Dinis Machado: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Pícaro (discussão | contribs)
Pícaro (discussão | contribs)
Linha 19:
 
 
Viveu no [[Bairro Alto]], na Rua do Norte, até 1963, quando se casou aos 34 anos. Começou por frequentar o Curso Geral do Comércio, que não concluiu. Foi funcionário da Federação das Caixas de Previdência. Filho de um árbitro de futebol, conhecido por Oliveira Penalty, foi, durante duas décadas, jornalista desportivo nos jornais ''[[Record (jornal desportivo)|Record]]'', ''Norte Desportivo'', ''Diário Ilustrado'' e ''[[Diário de Lisboa]]''. Desenvolveu posteriormente as actividades de tradutor, autor de guiões para cinema e séries televisivas, estando ainda ligado profissionalmente à actividade editorial. Nos anos setenta foi director, com António Ramos, da edição portuguesa da revista de banda desenhada ''Spirou''.
 
== Obra ==
Linha 31:
=== ''O que diz Molero'' ===
O seu maior sucesso literário, tanto junto da crítica como do público, foi ''O que diz Molero'', publicado em 1977. ''O que diz Molero'' marcou o reinício de um processo crítico sobre a necessidade de nos interrogarmos acerca da identidade portuguesa, bem como os caminhos possíveis para a convivência de uma pluralidade de formas artísticas. A linguagem coloquial, humorada e inventiva, a que não é alheia uma oralidade popular, tenta cristalizar figuras, lugares e imagens de um quotidiano que parece perdido. <ref>SEIXO, Maria Alzira e MOURÃO-FERREIRA, David - Portugal, A Terra e o Homem, Antologia de Textos de Escritores do Século XX, II série, FCG, Lisboa, 1980</ref> Sobre este romance de '''Dinis Machado''', afirmou [[Eduardo Lourenço]] tratar-se «de um livro-chave do nosso tempo». [[António Mega Ferreira]] considerou-o o «mais importante texto de ficção que se publicou em Portugal nos últimos anos [...] páginas miraculosamente repletas de sinais da mais bela, inteligente e emocionada escrita produzida por um escritor português na década de 70.» E [[Luiz Pacheco]] fala de «uma cavalgada furiosa de episódios,uma feira, um tropel de gente, uma festa popular de malucos e malucas, tudo chalado, uma alegria enorme quase insensata, o sintimento nos momentos doloridos mas tudo tão próximo de nós e tão naturalmente reproduzido na escrita.»<ref>Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998</ref>
 
''O que diz Molero'' conta a história de um rapaz, nunca referido pelo nome próprio, que, depois de ter sobrevivido a todas as aventuras e desventuras de uma infância e adolescência normais a uma criança vive inserida numa comunidade pobre, enceta uma viagem para procurar compreender quem é e qual o significado da vida. Molero é encarregue por Austin e Mister Deluxe, seus superiores, de se pôr na pele de detective e procurar traçar o itinerário do rapaz. Os relatórios de Molero vão sendo lidos pelos superiores e é através deles que o leitor vai sabendo o que aconteceu ao herói, os vários países por onde foi passando, os livros que foi lendo, as mulheres que foi amando e os amigos que foi fazendo e reencontrando. Pedaços fragmentários de uma vida que nos dão as pistas necessárias para traçar o perfil de alguém que procura um sentido para a existência.
Já foi traduzido para cinco idiomas ([[Língua alemã|alemão]], [[búlgaro]], [[castelhano]], [[romeno]] e [[Língua francesa|francês]]).
 
O romance já foi traduzido para cinco idiomas: ([[Língua alemã|alemão]], [[búlgaro]], [[castelhano]], [[romeno]] e [[Língua francesa|francês]]).
 
“O que diz Molero” teve a sua consagração teatral, numa adaptação feita por [[Nuno Artur Silva]], [[José Pedro Gomes]] e [[António Feio]], tendo subido pela primeira vez ao palco a 27 de Outubro de 1994, na [[Sala Estúdio Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro]] do [[Teatro Nacional D. Maria II]]. Uma produção que conheceu excelentes críticas e obteve, no ano de estreia, alguns prémios da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Linha 47 ⟶ 49:
=== Como Dennis McShade ===
 
*''Mão direita do Diabo'' Amadora: Ibis Editora (1967); '''reedição:''' Lisboa: Assírio & Alvim (2008);
*''Requiem para D. Quixote'' Amadora: Ibis Editora (1967); '''reedições:''' Lisboa: Círculo de Leitores (1987); Lisboa: Assírio & Alvim (2008);
*''Mulher e arma com guitarra espanhola'' Amadora: Ibis Editora (1968); '''reedições:''' Lisboa: Círculo de Leitores, (1987); Lisboa: Assírio & Alvim (2009);
*''Blackpot'' [inédito] Lisboa: Assírio & Alvim(2009);
 
=== Como Dinis Machado ===
 
*''O que diz Molero'' Lisboa: Bertrand (1977); ''Edição Comemorativa do 30º. Aniversário da Obra; il. de António Jorge Gonçalves, 31ªed.'' Lisboa: Bertrand, (2007);
*''O que diz Molero'' (1977);
*''Discurso de Alfredo Marceneiro a Gabriel Garcia Marquez'' Lisboa: Bertrand (1984);
*''Reduto quase final'' Amadora: Bertrand (1989);
*''Gráfico de vendas com orquídea : e outras formas de arrumação de conhecimentos : 20 textos (de 1977 a 1993)'' Lisboa: Livros Cotovia (1999).;
 
=== Traduções ===
*Castelhano ''Lo que dice Molero'' Trad.: Ángel Crespo. Madrid: Alfaguara, (1981)
*Francês ''Ce que dit Molero'' Trad.: Ingrid Pelletier, Carlos Baptista. Paris: Passage du Nord-Ouest (2002)
*Romeno ''Ce spune Molero'' Trad.: Micaela Ghitescu. Bucaresti: Humanitas (2006)
 
== Fontes ==