Francisco Serrão: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
GoeBOThe (discussão | contribs)
m Checkwiki: limpeza de sintaxe utilizando AWB
Linha 5:
 
===Viagem a Banda===
Serrão foi o capitão de um dos três navios (e o segundo em comando) da expedição de [[António de Abreu]]<ref name="HANNARDp7">{{cite book | last = Hannard | first = Willard A. | authorlink = | coauthors = | title = Indonesian Banda: Colonialism and its Aftermath in the Nutmeg Islands | publisher = Yayasan Warisan dan Budaya Banda Naira | date =1991 | location = [[Bandanaira]] | pages = p.7 | url = | doi = | id = }}</ref> enviada a partir de Malaca, em [[1511]], por [[Afonso de Albuquerque]] com a missão de localizar as "Ilhas das Especiarias" de [[Banda]] nas Molucas.<ref name="RICKLEFSp24">{{cite book| last =Ricklefs | first =M. C. | authorlink = | coauthors = | title = A History of Modern Indonesia Since c. 1300, 2nd Ed. | publisher = MacMillan | date = 1991 | location = London | pages = p.24 | url = | doi = | id = ISBN 0-333-57689-6}}</ref>. O terceiro navio tinha como capitão a [[Afonso Bisagudo]]. A expedição justificava-se uma vez que Banda era a única fonte mundial de [[noz-moscada]] e [[macis]], [[especiaria]]s empregadas com fins tão variados como aromatizantes, medicamentos e agentes de preservação de alimentos, à época altamente valorizadas nos mercados da [[Europa]]. Os portugueses tentavam dominar as suas fontes, evitando assim o tradicional circuito de comércio dominado pelos comerciantes árabes que as revendiam por sua vez aos [[Veneza|venezianos]] a preços exorbitantes.
 
Pilotos Malaios guiaram as embarcações da expedição para o leste, ultrapassando [[Java]] e ao longo das [[ilhas de Sonda]] Menores, antes de guiá-los na direcção Norte para Banda ultrapassando a ilha [[Amboina]]. Quando a embarcação de Serrão encalhou em [[Gresik]], em Java, ele tomou uma princesa Javanesa como esposa, que o acompanhou no restante da viagem.<ref>{{cite journal|title= 'Niachile Pokaraga' A Sad Story of a Moluccan Queen | author = Paramita R. Abdurachman | journal = Modern Asian Studies | volume = 22 | issue = 3| url = http://links.jstor.org/sici?sici=0026-749X%281988%2922%3A3%3C571%3A%27PASSO%3E2.0.CO%3B2-2 | pages = 571&ndash;592571–592 | date = 1988}}</ref>.
 
Em [[1512]] o seu navio naufragou, mas conseguiu chegar à ilha de Luco-Pino ([[Hitu]]), ao norte de Amboino. A expedição permaneceu em Banda por cerca de um mês, adquirindo e embarcando os navios com noz-moscada e macis, assim como [[Cravo-da-índia|cravo]] do qual Banda era próspero entreposto comercial<ref name="HANNARDp7"/> Serrão deixou Banda em um [[Junco (barco)|junco]] chinês adquirido a um comerciante da região, para repor o seu navio perdido.<ref name="HANNARDp7"/>. Abreu navegou através de Amboino enquanto que Serrão seguiu em frente, em direcção às Molucas.
 
===Hitu===
Com uma tripulação de nove portugueses e de nove indonésios, o navio foi arremessado por uma tempestade de encontro a um recife ao largo uma pequena ilha. A sua tentativa de reunir-se a Abreu foi impedida pela tempestade e ele desembarcou na ilha de Ternate.<ref name="barbosa">{{cite book| title = The book of Duarte Barbosa : an account of the countries bordering on the Indian Ocean and their inhabitants | id = ISBN 8120604512 | author = Duarte Barbosa; Mansel Longworth Dames; Fernão de Magalhães | publisher = Asian Educational Services | date = 1989 | location = New Delhi }}</ref>.
 
Quando os habitantes da ilha, conhecidos saqueadores de naufrágios, tomaram conhecimento do naufrágio do barco de Serrão, dirigiram-se para o local. A tripulação de Serrão encontrava-se desarmada e necessitando de auxílio, mas com boa saúde. Quando os saqueadores se aproximaram os portugueses atacaram e capturaram tanto as embarcações como os seus tripulantes. Os seus salvadores involuntários foram então obrigados a conduzi-los a Amboino, onde desembarcaram em Hitu.<ref name="HANNARDp7"/>.
 
