Lasca: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Lasca de trillo.png|thumb|300px|<center>Lasca de sílex em cujo desenho é possível apreciar o afiado do seu gume. Vemos a sua fazeface dorsal (com negativos de lascados anteriores), o talão e a cara ventral com o conchoide e as ondas de fratura]]
Uma '''lasca''', em senso amplo, é qualquer produto do talhe intencional pelo ser humano de uma rocha, que se depreende da massa pétrea (em senso geral chamado de [[núcleo lítico|núcleo]], mas que pode ser um bloco de pedra, um seixo ou um utensílio em processo), e que adquire forma de esquírola cortante. O talhe pode ser realizado batendo diretamente com um [[percutor (lascamento)|percutor]] (de pedra, de chifre, de madeira ou, até mesmo, de metal), ou batendo indiretamente com um punção (que, também pode ser de chifre ou de metal), ou ao submeter a peça-núcleo a uma forte pressão com uma pua ou compressor. As lascas têm formas e tamanhos diversos, dos microscópicos aos que superam os 30 centímetros;, mas, em geral, compartilham uma série de caracteres comuns que permitem reconhecê-las como tais.<ref>{{Ref-livro
| autor=INIZAN, Marie-Louise; Reduron, Michel; Roche, Hélène e Tixier, Jacques
| título=Technologie de la pierre taillée (Préhistoire de la pierre taillée, nº 4)
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| editorial=[[CNRS]]-CREP, [[Meudon]]
| id=ISBN 2-903516-04-9
}} (página 33)</ref>.
 
Por outro lado, as lascas podem ser um objetivo buscado pelo entalhador ou, pelo contrário, ser o resíduo resultante de fabricar uma peça nuclear (por exemplo, um [[biface]]). Assim mesmo, as lascas podem ser ferramentas ''per se'', sem modificação alguma, em bruto (pois têm, geralmente, um fio natural muito agudo e efetivo), ou podem receber uma transformação até se tornar num utensílio concreto (uma [[raspadeira]] ou um [[raspador]], por exemplo), então fala-se do [[retoque lítico|retoque]] das lascas. Ou seja, com frequência, as lascas são suportes para fabricar uma enorme variedade de utensílios.
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As lascas características, por outro lado, têm uma posição conhecida dentro da cadeia operativa graças às cicatrizes especiais que têm (uma lasca que resulta da extração de um núcleo; uma lasca que resulta do talhe de um [[biface]]; ou uma lasca de retoque, etc.); porém, como há múltiplas cadeias operativas segundo as coordenadas culturais ou geográficas ou cronológicas, a sua enumeração resulta inabarcável. Em linhas gerais distinguem-se três grandes grupos:
* '''Os resíduos característicos''' ("refugo") que aparecem ao fabricar um artefato com determinadas técnicas. A lasca característica mais universal é a "Lasca cortical" (que tem córtex na sua fazeface superior e no talão, com o que , de fato, confunde-se), é a primeira lasca extraída numa cadeia operativa; com frequência, para as distinguir, é usado o galicismo ''"entames"'' (os ingleses, com frequência empregam a expressão ''opening flake'' que resulta enormemente descritiva). Outra lasca característica é a "speudo-ponta pseudo-Levallois", uma lasca que aparentemente é [[talhe Levallois|Levallois]], mas que, na realidade, é uma lasca comum, só que resulta daquelas cadeias operativas com talhe centrípeto e bifacial, por exemplo de um núcleo ou de um instrumento nuclear. Também são típicas as lascas Kombewa fortuitas (não obtidas intencionadamente); estas resultam de elaborar utensílios sobre lasca com retoque inverso na zona proximal do suporte. Outra lasca típica de um determinado tipo de retoque é a ''"lasca clatonense"''. Mais resíduos característicos são as lascas de reavivamento de [[bifaces]] por meio de golpes de ''"tranchet"'', igualmente as virutas de buril, os microburis e os "ápices triédricos" (ambos os resíduos próprios de usar a chamada [[técnica do microburil]]). E, nos núcleos para lâminas e lamelas , as chamadas ''"lâminas de crista"'' (resto da preparação prévia à obtenção das próprias lâminas ) e as "tabletas" de reavivamento da plataforma de percussão.
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