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{{Catolicismo}}
 
A '''Lumen Gentium''', (''Luz dos Povos''), é um dos mais importantes textos do [[Concílio Vaticano II]]. O texto desta Constituição dogmática foi demoradamente discutido durante a segunda sessão do Concílio. O seu tema é a natureza e a constituição da [[Igreja]], não só enquanto [[Igreja Católica|instituição]], mas também enquanto [[Corpo místico de Cristo]]. Foi objecto de muitas modificações e emendas, como, aliás, todos os documentos aprovados. Inicialmente surgiram, para o texto base, cerca de 4.000 emendas.
 
Depois de devidamente consideradas as modificações propostas, o texto definitivo foi sujeito globalmente à votação no dia 19 de Novembro: 2145 votantes; 2134 ''placet''; 10 ''non placet''; 1 ''nulo''. No dia [[21 de Novembro]] de [[1964]], a última votação teve o seguinte resultado: 2151 ''placet'' e 5 ''non placet'', após o que o Papa [[Paulo VI]] promulgou solenemente a Constituição.
 
== Esquema da Lumen Gentium ==
''Os números correspondem às secções indicadas no texto entre parêntesisparênteses.''
 
# '''O Mistério da Igreja''' '''''(1-8)'''''
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== Principais ideias ==
Esta constituição dogmática, reflectindo basicamente sobre a constituição e a natureza da [[Igreja]], reafirmou várias verdades [[eclesiologia|eclesiológicas]]. Como por exemplo, salientou que "''a única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste ([[subsistit in]]) na [[Igreja Católica]]''".<ref name=CCIC1>[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]], n. 162</ref><ref>''Lumen Gentium'', n. 8</ref> Também destacou que "''a Igreja é [[sacramento]] de Cristo e instrumento de união do homem com [[Deus]], e da unidade de todo o género humano''". Para atingir esta missão fundamental da Igreja, o documento declara que é necessário dar aos católicos "''uma "consciência de Igreja" mais coerente, para que também se possam valorizar as relações com as outras [[religião|religiões]]''" (cristãs ou não) e com o mundo moderno. Para isso, o documento dirigiu "''a sua atenção para: o primado do método bíblico; o [[sacerdócio]] comum de todo o "Povo de Deus"; a função profética, sacerdotal e real de todo baptizado; a colegialidade episcopal; a missão de serviço da Igreja, que deve estar voltada para toda a humanidade''".<ref name="CV2">[http://br.geocities.com/worth_2001/vaticanosegundo.html "''O Concílio Vaticano II''"], do site ''Doutrina Católica''</ref>
 
A inclusão tema da Igreja como Povo de Deus como segundo [[capítulo]], logo após o capítulo sobre o mistério da Igreja e antes do capítulo sobre a [[Hierarquia católica|hierarquia]], resultou de longo debate entre os padres conciliares e é considerada uma das principais evidências de que o Concílio Vaticano II desejava propor novos rumos para a Igreja Católica, de acordo com o desejo expresso pelo [[Papa João XXIII]] ao convocar o Concílio.<ref>{{Referência a livro
| autor = [[José Comblin|COMBLIN, José]]
| título = O povo de Deus
| subtítulo =
| idioma =
| edição = 2
| local = São Paulo
| editora = Paulus
| ano = 2002
| páginas = 17-21
| volumes =
| volume =
| id = ISBN 85-349-1833-3}}
</ref>
 
== Principais consequências ==
A partir de então, a [[Igreja]] passou a ser vista não apenas como uma instituição [[Hierarquia católica|hierarquizada]], mas também como uma comunidade de cristãos espalhados por todo o mundo e constituintes do [[Corpo Místico de Cristo]]. Por isso, a constituição e "''as estruturas da Igreja modificaram-se parcialmente e abriu-se espaço para maior participação e [[apostolado]] dos [[leigo]]s, incluindo as mulheres, na vida eclesial''". O Concílio clarificou também a igual dignidade de todos os católicos ([[clérigo]]s ou leigos). Mas, mesmo assim, a estrutura da [[Cúria Romana]] permaneceu intactointacta, o que permite ainda um governo da Igreja altamente centralizado nas mãos do [[Papa]].<ref name="CV1">[http://orbita.starmedia.com/~hyeros/catolicnomundcont007.html "''Catolicismo e mundo moderno''"], do site ''Hieros''</ref>
 
{{Referências}}