Política econômica anticíclica: diferenças entre revisões

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Em [[economia]], uma '''política econômica anticíclica''' consiste no conjunto de ações governamentais voltadas a impedir, sobrepujar, ou minimizar, os efeitos provocados por choques econômicos externos (petróleo, moral hazard internacional das bolsas, etc) que afetam uma economia levando-a à recessão ou depressão econômicas (vales, situação de mínimo na curva econômica).
 
{{portal-economia}}
Uma '''política econômica anticíclica''' consiste no conjunto de ações governamentais voltadas a impedir, sobrepujar, ou minimizar, os efeitos do [[ciclo econômico]].
 
Ciclos econômicos são flutuações da atividade econômica, inerentes ao [[capitalismo]] e caracterizadas pela alternância de períodos de ascensão (picos) e períodos de [[recessão]] (vales, isto é, ponto mais baixo [[ciclo econômico]]). Os ciclos decorrem da sobreacumulação ou superprodução durante o período de expansão, que é seguida de redução das [[expectativa]]s de lucro (previsão de taxa de lucro menor que a taxa de juros) e drástica redução de investimentos, provocando a desaceleração da atividade . Choques econômicos externos (os [[choque do petróleo|choques do petróleo]], as [[crise financeira|crises financeiras]], etc.) podem contribuir para reverter o ciclo e acentuar seus efeitos.
Um ciclo econômico é o conjunto de flutuações das atividades econômicas, que compreende períodos alternados de expansão (picos) e de recessão (vales).
 
Estas ações, também chamadas de ''intervenções'' governamentais, são defendidas pela [[escola keynesiana]], que se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é auto-regulador, como pensavam os neoclássicos, devendo o governo intervir na economia durante os períodos de retração, a fim de diminuir os efeitos de seus danos.
 
As políticas anticíclicas são defendidas pelos [[keynesianos]], que consideram que o ciclo econômico não é autorregulado, como pensavam os [[Economia neoclássica|neoclássicos]]. Segundo a escola keynesiana o [[déficit público]] é o principal instrumento de [[política econômica]] para amenizar os efeitos do ciclo. Assim, durante a recessão, o governo deve intervir, reduzindo tributos, promovendo a expansão do crédito e o aumento dos gastos e realizando investimentos que estimular a economia. Desta forma, durante a recessão, o déficit público deve se expandir para restabelecer o equilíbrio econômico. O inverso deve ocorrer durante a fase ascendente do ciclo: durante os períodos de prosperidade, o Estado deve aumentar a [[tributação]], constituindo um superavit para pagar suas [[dívida pública|dívida]]s e formar um fundo de reserva para ser utilizado durante os períodos de depressão.
Para [[Keynes]] o Estado deve ser uma mola propulsora do crescimento posto que o mercado, por si só, não se auto-regula.
 
No Brasil, o [[II Plano Nacional de Desenvolvimento]] (PND II), parcialmente implementado pelo [[governo Geisel]] durante o [[primeiro choque do petróleo]] (segundo semestre de 1973), pode ser considerado como um exemplo, embora não muito bem sucedido, de política anticíclica. <ref>[[Luís Carlos Bresser Pereira|BRESSER PEREIRA, L. C.]] [http://www.rep.org.br/pdf/10-6.pdf Auge e declínio nos anos setenta.] Revista de Economia Política, vol.3 n° 2, abril-junho de 1983.</ref>
No Brasil os exemplos mais expressivos são o ''Programa de Metas'' de [[Juscelino Kubitscheck]], na década de 1950 <ref name=METAS>[http://www.seplan.ba.gov.br/conteudo.php?ID=124 ''Um Programa de Metas para o Nordeste .'' Brasília: SEPLAN, 23 de julho de 2003.]</ref>, PND I e PND II, programas contra-cíclicos implementados pelo governo durante o regime militar para fazerem frente aos choques do petróleo, de 1974 e 1979.
 
ComoOutro exemplo, mais recente, é o [[Programa de Aceleração de Crescimento]] - PAC - , que é um programa de características anticíclicas e [[desenvolvimentismo|desenvolvimentistas]], que visa promover um crescimento econômico viaatravés do aumento de gastos públicos em obras de [[infraestrutura]] e o Programa Minha Casa MInha Vida (PMCMV), que irá construir um milhão de casas, aumentando o investimentonível nade construçãoinvestimento e gerando[[emprego]] maisna empregos[[construção civil]].
<ref name=PAC>[http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL1807-5599,00.html''Veja alguns pontos do PAC divulgados pelos ministros''.Economia: pacote econômico. Globo.com, 22/01/2007, 11h24m, atualizado em 22/01/2007, 12h57m]</ref> Destaca-se também o papel do [[BNDES]] no financiamento de investimentos.<ref>[http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/visao/visao_07.pdf O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito], por Ernani Teixeira Torres Filho.''Visão do Desenvolvimento'' nº 7 , 3 agosto de 2006.
</ref>
 
=={{Ver também}}==
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*[http://www.eco.unicamp.br/publicacoes/textos/download/texto73.pdf CANUTO, Otaviano e FERREIRA JÚNIOR, Reynaldo R. ''Assimetrias de informação e ciclos econômicos: Stiglitz é keynesiano?''Texto para Discussão. IE/UNICAMP, Campinas, n. 73, maio 1999]
 
*{{en}} [[Schumpeter|SCHUMPETER, Joseph Alois]]. ''Business Cycles: A Theoretical, Historical and Statistical Analysis of the Capitalist Process''. New York and London: McGraw-Hill Book Co., Inc., 1939. 1st ed., 2 vols.
 
*{{en}} SCHUMPETER, Joseph Alois. ''The Theory of Economic Development: An Inquiry into Profits, Capital, Credit, Interest, and the Business Cycle'' (translated by Redvers Opie, with a special preface by the author). Cambridge Mass: Harvard University Press, 1934. Second Printing 1936; third printing 1949.
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*[http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/joseph_schumpeter.html SCHUMPETER, Joseph Alois]
*[http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/john_maynard_keynes.htmlKEYNES,html KEYNES, John Maynard]
*[http://www.iseg.utl.pt/disciplinas/mestrados/dci/dcipedcap1.htm ''Políticas Económicas de Desenvolvimento'' - (para entender mais sobre o assunto)]