Pedro Arrupe: diferenças entre revisões

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'''Pedro Arrupe''' ([[Bilbau]], 14 de Novembro de [[1907]] — [[Roma]], [[Itália]], [[5 de Fevereiro]] de [[1991]]) foi um [[sacerdote]] católico, membro da [[Companhia de Jesus]], [[Superior Geral da Companhia de Jesus|Prepósito Geral]] dos [[Jesuitas]].
 
 
==Os primeiros anos==
 
Nascendo em um pequeno vilarejo denominado Casco Viejo no município de [[Bilbau]], a 14 de Novembro de 1907, na mesma terra basca onde em 1491 nascera [[Inácio de Loyola|Íñigo López de Loyola]], fundador da [[Companhia de Jesus]], filho do arquiteto e jornalista Marcelino Arrupe, fundador da ''Gaceta del Nord'', um dos primeiros diários católicos da Espanha.
 
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O contato com os pobres em Madri, o levaria a dizer que:
 
"'''''Deus''', a quem sentia tão perto de mim, (...), irresistivelmente me atraiu a si. E '''o descobri tão perto dos que sofrem, dos que choram, dos que naufragam, nesta vida de exclusão, que se acendeu em mim o ardente desejo de imitá-lo nesta voluntária proximidade dos desamparados do mundo, pessoas que a sociedade despreza, porque nem sequer suspeita que há uma alma vibrando debaixo de tanta dor'''''" (''Lamet'', Pedro Miguel sj, "''Arrupe, una explosión en la Iglesia''", p.  59)
 
Em 1926, falece seu pai, passados os dias de luto parte com suas quatro irmãs para uma Romaria em Lourdes, onde se impressiona profundamente com pelo menos três milagres pessoalmente verificados, ocasião em que fortalece sua fé.
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Em 1938 foi convocado para fazer a [[Terceira provação]], concluída em 30 de junho, sob a orientação do Padre Mc Mennany, por meio deste instrutor conseguiu, finalmente, ser atendido em seu pedido de ser enviado como missionário no Japão.
 
Durante o período em que se preparava para a viagem ao Japão, realizou um trabalho junto aos presos de origem latina que viviam em [[Nova York]], nessa ocasião chegou a cativar os presos mais perigosos, onde se convenceu que "(''...) não há melhor pregação do que a caridade, e que o carinho é capaz de arrancar lágrimas das próprias pedras''" (Lamet, p.  42).
 
No dia 30 de setembro embarcou de [[Seatle]] rumo ao Japão, onde desembarca em 15 de outubro, do porto de [[Yokohama]], na baia de [[Tóquio]].
 
==Vivendo no Japão==
 
Os primeiros seis meses foram dedicados exclusivamente ao estudo da língua, da escrita e cultura do povo japonês, na comunidade dos jesuítas em Nagatsuka. Depois foi enviado para Tóquio onde permaneceu por cerca de um ano e meio, antes de ser enviado para assumir uma paróquia em [[Yamaguchi]].
 
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Em março de 1942 retorna a Nagatsuka (a seis quilômetros do centro de [[Hiroshima]]) para exercer a função de mestre de noviços, onde enfrenta as privações típicas de um período de guerra.
 
Nesse período busca melhor conhecimento da cultura japonesa tentando praticar vários ''dô'' (caminhos, modos de agir e de reagir), como a cerimônia do chá, a arte de escrever, tiro ao alvo, sob a orientação de [[bonzo]]s [[budistas]]. Debatia questões de religião, sobretudo correlacionando budismo e cristianismo, tendo praticado exercícios ascépticos e de concentração em um noviciado [[Zen_BudismoZen Budismo| zen budista]].
 
Às 8 horas da manhã do dia 6 de agosto de 1945 explode a [[Bomba Atômica]] em Hiroshima, Arrupe se dirige a Capela do Noviciado e após uma breve oração, atende ao chamado de Deus para transformar as instalações semi destruídas do noviciado em um hospital, foi com os noviços à cidade tirar os vivos, queimar os mortos para não haver infecções, e muito mais.
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Em 1958 a Missão jesuítica no Japão é alçada a condição de Província, e Pedro Arrupe nomeado seu primeiro provincial.
 
