Museu Juan Manuel Blanes: diferenças entre revisões

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==História do prédio==
Juan Bautista Raffo, [[cônsul]] [[Itália|italiano]] no [[Uruguai]], encomendou a construção de sua moradia ao [[engenheiro]] Juan A. Capurro em 1870. A [[Quinta (rural)|quinta]] ocupa um quarteirão delimitado pela Avenida Millán, a rua Mauá e o [[córrego]] Miguelete, cujas margens e arredores constituíam um lugar de caminhadas e encontro da [[Classe social|classe alta]] em determinadas épocas do ano. Integra o conjunto de grandes e majestosas casas (muitas já desaparecidas, outras incorporadas a parques e passeios públicos), que no final do [[século XIX]] foram construídas nas margens do córrego Miguelete, que atravessa Montevidéu de norte a sul e deságua na [[baía]], a poucos quilômetros da capital. A arte de construir, expressa o [[historiador]] uruguaio Horacio Arredondo, teve ali um amplo campo para as suas realizações, e foi onde explodiu os mais variados estilos. A euforia nacional esqueceu completamente seu ambiente e sua origem [[Espanha|hispânica]]. Surgiram construções [[Neogótico|neogóticas]], do [[Arquitetura do Renascimento#Difusão da arquitetura renascentista na Europa|renascimento francês]] e do [[Renascença italiana|italiano]], [[Vila romana|vilas romanas]], estilos [[Inglaterra|ingleses]] e [[França|franceses]], até [[Pompeia|pompeianos]] e [[China|chineses]], mas predominou ali o gosto por vilas italianas, nobres, graves, imponentes e este bom gosto estendeu-se aos [[Jardim|jardins]], que se encheram de [[mármore]]s, [[estátua]]s e [[fonte]]s, e importaram as mais variadas e raras espécies de [[árvore]]s e plantas.
[[Ficheiro:JardinJaponesMVD001_640x480.jpg|thumb|270px|left|<center>O [[Jardim japonês]] do Museu Juan Manuel Blanes.</center>]]
 
O edifício, rodeado por um [[parque]], desenvolveu-se de frente para a Avenida Millán e de costas para a ponte das Duranas, um dos únicos pontos para cruzar o córrego, localização privilegiada tanto em acessibilidade quanto em valorização social. Instalado no meio do parque, o edifício tem claras referências formais com as moradias construídas pelo [[arquiteto]] [[Renascença italiana|renascentista italiano]] [[Andrea Palladio]], tanto em sua [[planimetria]], como em sua organização compositiva, na que se diferenciam claramente base, construção e acabamento. A linguagem utilizada responde também ao repertório formal clássico: [[colunata]]s, [[balaustrada]]s e [[Lintel|lintéis]] fazem referência a ele.
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Os melhores materiais foram utilizados em sua construção: finos [[estuque]]s nos interiores; balaústres, colunatas e degraus de [[Carrara#Mármore|mármore de Carrara]], madeiras nobres e ferragens de excelente qualidade. Tudo dentro de uma harmonia de linhas externas que lhe deu lugar de destaque entre as mais belas residências do final do século. O [[parque]], chamado Jardim dos Artistas (''Jardín de los Artistas''), que continha exemplares vegetais únicos no país, provavelmente foi originalmente desenhado por Pedro Margat, o principal dos [[Horticultura|horticultores]] [[uruguai]]os do [[século XIX]]. Este jardim desenvolveu-se de acordo com as orientações do [[paisagismo]] [[França|francês]], e incluía uma série de espaços com diferentes equipamentos: [[pérgula]]s, áreas para [[piquenique]], [[lago artificial]], [[Queda de água|cascatas]]. Estas obras complementam o conjunto e acompanham a vida mais livre e focada no exterior, que se dava a essas [[quinta]]s, em que o social excedia ao usual da maioria das casas.
[[Ficheiro:Juan Manuel Blanes - El Juramento de los Treinta y Tres Orientales.jpg|thumb|right|340px|<center>''El Juramento de los Treinta y Tres Orientales'', óleo de [[Juan Manuel Blanes]].</center>]]
 
Em 1929, o [[arquiteto]] Baroffio projetou uma reforma e ampliação com o fim de adaptar o edifício a seu novo destino. Foi quando construiu-se duas grandes salas de exposições, com iluminação natural, que se desenvolvem de forma simétrica ao longo do eixo longitudinal do edifício, afetando as simetrias laterais, mas não a da fachada, e são organizadas em torno de um pátio central descoberto, caracterizado por um lago e enriquecido por diversos conjuntos de níveis. Cercam este pátio de um pórtico de arcos em forma de claustro, cujo lado posterior é também uma galeria aberta, também em arcos, com fileira dupla de colunas, através da qual pode-se ver o jardim que estende-se até as proximidades de córrego Miguelete. Esta ampliação, marcada por uma forte simetria, mostra-se cautelosa quanto à introdução de novas abordagens e linguagens.
 
Embora a construção tenha ocorrido muito distante do [[Arquitetura do Renascimento|período renascentista]], é evidente a influência desse estilo em toda a concepção do edifício. A busca pela harmonia, beleza, o uso das [[Arte plástica|artes plásticas]], a localização do edifício de acordo com o meio ambiente e em completa harmonia com ele, o uso de elementos clássicos, como as [[Ordem jônica|colunas jônicas]], mas em um jogo diferente de composição, a simetria e a estrutura tripartida. Além disso, deve-se levar em conta que a referência feita pertence ao [[Renascimento]].
 
Neste [[museu]] pode-se ver uma das [[pintura]]s mais emblemáticas da [[história do Uruguai]] "O Juramento dos Trinta e Três Orientais" (''El Juramento de los Treinta y Tres Orientales'') por [[Juan Manuel Blanes]]<ref>{{citar web|url=http://www.montevideo.gub.uy/museoblanes/bla-33.htm |titulo=Museu Juan Manuel Blanes, Uruguai|autor=|data=|publicado=|acessodata=15-02-2010}}</ref>
Em seu exterior encontra-se o único [[jardim japonês]] do [[Uruguai]].
 
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