História de Plasencia: diferenças entre revisões

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=== Formação da província de Cáceres (1833) ===
Plasencia tentou ser capital provincial, mas esse estatuto acabou por ser atribuído definitivamente a Cáceres em 1833. Progressivamente a cidade foi despojada de muitos serviços públicos, que ao longo do século se deslocaram para a capital, contribuindo para o decaimento do nível social e económico da cidade.<ref name=ayto3 /> Quando o ''[[Antigo Regime]]''{{Ref label2|d}} cai, a cidade constitui-se em ''[[município]] constitucional''. Desde 1834 que é sede de ''{{NT|partido judicial|partido judicial}}''{{Ref label2|e}}.<ref>{{Citar web|url=http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/hist/12937287558181532976846/022503_006.pdf |título=Partidos Judiciales de la Provincia de Cáceres |acessodata=2010-01-11 |publicado=[[Instituto Cervantes]], Cervantes Virtual|língua2=es}}</ref>
 
=== Restauração (1874-1931) ===
Durante a [[Restauração bourbônica na Espanha|Restauração Bourbónica]], o período histórico que vai desde o pronunciamento do general [[Arsenio Martínez-Campos Antón|Arsenio Martínez Campos]] em 1874, que derrubou a [[Primeira República Espanhola|Primeira República]], até à proclamação da [[Segunda República Espanhola|Segunda República]], em 1931, a vida política em Plasencia tendeu para a monotonia, não obstante ter-se assistido a um desenvolvimento importante da vida social, economia, urbanismo, educação, cultura, etc.<ref name=ayto3 /> No que toca ao urbanismo, executaram-se obras de longo prazo, como novas vias, praças e espaços verdes. A fim de melhorar a atmosfera viciada do espaço intramuros, a muralha foi aberta em vários pontos.<ref name=ayto3 /> Foram construídos o Colégio de São Calixto para órfãos masculinos e o Colégio de São José para orfãs, ambos de caráter benemérito, um novo seminário junto à Praça da Catedral, e a atual praça de touros, inaugurada em 1882. Mas a obra de maior alcance sócio-económico foi a chegada do [[Ferrovia|caminho de ferro]], com as linhas [[Madrid]]-[[Lisboa]] e Plasencia-[[Astorga]], que rompeu o isolamento histórico da região aumentando o número de viajantes e intensificando o intercâmbio comercial e o transporte de mercadorias e gado.<ref name=ayto3 />
 
Em 1901 a rainha [[Maria Cristina de Habsburgo-Lorena|Maria Cristina]] outorgou à cidade o título de ''La Muy Benéfica'' em reconhecimento da ajuda humanitária aos soldados repatriados em 1898 de Cuba e das Filipinas na sequência da [[Guerra Hispano-Americana]].<ref name=rutahist /><ref name=ayto4>{{Cite web aytoplasencia.es |1=Turismo/default.asp?plant=1&id=1&seccion=151&offset=4 |2=Historia de plasencia, Siglo XX |3=2010-01-12|archiveurl=http://www.webcitation.org/5milQ0QNY |archivedate=2010-01-12|last=Riesco|first=Sergio}}</ref> No início do século XX a terra era propriedade de poucos proprietáriosindivíduos, o que gerou um número cada vez mais numerosomaior de jornaleiros{{Ref label2|f}} que se vêemviram obrigados a emigrar para o [[Ultramar]]. Em 1911 foi fundada a ''Caja de Ahorros de Plasencia'', uma instituição bancária, com o objetivo de dinamizar a economia da cidade.<ref name=ayto4 />
 
=== Segunda República (1931-1936) ===
Quando a [[Segunda República Espanhola]] foi proclamada em 1931 verificaram-se alguns incidentes, tendo sido assassinados dois guardas noturnos na ''[[Plaza Mayor (Plasencia)|Plaza Mayor]]''. No entanto, não há notícias de outros incidentes violentos durante o resto do período republicano. As eleições municipais de 1931 foram ganhas pelos partidos de [[Esquerda política|esquerda]] e o socialista Modesto Durán Jímenez foi nomeado [[alcaide]]. Durán Jímenez demitiriademitir-se-ia quatro meses depois, tendo havido vários alcaides durantedesde esse mandatoentão. Nas eleições de 1933 venceram os partidos de [[Direita política|direita]], e nasas eleições de 1936 foram ganhas novamente pelos partidos de esquerda, voltando Durán Jímenez a ser alcaide, que demitindo-se demite pouco tempo depois por motivos de saúde. Quando se deu o golpe militar de julho de 1936, era alcaide Miguel Cermeño Pedreño, o qual foi deposto em {{Dtext|19|7|1936}} pelo comandante militar nacionalista José Puente Ruiz.<ref name=ptrejo>{{Citar web|url=http://www.europapress.es/extremadura/cultura-00443/noticia-primer-volumen-biblioteca-pedro-trejo-presenta-manana-plasencia-caceres-20090609135955.html|título=El primer volumen de la Biblioteca 'Pedro de Trejo' se presenta mañana en Plasencia (Cáceres)|data=2009-06-09|acessodata=2010-01-12|publicado=Agência Noticiosa Europa Press|língua2=es}}</ref>
 