== Opiniões ==
 
Algumas opiniões sobre Pedro Arrupe:
 
''Acreditava demais nas pessoas'' (Padre Angel Setoain)
 
''Nunca perdia se bom humor e seu sorriso. Embora sendo muito austero consigo mesmo, era amável com os outros. E nunca falava de alguém pelas costas. Era humilde, espiritual e sabia exigir. Confiava na bondade das pessoas. Sincero e muito simples.'' (Padre Klaus N. Luhmer, cit. Lamet p.  246)
 
O pintor José Maria Falgas ao retratar o Padre Arrupe, buscou fixar na tela a característica mais significativa, segundo ele, Arrupe seria o '''rosto da [[autenticidade]]'''.
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Adolf Meister sj, pintou o rosto de Arrupe destacando a [[alegria]].
 
Segundo Juan Lorent, Arrupe seria como: "''uma montanha de neve, tua fronte se ilumina. Acima dos ventos e das tormentas, acima de todos os abismos e sombras, emerge o cume imperturbável, incorruptível de tua luz. Se em ti há algo de rocha, é porque comunicas segurança. A montanha não se assusta diante do abismo. Tu tens a grandeza de quem não se deixa afundar. Hoje te contemplei e comecei a te compreender, missionário de todos os futuros, mensageiro da esperança, águia, protagonista de tudo menos de ti mesmo''" (Juan Lorente, apud cit. Lamet p.  361)
 
"era otimista, cheio de sabedoria e de fortaleza, porque acreditava que a humanidade estava nas mãos de Deus! (Quirino Weber sj)
 
Ele próprio disse a um jornalista que era um otimista "''porque [[Deus]] trabalha a longo prazo Nosso horizonte é muito pequeno''" (Lamet p.  418)
 
==Um Profeta como Propósito Geral da Companhia de Jesus==
 
Em 5 de outubro de 1965 foi eleito [[Superior Geral da Companhia de Jesus]] e dirigindo-se ao centro da sala da Congregação para receber a missão de Geral, Padre Arrupe, a seu modo típico, abriu os braços e perguntou:
 
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O Concílio Ecumênico inaugurou uma nova época da Igreja, sobretudo na voz de João XXIII, convidando para um urgente ''[[aggiornamento]]''.
 
Os tempos eram de enorme agitação e mudança, os famosos anos sessenta. A Igreja acabava de viver o Grande Concílio Ecuménico [[Vaticano II]] e agora havia que o adaptar e adoptar em todos os sentidos à vida e missão eclesial. Arrupe foi eleito. eleito para a vida, pois é assim na Companhia de Jesus. Na sua reduzida "bagagem" trazia um relógio parado! Sim, o padre Arrupe estava, vivia, em Hiroshima, naquela mesma hora, naquele local onde rebentou a bomba atômica!...e…e o seu relógio, como tantas vidas, parou! Esta é a parábola da sua vida. um choque, uma paragem, uma viragem que é recomeço, uma hora nova. assim foi para ele, por várias vezes.
 
Nesse sentido, também os institutos de [[vida consagrada]], como é o caso da Companhia de Jesus, foram chamados a fazer uma profunda avaliação e renovação espiritual e missionária, tendo presente como referenciais básicos o Evangelho, a experiência fundacional e a realidade atual. Tais institutos não pertencem a estrutura hierárquica da Igreja, mas fazem parte, de forma inabalável, da sua vida e santidade. ([[''Lumen Gentium]]'' 44).
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==Os últimos anos: a ''"Quarta Provação"''==
 
O caminho foi difícil e confrontado para a Companhia, dentro e fora, entre o poder político e a Santa Sé. Apesar do cargo de superior Geral da Companhia ser vitalício, ele sentiu a sua missão cumprida e pediu para resignar. Mas o papa João Paulo II não aceitou a sua renuncia, instalando um clima de crise, mas que, apesar de todas as especulações negativas, a Companhia souber viver em obediência verdadeira por amor a Cristo e a sua Igreja.
 
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|título = [[Superior Geral da Companhia de Jesus]]
|depois = [[Peter Hans Kolvenbach]]
|anos = [[1965]]–[[1983]]
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