Vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos: diferenças entre revisões

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* De acordo com um telegrama da embaixada estadunidense em [[Brasília]], o Brasil abriga suspeitos de terrorismo entre os traficantes de drogas. Altos oficiais brasileiros "rejeitam vigorosamente qualquer insinuação" de que há presença terrorista no Brasil.<ref>[http://edition.cnn.com/2010/WORLD/americas/11/29/us.brazil.wikileaks/index.html WikiLeaks: Brazil tried to distance itself from U.S. war on terror.] [[CNN]]. 30-11-2010.</ref>
 
* Segundo os telegramas, a [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]] e a [[Agência Brasileira de Inteligência|ABIN]] monitoram a presença de suspeitos de [[terrorismo]] no território nacional, desde pelo menos o ano de [[2005]]. Conforme relatou o ex-embaixador dos Estados Unidos, Clifford Sobel, num telegrama enviado em [[8 de janeiro]] de [[2008]], "a Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo". “No ano passado ([[2007]]) a Polícia Federal prendeu vários indivíduos envolvidos em atividades suspeitas de financiamento de terrorismo mas baseou essas prisões em acusações de tráfico de drogas ou evasão fiscal". A Polícia Federal e a ABIN sempre compartilham essas informações com as agências estadunidenses, diz o relato. Segundo os telegramas, estes suspeitos de terrorismo se tratam principalmente de imigrantes [[Líbano|libaneses]] ligados ao [[Hizbollah|Hezbollah]], além de extremistas [[Sunismo|sunitas]], que se encontram localizados principalmente na [[Região Metropolitana de São Paulo|Grande São Paulo]], na [[Tríplice Fronteira]] (ou [[Mesorregião do Oeste Paranaense|oeste do Paraná]]) e em outras regiões do [[Região Sul do Brasil|sul do país]]. Em um almoço com o ex-embaixador John Danilovich na residência da embaixada em [[2006]], o ministro-chefe do [[Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República]], [[Jorge Armando Felix]] disse que é importante que as operações de [[Antiterrorismo|contraterrorismo]] sejam "maquiadas" da maneira apropriada para não afetar negativamente a "orgulhosa" e "bem-sucedida" comunidade árabe no Brasil. Pouco antes, Felix havia agradecido o apoio dos estadunidenses através do ''Regional Movement Alert System'' (RMAS), que é um sistema que detecta passaportes inválidos, perdidos ou falsificados. A partir de informações do RMAS, a ABIN e a Polícia Federal estariam monitorando "indivíduos de interesse" no Brasil. Segundo o telegrama que descreve o almoço entre Felix e Danilovich, "além das operações conjuntas com o governo dos Estados Unidos, o governo brasileiro também está pedindo que filhos de árabes, muitos deles empresários de sucesso, vigiem árabes que possam ser influenciados por extremistas ou grupos terroristas". Logo após, Felix afirma que é de total interesse da comunidade árabe no Brasil "manter potenciais extremistas na linha", evitando assim chamar a atenção mundial para os árabes brasileiros. No telegrama enviado em [[8 de janeiro]] de [[2008]], Clifford Sobel também afirmou que "a sensibilidade ao assunto (por parte do governo brasileiro) resulta devido ao medo da estigmatização da grande comunidade islâmica no Brasil ou de que haja prejuízo para a imagem da região (da Tríplice Fronteira) como destino turístico. Também é uma postura pública que visa evitar associação à [[Guerra ao Terror|guerra ao terror]] dos EUA, vista como demasiado agressiva". Em outro telegrama de [[dezembro]] de [[2009]], a ministra conselheira da embaixada, Lisa Kubiske, disse que "enquanto o governo nega (o terrorismo), a polícia monitora e colabora em operações de contraterrorismo". Neste telegrama, ela também citou a prisão de um integrante da [[Al-Qaeda]] em São Paulo, conhecido como "senhor K", em [[maio]] de [[2009]]. Ele foi preso sob a acusação de racismo numa pretensa investigação sobre células [[Nazismo|nazistas]], mas segundo o que está escrito no telegrama, para a Polícia Federal, ele coordenava uma célula de comunicação e recrutamento da Al-Qaeda em São Paulo. Além disso, Lisa Kubiske também elogiou o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério das Relações Exteriores]] por ter admitido que terroristas podem se interessar no Brasil por causa dos [[Jogos Olímpicos de Verão de 2016]].<ref>[http://www.wikileaks.ch/Em-segredo-Brasil-monitora-e.html Brazil - Em segredo, Brasil monitora e prende suspeitos de terrorismo.] [[Wikileaks]]. 29-11-2010.</ref>
 
* A [[Secretário de Estado dos Estados Unidos|Secretária de Estado dos Estados Unidos]], [[Hillary Clinton]], enviou um telegrama à embaixada estadunidense em Brasília, pedindo informações detalhadas sobre a vida pessoal de diversos membros do alto escalão do governo federal, tendo em vista os interesses estratégicos dos Estados Unidos, principalmente na área ambiental e no comércio bilateral entre os dois países. Além disso, Hillary também agradeceu os diplomatas pelas informações fornecidas sobre o então ministro [[Carlos Minc]] e a negociadora do Itamaraty, Vera Machado, além dos candidatos à [[Eleição presidencial no Brasil em 2010|eleição presidencial de 2010]]. Logo após, Hillary também pediu informações sobre "divisões dentro do núcleo do [[governo Lula]]", em relação às políticas usadas para atenuar os efeitos da [[Crise econômica de 2008-2009|crise econômica]], em especial aquelas que pudessem afetar o comércio bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos.<ref>[http://wikileaks.ch/Clinton-pediu-informacoes-pessoais.html Brazil - Clinton pediu informações pessoais sobre integrantes do governo.] [[WikiLeaks]]. 10-12-2010.</ref>