Isostasia: diferenças entre revisões

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No caso dos Himalaia, a explicação reside na impulsão causada pela placa tectónica indiana, comprimindo o bordo da placa eurasiática, que literalmente força a subida da região que ora se constitui com o mais alta do planeta, sem a correspondente deslocação astenosférica (pois tal como acontece numa [[abóbada]], as forças que mantêm aquelas montanhas em posição são descarregadas lateralmente e não para baixo).
 
Em conclusão, a isostasia é a tradução geológica da [[impulsão]] hidrostática descrita pelo [[princípio de Arquimedes]]: para que exista equilíbrio, o aumento do peso das litosfera traduzido na existência de elevações topográficas (ou a presença de [[sedimento]]s ou massas de gelo ou água) deve traduzir-se num correspondente afundamento da placa, e vice-versa. Contudo, este processo decorre numa escala de [[tempo geológico]] e está sujeito à [[homeostasia]] resultante da complexidade do sistema geológico. Os fluxos laterais necessários para ajustar as variações decorrem muito lentamente: a [[Escandinávia]] continua a subir lentamente (cerca de 9  mm/ano) por ajustamento isostático em resultado do desaparecimento dos gelos da última glaciação, e assim continuará por muitas centenas de milhares de anos.
 
== Os modelos explicativos ==
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Dada a diferença de [[densidade]] entre o gelo (ou a água no caso da formação de lagos ou mares interiores) e as rochas da litosfera, tem sido deduzida uma relação aproximada, e muito variável, entre o afundamento devido a espessamento rochoso (com rocha com densidade próxima de 3) e o devido a igual volume de gelo ou água (densidade próxima de 1), sendo o devido à acumulação de gelo (ou água) apenas 30% do devido a rocha.
 
A importância dos movimentos glacioisostáticos associados com a última glaciação na modelação da linha costeira da Europa e da América do Norte é imensa. Na costa europeia, desde os [[fjord]]s da [[Noruega]], à existência do [[Mar Báltico]] e do [[Mar do Norte]] e à separação da [[Grã-Bretanha]] e da [[Irlanda]] do continente, tudo é resultado da glacioisostasia; a [[Escandinávia]] central continua a subir ao ritmo de 9  mm/ano. No lado americano, os [[Grandes Lagos]], a [[Baía de Hudson]] e o extraordinário recorte da costa árctica do [[Canadá]], são o resultado directo do afundamento e re-emergência da crusta naquela vasta região.
 
==Isostasia e eustasia==
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Do atrás exposto resulta que, quando está em causa a variação do [[nível do mar]] e a evolução do traçado das costas, a isostasia e a [[eustasia]] devem necessariamente ser encaradas como processos complementares e interligados que não podem ser considerados isoladamente.
 
Por exemplo, as estimativas da presente subida eustática dos mares, devida à fusão de gelos e variação estérica por expansão térmica, é de +2  mm/ano, mas quando medida em diferentes costas tem valores totalmente diversos devido à interferência com a isostasia (por exemplo na [[Finlândia]], as águas do [[golfo de Bótnia]], parecem descer 7  mm/ano devido à forte subida isostática da região (9  mm/ano)).
 
==Referência==
* Lisitzin, E., (1974) ''Sea level changes''. Elsevier Oceanography Series, n.º 8.
* Watts, Anthony B., (2001) ''Isostasy and flexure of the lithosphere'', Cambridge University Press.
== {{LinksLigações externas}}==
*[http://www.homepage.montana.edu/~geol445/hyperglac/sealevel2/index.htm A eustasia e a isostasia e as suas origens (em inglês).]
*[http://www.geologie.uni-freiburg.de/root/projekte/bhutan/text/erosion.html A relação entre erosão e isostasia, com simulador Java (em alemão).]