Bertha Pappenheim: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
MelM (discussão | contribs)
rv - VDA
Linha 2:
 
'''Bertha Pappenheim''' ([[Viena]], [[27 de fevereiro]] de [[1859]] — [[Iselberg]], [[Alemanha]], [[28 de maio]] de [[1936]]) foi uma líder de [[Feminismo|movimento feminista]], [[assistente social]] e [[escritor]]a [[Judeu|judia]] [[Áustria|austro]]-[[Alemanha|alemã]]. Ficou conhecida pelo pseudônimo '''Anna O.''', criado pelo [[médico]] e [[Psicologia|psicólogo]] [[Josef Breuer]] em seu livro ''Studies on Hysteria'', escrito em colaboração com [[Sigmund Freud]].
 
== Resumo ==
Há o famoso caso de Anna O. , paciente do psiquiatra Breuer, que chegou a desenvolver um quadro de pseudociese. Anna, embora tivesse diversos predicados e interesses, tornou-se uma pessoa isolada e apática. Só conseguia se soltar nos seus devaneios ou fantasias. Seu histórico era o de ter se apegado muito ao seu pai, de tal forma que quando ele adoeceu e faleceu, ela se sentiu desestruturada, sem conseguir ver a sua própria imagem no espelho. Havia uma "fusão" com o seu pai. Vários sintomas físicos surpreendentes como contratura e anestesia de membros, cegueira e surdez denotavam uma desintegração do seu 'eu', do seu 'self'.
 
Porém, ela tinha sintomas que demonstravam claramente seu enorme esforço em se manter viva, falando diversos idiomas e manifestando raiva.
 
Anna O. acabou-se apegando afetivamente a Breuer. Era o único a entendê-la, o único capaz de lhe oferecer alguma tranqüilidade e segurança. Durante uma viagem de Breuer à Viena, Anna O. chegou a piorar muito. Ela não via Breuer como um objeto de desejo sexual e sim como uma 'mãe tranqüilizadora' que a protegia, a colocava quando estava assustada, para dormir.
 
Breuer e sua esposa na ocasião, não entendendo o que se passava, decidiram interromper o tratamento dedicado. Em seguida, Anna O. respondeu com uma pseudociese. Nada mais representativo do que 'ter um filho' para expressar o sentimento de sentir-se viva através da fusão com o psiquiatra, que assumiu o papel de pai. O filho representava esse renascimento psíquico.
 
Apesar do desfecho triste, Anna O. pode internalizar muitas coisas boas na relação terapêutica com Breuer. Pode sair do isolamento e colocar em prática o seu potencial tornando-se a primeira assistente social da Alemanha e fundando vários institutos.
 
Embora a novela não tenha deixado clara a relação e o vínculo que a personagem Simone tinha com o seu pai, falecido em sua infância, provavelmente, pode haver algum 'link' nesse sentido - se é que a autora Glória Perez pesquisou com profundidade sobre o assunto.
 
Portanto, observamos que os aspectos biológicos, específicos do sexo feminino, interagindo com as questões psicológicas, sociais e ambientais, podem funcionar como 'gatilhos' da pseudociese ou pseudogestação. O sofrimento pode ser intenso. Essas pacientes precisam ser abordadas com delicadeza e acolhimento pelos seus médicos ginecologistas. Elas precisam se sentir compreendidas. Ficam revoltadas quando o médico dá a notícia da falsa gravidez de forma gélida e indiferente. O continuum de vida de tais pacientes deve ser analisado de forma pormenorizada. Uma intervenção psicológica eficaz costuma trazer ótimos resultados em poucos meses. A medicação só é reservada para quando há algum quadro psiquiátrico associado, como por exemplo, depressão.
 
 
 
 
 
 
== A paciente ==