Ala Liberal: diferenças entre revisões

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Ala Liberal
 
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Os deputados Ala Liberal constituíram uma geração de políticos adeptos de uma forte [[liberalização]] do regime do [[Estado Novo]].
Coube a personalidades que pontificaram na Ala Liberal do antes do [[25 de Abril]], como [[Francisco Sá Carneiro]], Francisco Pinto Balsemão, João Bosco [[Mota Amaral]], Magalhães Mota, Miller Guerra, entre tantos outros, pôr a nu as fragilidades do regime, influenciando algumas decisões e rompendo com os cânones de uma linha mais dura e pouco flexível que aos pouco foi acabando por ceder.
Um total de 30 deputados formaram a "ala liberal" da futura [[Assembleia]] sendo Sá Carneiro um dos mais activos elementos do grupo.
E foi justamente sobre o papel desempenhado pela nova geração de políticos, que “despontou” com a Primavera política de [[Marcelo Caetano]] e que veio a ser apontada como a Ala Liberal da então [[Assembleia Nacional]] .
Exemplos concretos das acções dos chamados “liberais” como fundamentais na transição da [[ditadura]] para [[Democracia]], contam-se , entre outras, medidas apresentadas aquando do projecto de revisão constitucional em 1970. Dele já constavam “a abolição da censura e a proclamação da liberdade de Imprensa; a eliminação dos entraves administrativos à liberdade de associação; a extinção dos tribunais plenários, onde se fazia a paródia de julgamento dos presos políticos; a proibição das medidas de segurança sem termo certo, que, aplicada aos mesmos presos políticos, acabavam por se assemelhar à prisão perpétua; a limitação da prisão preventiva sem culpa formada a um prazo máximo de setenta e duas horas; a inclusão do direito ao trabalho e do direito à emigração na lista dos direitos fundamentais; o reforço dos poderes da Assembleia Nacional e a modernização dos seus métodos de trabalho; a restauração do sufrágio universal para a eleição do Presidente da República; a proibição do veto presidencial às leis de revisão constitucional. Numa palavra: a aprovação do projecto da Ala Liberal significaria a substituição do regime ditatorial e autoritário por uma democracia de modelo europeu ocidental”.
Entre 1970 e 1971, o número de detenções por motivos políticos voltou a aumentar,
Os ecos da violência e da ilegalidade dos métodos usados na instrução dos processos foram denunciados por apoiantes dos presos e chegaram à Assembleia Nacional pela voz de Sá Carneiro e de outros deputados "liberais". O recuo no terreno das liberdades expressava uma clara travagem a nível político-institucional naquilo que a chamada Primavera Marcelista continha de promessa de renovação do regime.