Horas canônicas: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Les Très Riches Heures du duc de Berry octobre.jpg|thumb|right|'''Outubro''', [[iluminura]] de uma página do [[Livro das Horas]] ''Les Très Riches Heures du duc de Berry'', [[Musée Condé]], [[Chantilly]].]]
 
As {{PBPE2|'''Horas Canônicas'''|'''Horas Canónicas'''}} ({{lang-la|''Divinum Officium''}}) são antigas divisões do [[tempo]], desenvolvidas pelo [[Cristianismo]], que serviam como diretrizes para as [[oração|orações]] a serem feitas durante o dia. Um [[Livro das horas]] continha as horas canônicas. A versão atual das horas na [[Igreja Católica de Rito Latino]] é chamada ''[[Liturgia das Horas]]'' ([[Latim]]: ''Liturgia horarum''). Na [[Igreja Cristã Ortodoxa]] e entre os Católicos [[Rito oriental|Orientais]], as horas canônicas podem ser chamadas de ''Serviço Divino'' e o [[Livro das horas]] é chamado de ''Horologion''.
 
A prática das orações diárias surgiu da prática [[Judaísmo|judaica]] de recitar orações em horas fixas do dia. Essa prática foi passada para os [[Apóstolo]]s, com diferentes práticas surgindo em diferentes lugares. Quando a vida monástica se espalhou pela Europa, a prática de horas de oração específicas e formatos litúrgicos especiais se tornou padronizada.
 
Já bem estabelecidas no [[século IX]], essas práticas diárias consistiam de oito preces diurnas e três (ou quatro preces noturnas (vigílias). A prática ainda é observada por muitas Igrejas, incluindo a Católica, a Ortodoxa e a [[Igreja Anglicana]].
São Bento determina na Regra para os seus monges sete horas canônicas, seguindo o que diz o Salmista: "Louvei-vos sete vezes por dia" ([[Sl 118.164]]). Essas horas canônicas são as Matinas, Prima (hoje, Laudes), Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas. Terça (9h), Sexta (12h) e Noa (15h) evocam cada uma um acontecimento do Evangelho ou dos Atos dos Apóstolos.
 
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'''[[Laudes]]''' "Segundo uma venerável tradição de toda a Igreja, as Laudes, como oração da manhã, e as Vésperas, como oração da tarde, constituem como que os dois pólos do Ofício cotidiano. Sejam consideradas como as horas principais e como tais sejam celebradas" (SC n. 89a.). Esse louvor da manhã consagra os primeiros momentos de nosso dia a Deus. Após as trevas da noite, renasce um novo dia, lembrando a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, "luz verdadeira que ilumina todo homem" (Jo 1,9) e "Sol de justiça que nasce do Alto" (Lc 1,78). Por isso se inseriu o Cântico de [[Zacarias]] ([[Benedictus]]) nesta hora canônica, pois uma de suas tônicas é a glorificação do Senhor que obteve a vitória sobre a morte.
 
'''[[Vésperas]]''' As Vésperas recebem seu nome do astro luminoso Vésper ([[Vênus]]), que começa a brilhar logo que caem as trevas da noite. Celebradas à tarde, ao declinar do dia, conclui o dia e dá início à noite, agradecendo a Deus os dons por ele recebidos naquele dia. Elas lembram também que o cristão deve cultivar a esperança da vinda definitiva do [[Reino de Deus]], que se dará no fim da jornada deste mundo, quando habitaremos a Jerusalém celeste, onde não se precisará mais da lâmpada nem da luz do sol. Os cristão celebram as Vésperas e repetem com os discípulos de [[Emaús]]: "Permanece conoscoconnosco, pois cai a tarde e o dia já declina" (Lc 24,29).
O Ofício de Leituras pode ser celebrado a qualquer hora desde o anoitecer até o fim do dia seguinte. A característica desse Ofício é que nele podemos escutar mais longamente a Palavra de Deus e ter contato com os autores de espiritualidade tanto antigos como modernos, além de diversos documentos da Igreja.