Das realizações daquele período republicano destacam-se {{NT|a traída|o aproveitamento}} das águas dos rios [[Rio Jerte|Jerte]], [[Rio Alagón|Alagón]] e [[Rio Tiétar|Tiétar]], com a construção de várias barragens, que alimentaram áreas de [[Irrigação|regadio]], a construção do {{NT|mercado de abastos|mercado municipal}} e a criação da escola universitária ''Instituto Nacional de Bachillerato Gabriel y Galán''. Também se desenvolveram os serviços de saúde e de educação.<ref name=ayto4 /> .<ref>{{cite book|title=Plasencia en llamas. Capítulo: La República en Plasencia, a través de las Atas de los plenos municipales 1931-1936|last=Sánchez-Marín Enciso|first=Antonio|publisher=Editorial Raices|date=2009|isbn=978-84-86115-685}} {{es}}</ref> A Segunda República criou expetativas em relação ao que a [[reforma agrária]] poderia trazer quanto ao fim das injustiças na posse das terras, mas as ideias de distribuição de terras e {{NT|el rescate de las comunales|a libertação dos terrenos comunais}}{{Ref label2|g}} rapidamente foram esquecidas devido às divisões internas das forças políticas republicanas e daà resistência à mudança por parte dos [[Oligarquia|oligarcas]] e setores [[Conservadorismo|conservadores]] do exército, que trataram de usar todos os meios de manter a velha ordem.<ref name=ayto4 />
 
=== Guerra civil (1936-1939) ===
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2º.- A partir deste momento ficam proibidos os grupos de mais de duas pessoas.
 
3º.- Todos os elementos desta cidade que possuam armas de fogo, entregá-las-ão na comissão de recepção, que se encontrará a partir deste momento na escadaria da avenida junto ao quartel. Esta entrega verificar-se-àá num prazo máximo de 4 horas após publicado este comunicado.
 
4º.- Passado este prazo, quem for descoberto com uma arma em revista ou busca domiciliária será fuzilado imediatamente.
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[[Ficheiro:San martin plasencia.JPG|esquerda|thumb|[[Retábulo]] da igreja de São Martinho, século XV.]]
[[Ficheiro:Riojerte.jpg|esquerda|thumb|O [[rio Jerte]] em Plasencia.]]
Logo que o golpe triunfou, iniciou-se a repressão sobre os indivíduos conhecidos como pertencentes à [[Frente Popular (Espanha)|Frente Popular]], tanto em Plasencia, como nas localidade das comarcas vizinhas. Existiram dois tipos de repressão,; a primeira e mais cruel consistiu em assassinatos indiscriminados por parte de elementos de grupos de [[Fascismo|fascistas]] sem controlo. Não se consegue determinar ao certo quantas pessoas terão morrido nesse período, por causa da dificuldade em registar no [[registro civil|registo civil]] a causa real das mortes dos corpos encontrados nas diversas paragens, como valas de estradas, mas nas fontes consultadas por Sánchez-Marín Enciso<ref name=terror>{{cite book|title=Plasencia en llamas. Capítulo 5: La represión y terror en Plasencia|last=Sánchez-Marín Enciso|first=Antonio|publisher=Editorial Raices|date=2009|isbn=978-84-86115-685}} {{es}}</ref> constam 48 assassínios deste tipo em 1936, cujos cadáveres eram passeados pelas ruas para servirem de lição. No resto da guerra civil, não há registo de mais assassinatos deste tipo. O segundo tipo de repressão constava de sentenças de morte ditadas por tribunais militares de exceção. As execuções tinham lugar no campo de tiro do Batalhão de Metralhadoras. Estão documentadas 101 execuções de penas de morte, tanto de indivíduos de Plasencia como dos arredores. Entre os placentinos mortos destacam-se o ''cenetista'' (ativista da organização [[Anarcossindicalismo|Anarcossindicalista]] da CNT, [[Confederação Nacional do Trabalho]]) Nicolás Benevente Velas, a jovem de 14 anos Teodora Velasco Durán, que foi atingida a tiro quando ia à prisão levar alimentos para um familiar preso, e os dirigentes [[socialista]]s Pedro Rabazo Sánchez e Joaquín Rosado Alvárez de Sotomayor, que tinham sido [[alcaide]]s republicanos da cidade.<ref name=terror />
 
Na cidade não foi houve cenários de guerra, à parte dos bombardeios republicanos ocorridos em 17 e 18 de agosto de 1936, os quais provocaram cinco mortos entre militares e civis, e alguns episódios menos relevantes, como a explosão que provocou três mortes. No entanto, houve placentinos que morreram nas frentes de combate em ambos os lados. Devido a possuir um hospital importante, a cidade converteu-se num centro hospitalar de retaguarda, para onde eram evacuados os feridos nas frentes de batalha, tendo-se convertido em hospitais provisórios vários edifícios, como colégios, seminários e o manicómio. A atividade económica viu-se muito empobrecida, especialmente a agricultura, por falta de mão-de-obra e a pela exigência permanente de todo o tipo de {{NT|coletas|taxas}} e impostos para o financiamento do conflito.<ref name=revext>{{cite journal|title=La guerra civil y la posguerra en Plasencia (1936-1944); Consecuencias económicas y demográficas|journal=Revista de Extremadura|first=José Antonio|last=Sánchez de la Calle|publisher=Asociación Cultural Amigos de la Revista de Extremadura|issn=1130-233-X|year=1994|month=setembro-dezembro|issue=15|pages=63}} {{es}}. Referenciada em «{{Citar web|url=http://www.paseovirtual.net/revistas/extremadura.htm|título=Revista De Extremadura - Segunda época|publicado=Paseo Virtual-Extremadura|acessodata=2010-01-12|ultimo=Trinidad Martín|primeiro=Manuel}}»</ref>