A [[armadura]] de Serrão, o [[mosquete]], e a sua experiência náutica impressionaram os poderosos chefes de Hitu que se encontravam em guerra contra [[Luhu]], o principal assentamento na península Hoamal na ilha de [[Ceram]] perto de Hitu.<ref>Hannard (1991), p. 7; Muller (1997), p. 43</ref>. Os Portugueses também foram bem recebidos na região como compradores de alimentos e de especiarias em um momento de baixa naquele comércio, causado pela interrupção temporária das navegações Javanesas e Malaias para a região desde os conflitos de 1511 em Malaca. Os visitantes foram recrutados como aliados militares e as suas subsequentes explorações foram notadas pelos vizinhos rivais de Ternate e Tidore, ambos os quais enviaram emissários para induzir os visitantes a ajudá-los.<ref name="RICKLEFSp24"/>.
 
===Ternate===
Ao aliar-se de forma pessoal a Ternate, o poder mais forte na região, Serrão passou a servir como chefe de um bando de [[mercenário]]s portugueses a serviço do sultão [[Bayan Sirrullah]], um dos dois poderosos senhores que controlavam o comércio de especiarias. Tendo se tornado amigos íntimos, o Sultão nomeou Serrão como seu conselheiro pessoal para todas as questões, incluindo as militares (segundo um documento supostamente Português) e familiares. Tendo sido bem recebido pelo Sultão, Francisco Serrão decidiu permanecer ali, sem fazer qualquer esforço para retornar a Malaca.<ref name="barbosa">{{cite book| title = The book of Duarte Barbosa: an account of the countries bordering on the Indian Ocean and their inhabitants| id = ISBN 8120604512 | author = Duarte Barbosa; Mansel Longworth Dames; Fernão de Magalhães | Publisher = Asian Educational Services | date = 1989 | location = New Delhi }}</ref>.
 
===Magalhães e a morte de Serrão===
As cartas de Serrão a Magalhães, levadas a Portugal via Malaca, e descrevendo as "''Ilhas das Especiarias''", ajudaram Magalhães a persuadir a [[Lista de reis de Espanha|Coroa Espanhola]] a financiar a sua viagem de circum-navegação.<ref name="HANNARDp8">Hannard (1991), page 8</ref>. Entretanto, antes que os dois pudessem encontrar-se nas Molucas, Serrão morreu em circunstâncias misteriorsas na ilha de Ternate, quase ao mesmo tempo em que Magalhães era morto em combate na [[ilha Mactán]], nas [[Filipinas]].<ref name="barbosa"/>. Uma teoria sugere que Serrão foi morto por veneno, administrado pelo Sultão de Ternate.<ref name="HANNARDp8"/>. Os seus laços familiares com [[João Serrão]] permanecem obscuros na [[historiografia]] das expedições Portuguesas ao [[Sudeste Asiático]]. O único documentos escrito é uma lista dos nomes dos capitães na Armada de Magalhães.<ref name="barbosa"/>.
 
[[Antonio Pigafetta]], o cronista da expedição de Magalhães, registrou, a [[8 de Novembro]] de [[1521]], que quando os sobreviventes da expedição aportaram a Tidore, foram informados que:
 
:"''...ainda…ainda não havia oito meses tinha morrido em Ternate um Francisco Serrão, capitão general do rei de Ternate contra o rei de Tadore...Tadore… depois, feita a paz entre eles, tendo ido um dia Francisco Serrão a Tadore contratar cravo, este rei mandou envenená-lo e não viveu mais que quatro dias,... o qual deixou um filho e uma filha pequenos de uma mulher que trouxe de Java Maior.''"
 
A herança deixada por Serrão foi uma diminuta quantidade de cravo avaliada em 200 bahares. Pigafetta, neste ponto da narrativa registra que Magalhães teria empreendido a viagem de circum-navegação baseado nas informações de Serrão e que este estaria a par das vicissitudes do seu amigo na Península.
Linha 43:
 
{{esboço-biografia}}
{{DEFAULTSORT:Francisco Serrao}}
 
{{DEFAULTSORT:Francisco Serrao}}
[[Categoria:Navegadores de Portugal]]
[[Categoria:Ilhas Molucas]]