o fato).
 
A obra de WilliamGuilherme está dividida em 40 capítulos; os dez primeiros relatam observações gerais sobre os mongóis e seus costumes. Os capítulos de 11 a 40 apresentam um relato do percurso e dos eventos da viagem. William de Rubruck, bom observador e escritor, costumava fazer muitas perguntas durante sua viagem, e não tomava [[folclore]] e [[fábula]]s como verdades; seu relatório é uma das grandes obras-primas da literatura geográfica medieval, comparável à de [[Marco Polo]] - embora sejam significantemente diferentes.
 
A um certo ponto de sua estada entre os mongóis, WilliamGuilherme entrou numa célebre competição realizada na corte mongol, onde o cã encorajou um debate formal entre [[cristianismo|cristãos]], [[budismo|budistas]] e [[Islão|muçulmanos]], para determinar qual fé estaria correta, de acordo com três juízes, um de cada fé. O debate atraiu uma grande multidão e, como na maior parte dos eventos mongóis, envolvia grande quantidade de [[Bebida alcoólica|álcool]]. Como foi descrito por [[Jack Weatherford]] em seu livro ''[[Genghis Khan and the Making of the Modern World]]'':
 
{{bquote|Nenhum dos lados parecia convencer o outro de nada. Finalmente, à medida que os efeitos do álcool tornaram-se mais fortes, os cristãos desistiram de tentar convencer qualquer um com argumentos lógicos, e passaram a cantar. Os muçulmanos, que não cantavam, responderam recitando em voz alta o [[Corão]], tentando abafar o som dos cristãos, enquanto os budistas entraram em meditação silenciosa. Ao fim do debate, incapazes de converter ou matar-se uns aos outros, concluíram da maneira em que a maior parte era concluída, com todo mundo simplesmente bêbado demais para prosseguir.<ref>{{cite book|first=Jack |last=Weatherford|title=Genghis Khan and the Making of the Modern World|page=173}}</ref>}}
Linha 30:
==Bibliografia==
===Fontes primárias===
O relato de Guilherme de Rubruck foi editado e traduzido para o inglês por [[Richard Hakluyt]] em 1598-1600. O relato completo foi editado pela Société de Géographie no ''Recueil de voyages et de mémoires'', IV (Paris, 1893), que foi traduzido para o inglês por Rockhill, ''The Journey of William of Rubruk to the Eastern Parts'' (London, 1900, ISBN 0-8115-0327-5). A [[Hakluyt Society]] lançou uma tradução atualizada em 1990.
*[http://etext.library.adelaide.edu.au/h/hakluyt/voyages/rubruquis/ The iournal of frier William de Rubruquis''] ed. Richard Hakluyt, Biblioteca da [[Universidade de Adelaide]]. tradução de 1598, inclui o original em latim.
* [http://depts.washington.edu/silkroad/texts/rubruck.html ''William of Rubruck's Account of the Mongols''], Silk Road Seattle, [[Universidade de Washington]]. A partir da tradução de 1900 de Rockhill.
Linha 37:
===Fontes secundárias===
*[http://www.newadvent.org/cathen/13217a.htm "William Rubruck"] - [[Catholic Encyclopedia]].
*[http://depts.washington.edu/silkroad/maps/rubruck.html MapMapa ofda Rubruck'srota Routede Rubruck], Silk Road Seattle, University of Washington
*[http://www.theotherside.co.uk/tm-heritage/visit/visit-cassel-mongolia.htm Museu Rubrouck]
*"Willem Van Ruysbroeck" - ''[[Encyclopedia Britannica]]''.