Forças de Autodefesa do Japão: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Two JASDF F-15J take off in formation.JPEG|thumb|left|200px|[[Caça (avião)|Caças]] [[F-15 Eagle|F-15]] da [[Força Aérea de Autodefesa do Japão]].]]
O trauma da perda da guerra produziu fortes sentimentos [[Pacifismo|pacifistas]] no país, que encontraram expressão na [[Constituição do Japão|constituição de 1947]], escrita pelos governo americano, que, sob o seu nono artigo, renunciou perpetuamente à guerra como um instrumento para resolver disputas internacionais, e declarou que o Japão jamais manteria novamente "forças armadas aéreas, marítimas ou terrestres ou qualquer outro potencial bélico". Governos posteriores, no entanto, não interpretaram estas palavras uma negação do direito inerente da nação à autodefesa, e, com o apoio dos Estados Unidos, desenvolveram as FAJ, passo a passo. A opinião pública [[Antimilitarismo|antimilitarista]], no entatno, permaneceu uma força de oposição a qualquer questão relacionada à defesa do país. A legitimidade constitucional das FAJ foram questionadas na década de 1970, e, na década seguinte, o governo atuou com cautela em assuntos relacionados, para evitar que o antimilitarismo residual se agravasse e gerasse uma reação contrária.<ref name=Worden>{{citar livro | autor = Dolan, Ronald e Worden, Robert | título =Japan : A Country Study | editora =Divisão Federal de Pesquisa, [[Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos|Biblioteca do Congresso]] | url=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/jptoc.html | ano =1992 | id = ISBN 0-8444-0731-3 | capítulo =8}} Ver seção 2: "The Self Defense Forces"</ref>
 
===Desenvolvimento===
Privado de qualquer poderio militar após 1945, o Japão dependia das forças de ocupação e duma pequena força doméstica de polícia para fazer sua segurança. As crescentes tensões da [[Guerra Fria]] na [[Europa]] e na [[Ásia]], aliadas a [[greve]]s e [[demonstração|demonstrações]] de inspiração [[esquerdista]] fizeram com que alguns líderes mais [[Conservadorismo|conservadores]] questionassem a renúncia unilateral de todas as capacidades militares. Estes sentimentos se intensificaram em 1950, quando a maior parte das tropas de ocupação foram transferidas para o teatro da [[Guerra da Coreia]] (1950-53), deixando o Japão praticamente sem defesa, e muito consciente da necessidade de iniciar uma relação de defesa mútua com os Estados Unidos visando garantir a segurança externa do país. Encorajado pelas autoridades de ocupação americanas, o governo japonês autorizou, em julho de 1950, a criação de uma Reserva Nacional de Polícia, que consistia de uma [[infantaria]] leve formada por 75.000 homens.
 
[[Ficheiro:JDS Makinami (DD 112).jpg|thumb|left|200px|Um [[destróier classe Takanami]] do [[Força Marítima de Autodefesa do Japão]].]]
Sob os termos do [[Tratado de Segurança e Cooperação Mútua entre os Estados Unidos e o Japão|Pacto de Assistência e Segurança Mútua]], ratificado em 1952 juntamente com o [[Tratado de paz com o Japão|tratado de paz]] entre o Japão e os Estados Unidos e o resto dos [[Aliados (Segunda Guerra Mundial)|Aliados]], coube às forças americanas estacionadas no Japão lidar com agressões externas ao país enquanto as forças japonesas, tanto terrestres quanto marítimas, deveriam lidar com ameaças internas e desastres naturais. Desta maneira, em meados de 1952 a Reserva Nacional de Polícia foi expandida para 110.000 homens, e recebeu o nome de Forças de Segurança Nacional. A Força de Segurança Costal, que havia sido organizada em 1950 como uma equivalente marítima da Força Policial Nacional, foi transferida para a Agência de Segurança Nacional, formando uma forma embriônica de marinha.
[[Ficheiro:Mitsubishi F-2 landing.JPG|thumb|right|200px|Caça [[Mitsubishi F-2]].]]
À medida que o Japão percebeu uma crescente ameaça interna e a falta de forças adequadas para responder a ela, as Forças Nacionais de Segurança passaram por novas mudanças, que geraram difíceis problemas políticos. A cláusula constitucional da renúncia à guerra formava a base de fortes objeções políticas a qualquer tipo de força armada diferente de uma força policial convencional. Em 1954, no enanto, foram criadas forças armadas terrestres, marítimas e aéreas para propósitos puramente defensivos, e subordinadas ao comando do primeiro-ministro.
 
Para evitar o surgimento de qualquer tipo de [[Militarismo japonês|militarismo]], os líderes do Japão enfatizaram as garantias constitucionais do [[Controle civil das forças armadas|controle civil]] do governo e das forças armadas, e utilizou termos não-militares para a organização e a função das forças. Inicialmente, por exemplo, os [[Carro de combate|tanques]] eram chamados de "veículos especiais". O departamento administrativo destas forças recebeu apenas o estatuto de 'agência', no lugar de um ministério completo. As forças armadas receberam os nomes de Força Terrestre de Autodefesa (FTA), Força Marítima de Autodefesa (FMA) e Força Aérea de Autodefesa (FAA), no lugar de "exército", "marinha" e "aeronáutica".
[[Ficheiro:Japanese Submarine Oyashio SS590.JPEG|thumb|left|[[Submarino classe Oyashio]].]]
Embora a posse de [[armas nucleares]] não seja proibida explicitamente na constituição, o Japão, como único país a ter sofrido a devastação de um ataque nuclear, expressou desde cedo seu repúdio a este tipo de armas e a sua determinação em nunca adquiri-las. A Lei Básica de Energia Atômica de 1956 limita a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização da [[energia nuclear]] apenas para usos pacíficos, e, desde 1956, a política nacional incorporou os "três princípios não-nucleares" - que proíbem a nação de possuir ou manufaturar armas nucleares ou permitir que elas entrem em seus territórios. Em 1976 o Japão ratificou o [[Tratado de Não-Proliferação Nuclear|Tratado sobre a Não-Proliferação das Armas Nucleares]], adotado pelo [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] em 1968, e reiterou sua intenção de nunca "desenvolver, utilizar ou permitir o transporte de armas nucleares em seu território." Ainda assim, e devido ao seu nível geralmente alto de tecnologia e grande número de [[usina nuclear|usinas nucleares]] em operação, o Japão é geralmente considerado um país de "capacidade nuclear", isto é, capaz de desenvolver uma arma nuclear utilizável num curto espaço de tempo, se a situação política mudar significativamente.<ref name=Worden />
 
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