Cruzadas do Norte: diferenças entre revisões

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{{Cruzadas}}
As '''Cruzadas do Norte'''<ref name=Christiansen>{{cite book|last=Christiansen|first=Erik|title=The Northern Crusades|year=1997|publisher=Penguin Books|location=London|pages=287|isbn=0-14-026653-4}}</ref> ou '''Cruzadas do Báltico'''<ref>{{cite book|last=Hunyadi|first=Zsolt|coauthors=József Laszlovszky|title=The Crusades and the Military Orders: Expanding the Frontiers of Medieval Latin Christianity|year=2001|publisher=Central European University Press|location=Budapest|pages=606|isbn=9639241423}}</ref> foram [[cruzada]]s empreendidas pelos reis [[Igreja Católica Apostólica Romana|católicos]] da [[Dinamarca]] e [[Suécia]], pelas [[Ordem militar|Ordens militares]] alemãs dos [[Irmãos Livônios da Espada|Livonianos]] e dos [[Cavaleiros Teutônicos|Teutônicos]], e por seus aliados contra os povos [[Paganismo|pagãos]] da [[Europa Setentrional]] localizados próximos das costas sul e leste do [[Mar Báltico]]. As campanhas suecas e alemãs contra os [[Igreja Ortodoxa|cristãos ortodoxos orientais]] [[Rússia|russos]] são algumas vezes também consideradas parte das Cruzadas do Norte.<ref name=Christiansen/> <ref name=Urban>[http://www.the-orb.net/encyclop/religion/crusades/cruurban.html ''An Historical Overview of the Crusade to Livonia'' por William Urban]</ref>
Algumas dessas guerras foram chamadas de cruzadas durante a [[Idade Média]], mas outras, incluindo a maioria das [[Primeira Cruzada Sueca|suecas]], foram pela primeira vez intituladas de cruzadas por historiadores [[Nacionalismo romântico|nacionalistas românticos]] do [[século XIX]].
 
== Antecedentes ==
O ponto de partida oficial para as Cruzadas do Norte foi a convocação feita pelo [[Papa Celestino III]] em 1193; porém os reinos [[Cristianismo|cristãos]] da [[Escandinávia]] e o [[Sacro Império Romano-Germânico]] já haviam, anteriormente a isto, iniciado um movimento para subjugar seus vizinhos pagãos. Os povos não-cristãos que foram alvos das campanhas em várias épocas são:
* os [[Vendos]] e [[Rügen|Ruguianos]] [[eslavos]], de [[Rügen]], [[Pomerânia]] e [[Mecklemburgo]] (em 1147 pelos [[dinamarqueses]], e mais tarde também pelos [[saxões]] e [[poloneses]]),
* os povos da (atual) [[Finlândia]] em 1154 ([[Finlândia Própria]]; questionável), 1249? ([[Tavástia]]) e em 1293 ([[Carélia finlandesa|Carélia]]) (pelos [[suecos]], embora a [[cristianização]] de [[Velikiy Novgorod|Novgorod]] tenha se iniciado mais cedo),
* os [[Estonianos]], [[Latgálios]] e os [[Livonianos]] (pelos [[alemães]] e [[dinamarqueses]], 1193&ndash;12271193–1227),
* os [[Lituanos]] (pelos [[alemães]], sem sucesso, no início do século XIV-1316),
* os [[Curonianos]] e os [[Semigálios]],
* os [[Antigos Prussianos]],
* os [[Eslavos polabianos|Vendos polabianos]] e os [[Abroditas]] (entre os rios [[Rio Elba|Elba]] e [[Rio Oder|Oder]]).
 
O conflito armado entre os [[Bálticos]] e os [[Eslavos]], que espalhou-se pela costa do Mar Báltico envolvendo seus vizinhos [[saxões]] e [[dinamarqueses]] do norte e do sul, foi um acontecimento comum por vários séculos antes mesmo das cruzadas. As batalhas aconteciam em grande parte motivadas pelas tentativas de destruição de castelos, controle das [[Rota de comércio|rotas de comércio]] marítimas e obtenção de vantagens econômicas na região, e as cruzadas basicamente continuaram esse padrão de conflito, embora agora inspiradas e prescritas pelo [[Papa]] e empreendidas pelos cavaleiros papais e monges armados. As primeiras campanhas aconteceram paralelamente à [[Segunda Cruzada]] à [[Terra Santa]] no meio da [[década de 1100]] e continuou irregularmente até o [[século XVI]].
 
