Bairro da Paz (Salvador): diferenças entre revisões

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O '''Bairro da Paz''' (antigo ''Bairro das Malvinas'') é um [[bairro]] de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[Bahia]].
 
O bairro da Paz, localizado na esquina entre as avenidas Paralela e Orlando Gomes, formou-se a partir da ocupação inapropriada dessa área, que pertencia à Prefeitura, por pessoas de baixa renda. A construção recente das Avenidas surtiram um efeito de super-valorização da área, que foi o principal motivo da reação das autoridades locais. A região do miolo foi ocupada quase sempre da mesma maneira e não sentiu a presença da lei. Na época das primeiras ocupações, em 1982, o governo tentou remover a população diversas vezes, mas as pessoas voltavam e reconstruíam suas casas, mesmo sujeitas aos abusos das autoridades. Diante da resistência dos moradores, a Prefeitura partiu para a negociação e, depois de muitos conflitos tensos, a comunidade estabeleceu-se e ainda conseguiu mudar o próprio nome, Malvinas, que fazia alusão a uma guerra que acontecia na época da fundação.
 
De lá pra cá, o Bairro da Paz adensou-se e hoje tem cerca de 65 mil habitantes. A assistência recebida por eles é deficiente em relação à sua localização e o bairro é conhecido como um lugar violento. Na visão dos moradores, é unânime o sentimento de exclusão: eles se sentem claramente acuados com o desenvolvimento da Av. Luis Viana Filho (Mais conhecida como Av. Paralela), plena de empreendimentos residenciais de grande porte voltados para as classes A e B.
 
O Bairro da Paz adotou como data de fundação o dia 23 de abril de 1982. Pessoas de baixa renda ocuparam irregularmente um terreno que pertencia à Prefeitura Municipal. A repressão sofrida não surtiu efeito, de forma que a população sempre voltava e reconstruía os barracos. A gravidade dos conflitos entre eles e as autoridades foi aumentando e o caso ganhou destaque na imprensa baiana. Como, na época, a Argentina e a Inglaterra guerreavam pela ilha das Malvinas, assim ficou conhecida a localidade. Enquanto isso, a Prefeitura usava de força policial e demolia os barracos, que a comunidade insistia em reconstruir. Como a ação não surtia efeito, a Prefeitura cedeu e passou a negociar com os moradores, até que conseguiu transferi-los para uma área em Coutos, a Malvinas de Coutos. Naturalmente, depois de perceber que foram ludibriados e que o local não correspondia com o da ocupação inicial por ser um local de difícil acesso, a maioria dos moradores saiu de lá e voltou a ocupar a mesma área de antes, em 1986.
 
Mais uma vez houve o uso da força policial e derrubadas, mas o Governo de Waldir Pires interveio para que o conflito cessasse, enfim. Os moradores foram cadastrados e foi elaborado um projeto para o Bairro, que não chegou a concretizar-se. Com o término das derrubadas, o bairro estabilizou-se, tendo seu maior crescimento. De acordo com o IBGE, em 1991, havia 11.241 habitantes, em 1996, esse número pulou para 40 mil e, hoje, há cerca de 65 mil habitantes no bairro. Ou seja: nos dez anos seguintes a re-ocupação, o número de moradores aumentou em mais de 300%, enquanto, de 96 para hoje, o aumento foi de 62,5 %. Em 1996, o bairro foi ligado ao abastecimento de água potável pela Embasa, nessa época, lá já havia luz elétrica. O título de posse foi entregue a moradores no segundo mandato da Prefeitura de Imbassaí.
 
Devido à sua história de árdua ocupação, o Bairro da Paz tem uma comunidade forte e uma das associações de moradores mais ativas da cidade. A construção de cada equipamento do bairro foi conseguida pressionando as autoridades, através da presença de manifestantes na Câmara Municipal até barricadas na Paralela. Hoje há cooperativas, grupos culturais diversos, escolas e pequenos cursos que pululam no bairro.
A prefeitura fez de tudo para que não houvesse a ocupação desta região da cidade, valorizada pela avenida Paralela.
 
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[[Categoria:Bairros de Salvador]]