História de Plasencia: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Retablo plasencia.JPG|thumb|[[Retábulo]] maior da [[Catedral Nova de Plasencia]], uma obra primordial do [[barroco]] espanhol, século XVII.]]
=== Século XVI ===
No princípio do século XVI, a maior parte do território da [[Extremadura]] estava incluidoincluído na [[Salamanca (província)|província de Salamanca]], situação que só mudaria em 1653, quando as [[vila]]s de Plasencia, [[Badajoz]], [[Mérida (Espanha)|Mérida]], [[Trujillo (Espanha)|Trujillo]], [[Cáceres (Espanha)|Cáceres]] e [[Alcântara (Espanha)|Alcântara]] se juntam para comprar um voto nas Cortes, formando pela primeira vez a [[Províncias da Espanha|província]] da Extremadura, à qual se juntariam outros territórios.<ref>{{Citar web|url=http://extremadura.genealogica.net/index.php/component/content/article/35-extremadura/48-extremadura|título=Breve historia de la formación de las provincias de Extremadura|data=2009-02-24|publicado=Extremadura genWeb (extremadura.genealogica.net)|acessodata=2010-01-10|arquivourl=http://www.webcitation.org/5mfiUvC4s|arquivodata=2010-01-10|ultimo=Alfaro de Prado|primeiro=Antonio|língua2=es}}</ref>
 
A prosperidade de Plasencia continuou ao longo do século XVI e parte do século XVII, tendo-se registado um aumento de população assinalável. Datam desta época o edifício renascentista da ''Casa Consistorial'' ([[Paços do Concelho]]), projetada em 1523 por [[Juan de Álava]], a conclusão da [[Catedral Nova de Plasencia|Catedral Nova]], iniciada em 1498 e finalizada em 1578, bem como de numerosos outros monumentos, como o aqueduto e o palácio do [[marquês]] de Mirabel. A cidade chegou a ter escolas universitárias dependentes dos [[Ordem dos Pregadores|dominicanos]] e [[Companhia de Jesus|jesuítas]].<ref name=rutahist>{{Citar web|url=http://www.rutadelaplata.com/es/2549-historia|título=Historia de Plasencia|acessodata=2010-01-12|obra=rutadelaplata.com|publicado=Red de Cooperación de Ciudades en la Ruta de la Plata|arquivourl=http://www.webcitation.org/5mijmMfQr|arquivodata=2010-01-12|língua2=es}}</ref>
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Em 1520, a cidade esteve envolvida na rebelião popular que ficou conhecida como a [[Guerra das Comunidades de Castela]], primeiro do lado dos ''comuneros'' e depois do lado contrário, dos fiéis ao rei. Em 1540, Alfonso Camargo dirigiu a expedição organizada pelo bispo de Plasencia destinada a explorar e evangelizar o [[Novo Mundo]]. Esta expedição iniciou a conquista da [[Patagónia]] argentina e as [[ilhas Malvinas]]. Um dos seus navios foi a primeira embarcação europeia a alcançar o [[estreito de Beagle]], no extremo sul da [[América do Sul]].<ref>{{Cite web hoy.es|pg060103/prensa/noticias/Plasencia/200601/03/HOY-PLA-075.html|La armada del obispo y la mítica ciudad encantada de la Patagonia|2010-05-14|date=2006-01-03}}</ref>
 
A biblioteca do palácio real do [[Mosteiro e Sítio do Escorial|Mosteiro do Escorial]] foi criada, em parte, com os livros pertencentes ao [[paço episcopal]], os quais foram transladados para o mosteiro madrileno por ordem de [[Filipe II de Espanha|Filipe II]]. Mais tarde, o bispo placentino Pedro Ponce de León doou ao Escorial parte da sua biblioteca, entre cujoscujas obras se encontrava o [[códice]] ''[[Glosas Emilianenses]]'', do final do século X ou princípio do século XI, procedente do [[Mosteiro de San Millán de la Cogolla]], até há pouco tempo considerado o documento mais antigo onde se encontram palavras escritas em [[Língua castelhana|castelhano]].
 
=== Século XVII ===
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[[Ficheiro:Acueducto plasencia.JPG|thumb|Aqueduto de Plasencia, século XVI.]]
 
