Amade Almoctadir: diferenças entre revisões

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Em meados do século XI, a fronteira norte do reino [[hudi]] situava-se na atual [[Barbastro]], e dispunha de um forte em [[Graus]]. [[Ramiro I de Aragão]] tentou repetidas vezes apoderar-se destes pontos estratégicos que formavam uma avançada em forma de cunha entre os seus territórios. Em [[1063]] [[Batalha de Graus|sitiou Graus]], mas Al-Muqtadir em pessoa, à frente de um exército que incluía um contingente de tropas castelhanas no comando de Sancho, o futuro [[Sancho II de Castela]], que talvez contava na sua mesnada com [[Rodrigo Díaz de Vivar|El Cid]], conseguiu rejeitar os aragoneses, que perderam o seu rei nesta [[batalha de Graus|batalha]], aparentemente assassinado por um soldado árabe, chamado Sadaro, que falava romance e que ia disfarçado de cristão e que, achegando-se ao real de Ramiro I, cravou-lhe uma lança na testa. O seu sucessor, [[Sancho Ramírez]], com a ajuda de tropas de condados francos ultra-pirenaicos chamadas a [[cruzada]] pelo [[papa Alexandre II]], tomou Barbastro em [[1064]].
 
No ano seguinte, Ahmad al-Muqtadir, reagiu solicitando a ajuda de tudo o [[Al-Andalus]], chamando pela sua vez à [[jihad]] e voltando a recuperar Barbastro em [[1065]]. Este triunfo induziu-o a tomar o apelido de Al-Muqtadir Billah ("o poderoso graças a Deus), que imediatamente mandou gravar em inscrições [[caligráfiacaligrafia arabeárabe|cúficas]] nas [[gessaria]]s de [[ la Aljafería]], que então estava construindo, com as lendas "Isto é o que mandou fazer o poderoso graças a Deus" (ou seja, Al-Muqtadir Billah).
 
Apesar da perda de Barbastro, o [[reino de Aragão]] era uma força emergente e nesse mesmo ano tomou o castelo de Alquézar. Para contra-arrestá-lo, Al-Muqtadir assinou tratados em [[1069]] e [[1073]] com [[Sancho Garcês IV de Navarra|Sancho o de Penhalém]], rei de Pamplona, pelos quais obtinha a ajuda navarra em troca de párias. A aliança com o rei pamplonês deteve por um tempo o expansionismo aragonês, mas Sancho IV faleceu pronto, em junho de 1076, assassinado por obra de uma conjura dos seus irmãos Ramão e Ermesinda.
 
A leste, a rica [[taifa de Dénia]], que fora uma potência marítima e comercial na época de [[Muyahid de Dénia|Muyahid]] e o seu filho [[AlíAli Ibn Muyahid|Ali]] (que casou com uma irmã de Al-Muqtadir), estava subordinada ao grande [[Al-Mamún de Toledo|Al-Mamún]] de [[Taifa de Toledo|Toledo]], que faleceu envenenado em [[1075]]. Al-Muqtadir aproveitou esta ocasião para se apresentar em Dénia com um exército notável, animado por um vizir daquele soberano chamado [[Ibn al-Royólo]], que conseguiu movimentar a população em favor do monarca saragoçano. Negociou-se sem batalha a entrega da Taifa de Dénia a Al-Muqtadir em [[1076]], com o que os domínios de Saragoça estenderam-se até a atual Múrcia.
[[Ficheiro:Taifa de Zaragoza.jpg|350px|thumbnail|Mapa da máxima extensão da Taifa Hudi na época de Ahmad I Al-Muqtadir em 1076]]
Após este sucesso, Ahmad I Al-Muqtadir fixou o seu objetivo em comunicar os seus domínios, interrompidos pela Taifa de Valência. Esta era governada por [[Abu Bakr de Valência]], que estivera subordinada politicamente a Toledo e estava na órbita de Afonso VI, de quem dependia de fato. Al-Muqtadir dirigiu-se para Valência com as suas tropas e Abu Bakr saiu ao seu encontro e declarou-se o seu vassalo. Assim, Valência passou a ser uma taifa vassala do senhor de Saragoça e, em troca, este manteve o rei-títere Abu Bakr em Valência no poder. Não podia efetuar uma conquista mais efetiva, pois, tanto Afonso VI, quanto o restante dos régulos de taifas, estavam muito receosos do excessivo poder que acumulava o rei de [[Saragoça]].