Temperamento musical: diferenças entre revisões

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<blockquote>É o caso do '''sistema pitagórico''', usado na [[Idade Média]], em que se encurtava só uma das [[Intervalo (música)|quintas]], a «quinta do lobo». Usava-se o ciclo de [[Intervalo (música)|quintas]] de Eb até G#, ficando com as [[oitava|oitavas]] afinadas e com todas as [[Quinta (música)|quintas]] perfeitamente afinadas excepto a última (G#-Eb), que ficava dissonante e cujo batimento «uivava» como um lobo porque ficava demasiado curta. Eram sobretudo as [[Quinta (música)|quintas]] e [[Intervalo (música)|quartas]] que eram apresentados na sua forma idealmente pura e simples porque eram os intervalos considerados estáveis no contexto estilístico da época. As terceiras e sextas tinham algum [[batimento]] (menos do dobro das do temperamento igual), assim como os meios tons diatónicos, que eram pequenos, mas tomava-se partido do seu poder expressivo que criava uma cor harmónica nas cadências que eram usadas na época. </blockquote>
<blockquote>No século XV, começou a surgir o gosto por terceiras naturais e os músicos começaram a experimentar usar formas modificadas da afinação pitagórica para obter terceiras mais perto do seu valor natural. O grande teórico da [[Renascença]], Gioseffo Zarlino (1517-1590), defendia umaum sistema de [[entoação justa]] baseado nas terceiras, e não nas [[Quinta (música)|quintas]], como no sistema pitagórico, já que as terceiras passaram a ser usados como pontos de resolução e as terceiras pitagóricas já não assentavam bem no contexto musical. O sistema que preconizava era o que se chama hoje o '''sistema ptolomaico''', um dos sistemas propostos por Ptolomeu, no século II D.C.</blockquote>
 
Os '''temperamentos mesotónicos''' - Pouco a pouco, as terceiras e sextas foram assumindo um papel mais relevante e, no início da Renascença, os músicos já desejavam encontrar novas afinações que tornassem um maior número delas naturais. Isso deu origem ao aparecimento dos temperamentos mesotónicos (ou do '''tom médio''') muito usados nos séculos XVI e XVIII. Enquanto os sistemas de afinação natural procuravam aproximar-se dos intervalos ideais, os sistemas de temperamento implicavam desvios deliberados, mas pequenos, desses valores. Procurando obter terças justas, encurtavam fortemente 11 [[Quinta (música)|quintas]], resultando uma delas demasiado grande (Mib-Lá, também chamada a «quinta do lobo»). Este sistema não é mau para as tonalidades mais clássicas mas gera uma gama cromática muito desigual. Não se pode tocar nalgumas tonalidades. Mas já muitos teóricos da Renascença descreviam outras alternativas em que os intervalos não eram números racionais (razões de inteiros) e que correspondiam ao que se chama hoje o bom temperamento e o temperamento igual.