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'''Dom de línguas''' é um fenômeno [[religião|religioso]] [[cristianismo|cristão]], que deriva da narrativa contida no livro de [[Atos dos Apóstolos]] do [[Novo Testamento]], onde, em [[Jerusalém]] e sob inspiração do [[Espírito Santo]], os primeiros seguidores de [[Jesus Cristo|Jesus]] teriam falado em [[Jerusalém]]línguas que não conheciam e os estrangeiros ali presentes entenderam as preleções, cada qual em seu idioma.<ref name=aa>[[Bíblia Sagrada]], tradução de [[João Ferreira de Almeida]], 1969, Atos, capítulo 2</ref>. EsteO relatotexto bíblico tornou-se uma das celebraçőes importantes do [[Ano litúrgico|calendário cristão]], e é celebrado 50 dias depois do domingo de [[Páscoa]]. O dia de [[Pentecostes]] ocorre no décimo dia depois do dia da [[Ascensão de Jesus|Ascençǎo]]. diz:
{{quote2|''Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.''|Atos 2:4}}
 
Este relato bíblico tornou-se uma das celebraçőes importantes do [[Ano litúrgico|calendário cristão]], e é celebrado 50 dias depois do domingo de [[Páscoa]]. O dia de [[Pentecostes]] ocorre no décimo dia depois do dia da [[Ascensão de Jesus|Ascençǎo]]. Ainda segundo o relato bíblico, os forasteiros primeiramente teriam zombado dos apóstolos, dizendo que estes estavam "cheios de [[mosto]]", isto é, bêbados. O Apóstolo [[São Pedro|Pedro]] então, levantando-se, procedeu a uma fala, ao final da qual quase três mil pessoas haviam se convertido.<ref name=aa/>
 
Ainda segundo o relato bíblico, os forasteiros primeiramente teriam zombado dos apóstolos, dizendo que estes estavam "cheios de [[mosto]]", isto é, bêbados. O Apóstolo [[São Pedro|Pedro]] então, levantando-se, procedeu a uma fala, ao final da qual quase três mil pessoas haviam se convertido.<ref name=aa/>
==Outros usos do termo==
A descrição bíblica do fenômeno se prende ao fato dos ouvintes entenderem as línguas estranhas em seu idioma, porém algumasas maiores denominações religiosas usamcontemporâneas, ocomo termoa [[Igreja Católica]] <ref>Papa João Paulo II - [http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1989/documents/hf_jp-ii_aud_19890920_it.html ''domLa dePentecoste: línguasinizio della missione della Chiesa''] {{it}}</ref><ref>[http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/alpha/data/aud19891025en.html Peter's Discourse after the Descent of the Holy Spirit] {{en}}</ref><ref>Papa João XXIII referindo-se [http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/speeches/1962/documents/hf_j-xxiii_spe_19620508_pellegrinaggio-torino_it.html ''Discorso del Santo Padre Giovanni XXIII a outroun fenômenopellegrinaggio religiosodi Torino''] {{it}}</ref> e igrejas pentescostais, ausam o termo ''dom de línguas'' como sinônimo de [[Glossolaliaglossolalia]]<ref>{{Ref-livro|sobrenome=Santos |nome=Valdevino Rodrigues dos |título=Tempos de exaltação : um estudo sobre a música e a glossolalia na Igreja do Evangelho Quadrangular|editor=Editora Annablume|local=São Paulo|publicação=2002|páginas=137|id=8574192309}}</ref>, e, em outros casos mesmo com a, [[xenoglossia]]. Assim, usa-se largamente a glossolalia como equivalente ao dom de línguas, embora trate-se de fenômenos distintos, já que este último não demanda nem permite entendimento da língua falada. No Brasil essa acepção é usada em denominações [[pentecostalismo|pentescotais]] como a [[Assembléia de Deus]] e a [[Congregação Cristã]], ambas de origem [[EUA|estadunidense]], aspecto que enfatizam em sua [[teologia]] .<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142004000300010&script=sci_arttext&tlng=en|titulo=Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal|ultimo=Mariano|primeiro=Ricardo|data=2004|obra=revista Estudos Avançados, vol.18 no.52 |publicado=in: Scielo |acessodata=24/04/2010}}</ref>. O pentecostalismo tem seu nome derivado do chamado primeiro pentecostes, sendo a manifestaçǎo da glossolalia parte do credo e da prática religiosa pentecostal, de fato a glossolalia é a marca distintiva do pentecostalismo<ref>{{Ref-livro|sobrenome=Oro |nome=Ari Pedro |título=Avanço pentecostal e reação Católica|editor=Editora Vozes|local=Petrópolis|publicação=1996|páginas=129|id=8532617417}}</ref>. Já o uso do termo dom de línguas referindo-se à xenoglossia, segundo estudos [[Antropologia|antropológicos]] feitos no [[Brasil]], é mais raro, pois este consiste em falar-se uma língua, viva ou morta, existente; O sociólogo Pedro A. Ribeiro de Oliveira, por exemplo, consignou em sua pesquisa a existência de apenas um caso de xenoglossia (ou ''xenolalia''), entre os grupos evangélicos pesquisados, apontando que a grande maioria dizia falar em "... glossolalia, isto é, um conjunto de sons pronunciados de modo ritmico, sem significação aparente."<ref name=antropo>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-77012003000100001&script=sci_arttext&tlng=en|titulo=''Bailando com o Senhor'': técnicas corporais de culto e louvor (o êxtase e o transe como técnicas corporais)|ultimo=Maués|primeiro=Raymundo Heraldo |data=2003|obra=Revista de Antropologia, vol.46 no.1, São Paulo|acessodata=24/04/2010}}</ref>
 
Existem, nas acepções pentecostais contemporâneas do "''dom de línguas''", três formas de manifestação nos cultos religiosos: o ''falar'', o ''orar'' e, finalmente, o ''cantar'' em "línguas". Quanto à condição consciencial do momento diz-se que podem ser extáticos (em estado de êxtase) e não-extáticos. Em suas variantes o orador quase sempre manteria a consciência do que lhe ocorre ao redor, semelhante a situações registradas em cultos afros e da [[Renovação Carismática Católica]].<ref name=antropo/>
 
==Controvérsia==
O uso do termo Dom de Línguas para descrever a glossolalia é predominante no movimento pentecostal, enquanto glossolalia é raramentemenos usado, porém, estudiosos cristãos questionam essa sinonímia entre os termos. Oliveira Júnior, estudioso da [[PUC]], refere-se à glossolalia como a "língua dos anjos" e que, portanto, não precisa de significado outro, senão aquele contextual no qual está inserido, chamando-a, entretanto, de "''glossolalia religiosa''".<ref>{{Ref-livro|sobrenome=Oliveira Junior |nome=Antonio Wellington de |título=Línguas de anjos: sobre glossolalia religiosa|editor=Editora Annablume|local=São Paulo|publicação=2000|páginas=80|id=8574191515}}</ref> Segundo este autor, o embasamento para o dom de línguas pelas denominações cristãs modernas afastam-se do conceito dos Atos dos Apóstolos, e fiam-se nas epístolas de [[Paulo de Tarso]], notadamente com expressões que considera ligadas aos fatos narrados em Atos, tais como: "língua dos anjos" (1 Coríntios, 13,1), "palavras inefáveis ditas no paraíso" (2 Cor. 12,4), "cantos em espírito" (1 Cor. 14, 15; Efésios 5, 19), "gemidos inefáveis", dentre outras.<ref>Oliveira Júnior, op. cit., pág. 43 e seguintes - "São Paulo e o dom"</ref>
 
{{referências}}