Pedro António Correia Garção: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
'''Pedro António Correia Garção''' ([[Lisboa]], [[13 de junho]] [[1724]] — [[Lisboa]], [[10 de novembro]] [[1772]], foi um poeta português. Não terminou os estudos na [[Universidade de Coimbra]]. Exerceu o cargo de escrivão na casa da Índia. A sua atenção pública e literária apresentou-se mais ou menos obscuraobsc''Texto em itálico''ura. Pouco a pouco antes de morrer incompatibilizou-se com o [[Marquês de Pombal]].
 
A esposa, D. Maria Ana Xavier Fróis Mascarenhas de Xande Salema, trouxe-lhe avultados bens, desaparecidos, mais tarde, em litigio judicial. A perda da fortuna não representou a sua única desgraça; ocorreu-lhe a prisão, a principio em segredo; após na sala livre. Quando, graças à dedicação da mulher, ia ser solto, faleceu.

A causa até hoje não está devidamente averiguada. Supos-se que fosse por causa de um poemeto ao infante D. Pedro, em que se não consentia que se fosse levantada uma estátua, e no qual se quis ver uma crítica ao Marquês de Pombal, que mandara colocar o seu medalhão no monumento a [[D. José I]]. A hipótese é inaceitável, porque o encarceramento ocorreu em 1771,datando a estátua de 1775. Outros atribuiram o caso a uma aventura amorosa com a filha de um intendente escocês Macbean, de cuja hospitalidade teria abusado; contudo, nada se esclareceu e a imaginação elaborou livremente o aspecto fantasioso.
 
== Obra ==
Linha 7 ⟶ 9:
A obra de Correia Gração abrange múltiplos aspectos, ressaltando a sua atividade de legítimo teórico e orientador do [[Classicismo]]. Cultivou a sátira horaciana e foi excelente metrificador. Discutia se no teatro devia ou não ser derramado sangue em cena, preferindo eloquentes narrativas. Preconizou a imitação, mas com critério seletivo:
 
"''Imite-se a pureza dos antigos''
''Mas sem escravidão, com gosto livre,''
''Com polida dicção, com frase nova,''
''Que a fez, ou adotou a nossa idade.''
''Ao tempo estão sujeitas as palavras;''
''Umas se fazem velhas, outras nascem:''
''Assim vemos a fertil primavera,''
''Encher de folhas ao robusto tronco,''
''A quem despiu o inverno desabrido."
 
 
O '''''Teatro Novo''''', peça teatral de restrito interesse, vale como importante documento para a história das idéias sobre [[teatro]]. Na casa de Aprígio Fafes, expõem se as mais diversas opiniões: Gil Leinel, que ventila as idéias do autor, prefere o teatro dos antigos, exaltando a sua finalidade educativa. Brás acha que só o riso deve ser o objetivo; a comédia, portanto; Jofre defende o teatro lírico, à moda italiana, sem o português, acrescida do elemento coreográfico. Branca aprecia, mais o teatro de Antônio José.
 
A '''''Assembléia ou Partida''''', comédia de costumes, caricatura o gosto imoderado do luxo. Brás Carril, para atender à esposa, resolve fazer, em casa, uma reunião, assembléia, pedindo emprestado o dinheiro necessário e todos os objetos indispensáveis, desde o piano ao castiçal. Escrivão e meirinho entram com o intuito de penhorar dos bens. Três casamentos, os de duas filhas e o de um filho, cujos futuros sogros se dispõem a pagar as dívidas, salvam a situação. Malfalda, a noiva do rapaz no decorrer da partida, recita a ''Cantata de Dido'' inspirada em [[Virgílio]], no dizer de [[Garret]]: "Umas das mais sublimes concepções do engenho humano, das mais perfeitas obras executadas da mão do homem ".
 
== Soneto Erótico ==