Lincoln Gordon: diferenças entre revisões

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Em 1960, Gordon ajudou a desenvolver a [[Aliança para o Progresso]], um programa do governo estadunidense de assistência à [[América Latina]], feito com o propósito de evitar que os países da região aderissem a [[revolução|revoluções]] e ao [[socialismo]] como alternativa para o progresso sócio-econômico, como havia ocorrido em [[Cuba]].<ref name="NYT">Robert D. McFadden, [http://www.nytimes.com/2009/12/21/us/21GORDON.html?_r=1 "Lincoln Gordon Dies at 96; Educator and Ambassador to Brazil"]. ''[[The New York Times]]''. 21 de dezembro de 2009.</ref> Em 1961, a revista ''[[Time (revista)|Time]]'' noticiou que Gordon havia se tornado "o maior especialista de [[John F. Kennedy|Kennedy]] em economia latino-americana. Gordon preparou a agenda dos EUA para a reunião econômica interamericana de julho aprovada na semana passada pela [[Organização dos Estados Americanos]]".<ref>[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,872464-2,00.html "The Orphan Policy"]. ''Time''.</ref>
 
De 1961 a 1966, Gordon serviu como embaixador dos Estados Unidos no Brasil, exercendo papel importante no apoio às articulações da oposição ao presidente [[João Goulart]] que resultariam no [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe militar de 1964]].<ref>Rouquié, Alain (1987). ''[http://ark.cdlib.org/ark:/13030/ft9b69p386/ The Military and the State in Latin America]''. Berkeley: University of California Press. pp. 138, 149. ISBN 0520066642.</ref>
No Dedia 30 de julho de 1962, no Salão Oval, Kennedy e Lincoln Gordon, discutiram o gasto de US$ 8 milhoões para interferir nas eleições e preparar o terreno para um golpe militar contra Goulart ''para expulsa-lo, se necessário'' disse Gordon ao presidente. Mais tarde, de acordo com o historiador brasilianista [[James Green]], Gordon "deu a luz verde para que os militares dessem o golpe de 1964. Ele deixou claro que (...) os Estados Unidos iam reconhecer imediatamente os militares no poder".<ref name="G1">Buarque, Daniel. [http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1422975-5602,00-LINCOLN+GORDON+MUDOU+A+HISTORIA+DO+BRASIL+DIZ+HISTORIADOR+AMERICANO.html "Lincoln Gordon mudou a história do Brasil, diz historiador americano"], [[G1]], 21 de dezembro de 2009.</ref> Em [[27 de março]] de 1964, ele escreveu um telegrama ultra-secreto para o governo dos Estados Unidos pedindo apoio ao golpe do general [[Humberto de Alencar Castello Branco]] através do "envio clandestino de armas" e remessas de gás e combustível, a serem posteriormente complementadas por operações secretas da [[CIA]].<ref name="Peter">Kornbluh, Peter. [http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB118/index.htm#2 "Brazil Marks 40th Anniversary of Military Coup: Declassified Documents Shed Light on U.S. Role"]</ref>. Gordon acreditava que Goulart, "buscando poderes ditatoriais", estava conspirando com o [[Partido Comunista Brasileiro]].<ref name="Peter"></ref> O embaixador escreveu que "tanto eu quanto meus assessores acreditamos que nosso apoio deve ser dado" aos golpistas para "ajudar a advertir um desastre grande aqui - que pode transformar o Brasil na China na década de 1960".<ref name="Peter"></ref>
 
Em uma palestra sobre a política externa estadunidense na [[Universidade de Harvard]] em [[19 de março]] de [[1985]], [[Noam Chomsky]] disse o seguinte sobre o papel de Gordon no golpe de 1964:<ref>Chomsky, Noam (19 de março de 1985). [http://www.chomsky.info/talks/19850319.htm "American Foreign Policy"]. Chomsky.com.</ref>
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Para Green, "Gordon ajudou os militares pessoalmente porque tinha uma visão de mundo moldada pela [[Guerra Fria]], era anticomunista e realmente achava que o Brasil estava à beira de uma revolução comunista".<ref name="G1"></ref> Apesar de todos os indícios comprovando sua atuação no golpe, Gordon morreu negando que havia conspirado com os militares. Em entrevista dada ao ''[[Fantástico]]'' em 2006, ele afirmou que a "participação ativa (dos Estados Unidos no golpe) foi praticamente zero".<ref name="G1"></ref> Na mesma ocasião, ele confirmou que a CIA havia ajudado financeiramente os candidatos da [[União Democrática Nacional]] nas eleições de 1962, mas disse que havia sido "um erro da nossa parte".<ref name="G1"></ref> De acordo com o então presidente estadunidense, [[Lyndon B. Johnson]], o serviço de Gordon no Brasil foi "uma rara combinação de experiência e sabedoria, idealismo e julgamento prático".<ref name="NYT"></ref>
 
Gordon encargou-se pesoalmente de entregar todo o ferro brasileiro para o consôrcio Hanna e Bethlehem Steel, em uma das maiores sangrías de recusoso naturais da América do Sul. Gordon foi um dos tantos arquitetos da barbárie da America do Sul.
 
==Morte==