== Subjugação dos Livonianos, Latgálios e Estonianos ==
No [[século XII]], os povos que habitavam as terras atualmente conhecidas por Estônia, Letônia e Lituânia formavam um enclave pagão entre os emergentes e poderosos Estados cristãos &ndash; [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]] à Leste e [[Igreja Católica Apostólica Romana|católicos romanos]] à Oeste. A diferença de credos era uma razão deles ainda não terem sido convertidos. Durante um período de mais de 150 anos, que termina com a chegada dos cruzados [[alemães]] à região, a Estônia foi atacada treze vezes pelos principados russos e também por dinamarqueses e suecos. Os Estonianos, por sua vez, fizeram incursões na Dinamarca e na Suécia. Existiram tentativas pacíficas, pelos cristãos ocidentais, para a conversão dos Estonianos, iniciadas com missões enviadas por [[Adalberto de Hamburgo|Adalberto]], Arcebispo de [[Arquidiocese de Bremen|Bremen]] em 1045-1072. Contudo, esses esforços de paz parecem terem tido muito pouco sucesso.
[[ImagemFicheiro:Baltic Tribes c 1200.svg|thumb|350px|right|As [[Bálticos|tribos bálticas]], por volta de 1200 [[Anno Domini|AD]], pouco tempo antes das Cruzadas do Norte. Os Bálticos Orientais são representados por tons de marrom enquanto que os Bálticos Ocidentais aparecem em tons de verde. As fronteiras são aproximadas.]]
 
Seguindo na esteira dos mercadores alemães, que navegavam agora pelas antigas rotas de comércio dos [[Vikings]], um monge chamado Meinhard desembarcou na foz do [[rio Daugava]], na atual Letônia, em 1180 e foi feito bispo em 1186. O Papa ordenou uma cruzada contra os pagãos [[Bálticos]] em 1193 e uma expedição de cruzados comandados pelo sucessor de Meinhard, o bispo Bertoldo, desembarcou na Livônia (parte da atual Letônia, cercando o [[Golfo de Riga]]) em 1198. Embora os cruzados vencessem sua primeira batalha, o bispo Bertoldo foi ferido mortalmente e os cruzados foram repelidos.
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==Prússia e Lituânia==
===As campanhas de Konrad da Mazóvia===
 
[[Konrad I da Mazóvia|Konrad I]], o Duque polonês da [[Mazóvia]], tentou sem sucesso conquistar os pagãos da [[Prússia]] nas cruzadas de [[1219]] e de [[1222]].<ref>{{cite book|last=Lewinski-Corwin|first=Edward Henry|title=A History of Prussia|publisher=The Polish Book Importing Company|location=New York|year=1917|pages=628|url=http://books.google.com/books?vid=OCLC00626738&id=Ec4eAAAAMAAJ&printsec=titlepage&dq=lizard+union#PRA2-PA45,M1}}</ref>
 
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Sujeito aos constantes contra-ataques prussianos, Konrad quis fortalecer as defesas da parte norte do [[Ducado da Mazóvia]] nessa sua luta de fronteiras da Terra de Chełmno. A Mazóvia tinha sido conquistada apenas no [[século X]] e nativos Prussianos, [[Sudovianos]] e Lituanos ainda viviam no território, onde não existiam limites definidos de terras. Sua fragilidade militar levou Konrad a convidar os [[Cavaleiros Teutônicos]] a participarem das lutas na Prússia.
 
=== A Ordem Teutônica ===
[[ImagemFicheiro:nevsky2.jpg|thumb|200px|Os Cavaleiros Teutônicos em [[Pskov]], em 1240. Cena do filme ''[[Alexander Nevsky (filme)|Alexander Nevsky]]'' de [[Sergei Eisenstein]].]]
 
[[Imagem:nevsky2.jpg|thumb|200px|Os Cavaleiros Teutônicos em [[Pskov]], em 1240. Cena do filme ''[[Alexander Nevsky (filme)|Alexander Nevsky]]'' de [[Sergei Eisenstein]].]]
 
As Cruzadas do Norte forneceram uma razão para o crescimento e expansão da [[Ordem Teutônica]] dos cavaleiros cruzados [[alemães]] que havia sido fundada na [[Palestina]] no final do [[século XII]]. Devido ao sucesso dos [[Islão|muçulmanos]] na Terra Santa, a Ordem buscou novas missões na Europa. O Duque [[Konrad I da Mazóvia]], na região centro-oeste da [[Polônia]], apelou para que os Cavaleiros defendessem suas fronteiras e subjugassem os [[Prussianos|prussianos bálticos]] pagãos em 1226. Depois da subjugação dos Prussianos, os Cavaleiros Teutônicos lutaram contra a Polônia e o [[Grão-Ducado da Lituânia]].
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*[[História da Lituânia]]
 
=={{Bibliografia}}==
*Dick Harrison: Gud vill det! (A vontade de Deus), 2005, sid. 422. ISBN 91-7037-119-9
*Wibeck, Sören: Korståg: Västerlandets heliga krig (Cruzadas: As guerras santas do Ocidente), Historiska Media, Lund 2007. ISBN 978-91-85507-52-8.