As crises de abastecimentos e as epidemias também contribuíram para a decadência da cidade. Ao longo dos séculos XVII ye XVIII, a mortalidade era alta devido às carências alimentares e às doenças.<ref name=ayto2 /> O governo da cidade mostrou-se ineficaz para contrariar a decadência. A participação dos cidadãos no governo municipal era praticamente nula, estando o poder concentrado de uma forma nunca vista na aristocracia, assistindo-se a uma grande inflação de cargos, uma situação em grande parte resultante da venda de lugares perpétuos iniciada no século XVI e continuada no século seguinte. À frente do governo encontrava-se um [[corregedor]], que concentrava em si as funções políticas, económicas, judiciais e militares. Junto ao corregedor encontrava-se o ''Alcaide Maior'', que o assessorava, substituía e tratava das questões judiciais. Além destes haviamhavia mais de quarenta [[regedor]]es perpétuos controlados por uma oligarquia encabeçada pelo marquês de Mirabel, proprietário de vários títulos.<ref name=ayto2 />
 
[[Ficheiro:Palaciomarquesdemirabel.jpg|thumb|Palácio do marquês de Mirabel, século XVI.]]
 
Apesar de tudo houve alguns iniciativas que originaram algum crescimento económico, mas que não foram suficientes para fazer sair a cidade da estagnação. Entre essas iniciativas há a destacar as manifestações artísticas, fundações religiosas, e manobras para ganhar mais poder político a nível nacional. São do século XVII o [[retábulo]] maior da [[Catedral Nova de Plasencia|Catedral Nova]], uma obra primordial do [[barroco]] espanhol. No mesmo século foram levadas a cabo obras menores, que se conservam na atualidade, em diferentes estados de conservação — a ermida de [[Teresa de Ávila|Santa Teresa]] na Dehesa de los Caballos, a ermida de [[Helena de Constantinopla|Santa Helena]], igualmente fora das muralhas, a Casa do [[Deão]] e o edifício do Cárcere Real, atualmente ocupado pelo ''{{NT|Ayuntamiento|[[Ayuntamiento]]}}'' ([[câmara municipal (Portugal)|câmara municipal]]). Foram também fundados os conventos das [[Carmelitas Descalças]], o convento das [[Clarissas Capuchinhas|Capuchinhas]] e uma escola pelo ''{{NT|chantre|chantre}}'' (mestre do coro da catedral).<ref name=ayto2 />
 
No século XVIII houve outras iniciativas para melhorar a situação e acabar com a penúria económica, aproveitando as reformas introduzidas pela coroa dos [[Casa de Bourbon|Bourbons]] na segunda metade do século, mas os projetos foram pouco ambiciosos e limitaram-se ao aumento dos ''{{NT|Propios|Propios}}'' (bens de um [[município]] que proporcionam receita por serem arrendados), à reparação de caminhos, à construção de pontes e pouco mais.<ref name=ayto2 /> O projeto reformista mais importante foi a fundação pela [[autarquia]] da ''Sociedad Económica de Amigos del País'' {{Ref label2|c}} na década de 1770, a primeira do género na Extremadura, mas a sua existência foi breve e as suas realizações escassas.<ref name=ayto2 /> São também de realçar os trabalhos levados a cabo por iniciativa do bispo de Plasencia José González Laso, que esteve à frente da diocese desde 1766 até à sua morte em 1803. A sua obra foi vasta e abarcou vários campos. Na beneficência e saúde, destacou-se a criação de um [[hospital psiquiátrico|hospício]] no antigo colégio dos [[Companhia de Jesus|jesuítas]] e a ampliação do Hospital de Santa Maria; no ensino, destacou-se a reforma dos ''Estudos de Humanidades'' (escola de cariz universitário). No entanto, o aspeto mais conhecido da obra de José González Laso, e que maior impacto causou nos seus contemporâneos, foi o empenho na construção, tendo sido abertos e reparados numerosos caminhos e pontes, o que contribuiu decisivamente para o alívio do problema crónico de vias de comunicação. Mas a atividade do bispo centrou-se ainda mais no urbanismo, reformando o [[paço episcopal]] e construindo novas ruas, para o que foi necessário derrubar parte do recinto muralhado.<ref name=ayto2 />