Dáfnia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Linha 56:
Durante o inverno, as dáfnias reproduzem-se por [[partenogénese]](os recursos diminuem e os predadores aumentam), sendo a sua população composta maioritariamente por [[fêmea]]s. No fim do inverno, com o aumento das temperaturas recorrem a reproduçao sexuada e as combinações geneticas estao sempre a mudar, os [[ovo]]s que se estavam a desenvolver dão origem a dáfnias [[macho]]s que possuem uma ou duas [[gónada]]s junto do [[ânus]], que se podem transformar num órgão copulatório quando estes utilizam as segundas antenas para agarrar a fêmea e introduzir o seu órgão copulador na gónada da fêmea à qual vão fecundar, assim sendo os machos cumprem o seu dever genetico. A partir desta, formam-se ovos de inverno que só são produzidos quando as condições de desenvolvimento são desfavoráveis, às quais os ovos resistem durante um máximo de vinte anos até que se reunam as condições necessárias para se desenvolverem. Tal capacidade deve-se ao facto de possuírem uma camada protectora constituída pelos restos da cavidade incubadora das suas progenitoras e que se denomina ''ephippium''. Podem flutuar, ser transportadas, congeladas e até digeridos sem sofrerem danos porque a ephippium é resistente a [[enzima]]s digestivas.
 
Ao longo do seu crescimento, as dáfnias vão perdendo várias vezes o seu [[exoesqueleto]], em um processo normal e similar à mudança de pele em alguns [[réptil|répteis]]. Este processo denomina-se muda ou [[ecdise]],.
 
Alimentam-se da mesma forma que as [[baleia]]s filtradoras, filtrando o alimento da água que passa pelo seu tubo digestivo. As suas pernas, teracópodes ou [[apêndice (biologia)|apêndices]] articulados, estão especializados para a [[alimentação]] e [[locomoção]]. O primeiro e o segundo par de apêndices retêm as partículas de maior dimensão e que o ser não pode absorver, enquanto que os outros pares de apêndices impulsionam a água para que esta possa entrar pela sua boca levando consigo o alimento.
Linha 62:
Devido ao facto destes animais terem um exoesqueleto transparente, é possível observar ao microscópio todas as partes que o constituem, desde o coração a bater até ao desenvolvimento embrionário na sua cavidade incubadora.
 
A sua esperança de vida não excede um ano. Dependendo das temperaturas, um indivíduo pode sobreviver 108 dias a temperaturas de 3º[[Celsius|C]] e sobreviver apenas 29 dias a temperaturas de 28°C. No inverno existem excepções; a população fica muito limitada, mas várias fêmeas sobrevivem até cerca de seis meses, tendo um crescimento lento mas atingindo maiores proporções que as fêmeas que se desenvolvem feiosnormalmente.
 
Os organismos do gênero Daphnia, chamados microcrustáceos, são amplamente sensíveis a mudanças em seu ambiente aquático, principalmente causadas por ação de xenobióticos. Atualmente esses organismos são utilizados em [[bioensaio]]s, ou seja, testes que usam organismos vivos na avaliação de toxicidade em áreas afetadas por efluentes industriais e domésticos, agricultura e locais próximos a portos (exemplo: Porto de Santos, Porto de Paranaguá), desde que sejam água doce. E, devido à sua sensibilidade, as Daphnias são usadas para realizar esses [[bioensaio]]s e essa é uma área importante da [[Biologia]] chamada [[Ecotoxicologia| Ecotoxicologia aquática]].