Batalha de Chaul: diferenças entre revisões

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D. Lourenço preparaou-se para ir a Diu, mas os rumes chegaram ao porto de Chaul com toda a sua armada, de que era capitão [[Mirhocem]], a armada era composta por uma grande [[nau]] e seis [[galé]]s. Acompanhavam esta armada trinta e quatro fustas (compridas embarcações de fundo chato, a [[Remo (desporto)|remo]]s ou a vela) enviadas pelo rei de [[Cambaia]] e sob o comando de [[Miliquias]], governador de Diu. Todos estes [[barco]]s vinham bem equipados e armados com muita artilharia de grande calibre. Ao ver esta armada na barra de Chaul, D. Lourenço, pelo rumo e feitio das naus, pensou que eram os barcos de [[Afonso de Albuquerque]] por quem esperavam. Assim, de nada desconfiou até que Mirhocem entrou pelo [[rio]] com as suas naus e galés, arvorando bandeiras vermelhas com luas pretas, e ao passar pelos navios portugueses logo os atacou com bombardas, espingardas e frechas, indo lançar ferro junto da cidade. Refeitos da surpresa, os portugueses responderam de igual modo. Ancorada a frota inimiga, D. Lourenço, apesar de ter muitos feridos em todas as naus, decidiu com a sua e a de Pêro Barreto, abalroar o [[galeão]] de Mirhocem, e ordenou aos restantes capitães como haviam de abalroar as outras embarcações inimigas.
 
Mirhocem receoso de combater sem o apoio de Miliquias, mandou as galés fazerem fogo contra os navios portugueses, e com o primeiro tiro arrombaram o de D. Lourenço de Almeida. Passaram toda a noite a trabalhar para abalroar o galeão ao romper da manhã. Mas o vento era escasso pelo que nada conseguiram, no entanto os navios ficaram tão próximos que de um e outro lado os homens de alvejavam com armas de arremesso, o que dava vantagem aos rumes, pois sendo o seu navio mais alto, porderam ferir muitos portugueses, entre os quais o próprio D. Lourenço, atingido por uma seta e logo depois por outra em pleno rosto. Pêro Barreto pôde abalroar uma das naus inimigas, sendo ele o primeiro a saltar para bordo, conquistando-a. Diogo Pires e mais dois capitães portugueses conseguiram abalroar mais três naus. Movido por essa vitória, D. Lourenço apesar de ferido, quis atacar o galeão de Mirhocem, mas a conselho dos outros capitães não o fez, por ter ele próprio muita gente ferida e os restantes esgotados de força. No dia seguinte Miliquias entrou no rio Chaul, e com a sua chegada os rumes ganharam novo ânimo. Tendo fundeado perto de Mirhocem, Miliquias mandou avançar três [[fusta]]s, ao encontro das quais saíram Paio de Sousa e Diogo Pires, com as suas galés, afundando uma das fustas e obrigando as outras duas a vararem em terra.
 
Pêro Barreto pôde abalroar uma das naus inimigas, sendo ele o primeiro a saltar para bordo, conquistando-a. Diogo Pires e mais dois capitães portugueses conseguiram abalroar mais três naus. Movido por essa vitória, D. Lourenço apesar de ferido, quis atacar o galeão de Mirhocem, mas a conselho dos outros capitães não o fez, por ter ele próprio muita gente ferida e os restantes esgotados de força. No dia seguinte Miliquias entrou no rio Chaul, e com a sua chegada os rumes ganharam novo ânimo. Tendo fundeado perto de Mirhocem, Miliquias mandou avançar três [[fusta]]s, ao encontro das quais saíram Paio de Sousa e Diogo Pires, com as suas galés, afundando uma das fustas e obrigando as outras duas a vararem em terra.

Ao romper de alva, Miliquias com as suas frustas , cercou a nau de D. Lourenço, atirando-lhe muitas bombardas, uma das quais lhe acertou de modo que começou a meter água em grande quantidade, indo encalhar numa estacada de pescadores. Quando Miliquias viu que a nau nao poderia escapar-lhe, ordenou a algumas das suas fustas que abalroassem a galé de Paio de Sousa, mas esta levada pela corrente do rio foi-se afastando. Quando a galé chegou ao ponto onde estavam as de Pêro Barreto, Duarte de Melo e Diogo Pires, ao verem que a nau de D. Lourenço não aparecia lançaram ferro, e o mesmo fizeram Francisco de Anaia e Lobo Teixeira, que já iam fora da barra. D. Lourenço, embora lhe tivessem preparado o escaler da nau, não quis abandonar o seu posto, mesmo depois de um tiro de bombarda lhe ter arrancado uma coxa, até que outra o matou. Nessa altura já a nau estava quase ao rés da água por causa de muitos tiros que lhe acertaram, e os inimigos, que de todos os lados a cercavam, abalroaram-na e invadiram-na por três vezes, sendo três vezes derrotados.

Mas como os portugueses eram poucos e sem ajudas, e eles muitos e com muita ajuda, os inimigos entraram definitivamente, travando-se uma luta, até que Miliquias, pesando-lhe ver morrer homens tão valentes, ainda salvou vinte. Nesta luta morreram oitenta portugueses entre capitães e marinheiros. Ao todo na nau de D. lourençoLourenço e nas outras, morreram cento e quarenta homens e ficaram feridos cento e vinte e quatro.
 
== Ver Também ==
 
* [[Império Português]]
* [[Índia Portuguesa]]
 
[[Categoria:Batalhas de Portugal|Chaul]]