Língua caingangue: diferenças entre revisões
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|estados = [[Brasil]]
|região = [[São Paulo]], [[Santa Catarina]], [[Paraná]], [[Rio Grande do Sul]]
|falantes = 18
|Atlas UNESCO country = Brasil
|fam1 = línguas
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A '''língua
-->{{cite book
|last = Rodrigues
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}}<!--
--></ref>. A nação
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== Cultura ==
A linguagem
== Primeiros contatos ==
Os primeiros contatos oficiais, amistosos e reconhecidos com comunidades caingangues pela sociedade portuguesa aconteceram nos campos de [[Guarapuava]], no centro do [[Paraná]], a partir de [[1812]] (cf. D'Angelis 1984:8 - 10). Na sequência, estabeleceram-se contatos (por conta, obviamente, da invasão e da ocupação do território indígena) com os caingangues das regiões sul-riograndenses
Desde os primeiros contatos, os caingangues foram alvo de ações catequéticas pela [[igreja Católica]]. De fato, ao tempo do império, isso era parte da política indigenista oficial. A expedição militar que ocupou Guarapuava contava com o capelão Francisco das Chagas Lima (que antes missionara os [[puri]]-[[coroados]], em [[São Paulo]]) e que, desde o primeiro momento, buscou catequizar os caingangues. No Rio Grande do Sul, poucos anos após o estabelecimento dos primeiros aldeamentos dos caingangues, jesuítas liderados pelo padre Bernardo Parés atuaram na catequese da gente de Nonoai, de Guarita e de Votouro. No norte do Paraná, a partir das iniciativas mais permanentes de ocupação brasileira no vale do [[Tibagi]], o governo provincial determinou a fundação de um aldeamento em [[São Jerônimo]], com a catequese entregue a [[capuchinhos]] italianos (o mais conhecido deles, frei Timóteo de Castellnuovo). E foi um capuchinho italiano, frei Mansueto Barcatta de Val Floriana, no início do século XX, o responsável pelo primeiros trabalhos de fôlego sobre a língua caingangue: uma gramática e um vasto dicionário (Floriana [[1918]] e [[1920]]). Antes dele, apenas se contam com vocabulários (alguns, de certa extensão e interesse).
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Nos anos 1940, surgiram trabalhos mais acurados, ainda que menos volumosos, na linha da linguística histórico-comparativa, assinados por [[Mansur Guérios]] ([[1942]] e [[1945]]). Na sequência dele, merecem registro os estudos de [[Wanda Hanke]], tanto do [[xoclengue]] (Hanke [[1947]]) como do caingangue norte-paranaense (Hanke [[1950]]).
No final dos anos 1950, instalou-se, na divisa da área indígena de [[Rio das Cobras]], no sudoeste do Paraná, a missão e centro de pesquisa linguística do [[Summer Institute]]. A língua caingangue passou a ser estudada, ali, por [[Ursula Wiesemann]] (e, ao que parece, posteriormente, por [[Gloria Kindell]]). Em [[1959]], por exemplo, um primeiro estudo foi tornado público, em reunião da ABA, intitulado
== Estudo da linguagem ==
Estudos da língua
Em [[1989]], [[Silvia Braggio]] publicou um pequeno trabalho sobre o processo de alfabetização entre crianças caingangues de Guarapuava em revista de [[linguística aplicada]] (Braggio 1989). Em [[1986]], Braggio havia defendido tese nos [[Estados Unidos]] sobre o mesmo assunto (cf. Braggio 1986).
A partir de meados dos anos 1990, Silvia Nascimento passou a estudar aspectos da [[sintaxe]] do
A aparente profusão de estudos fica diluída quando observamos que a grande maioria deles mantém-se na área da fonologia e, mais ainda, quando observamos que algumas áreas da linguística jamais foram investigadas em relação ao caingangue.
Já nos anos [[1990]], D'Angelis passou a produzir trabalhos de análise da fonologia caingangue e, posteriormente, também sobre aspectos da sintaxe (cf. D'Angelis 1991, 1992a, 1992b, 1995a), culminando com um trabalho teórico explorando os limites das teorias fonológicas com base em dados de sua investigação daquela língua indígena (cf. D'Angelis 1995b, 1998). Suas investigações prosseguem em ambas as direções, dando atenção ainda a aspectos fonéticos da língua, em sua relação com a fonologia (cf. D'Angelis 1999a), à fonologia propriamente (cf. D'Angelis 1999b, 2000c, 2002c, 2003c), à sintaxe (D'Angelis 2002d, 2004b), às questões de educação e de
As “ferramentas” linguísticas escritas, como dicionários e gramáticas, são raras. Dos dois trabalhos de algum fôlego, intitulados “Dicionários” (bilíngues), apenas o de Val Floriana (1920)
Os materiais chamados “didáticos” produzidos em língua caingangue, seja pelo SIL, seja por iniciativas mais recentes, com recursos do MEC para “oficinas” e publicação, restringem-se a cartilhas e a coletâneas de textos. Estas últimas, embora cumpram uma função importante (a de suscitar material de leitura na língua – embora não possamos ainda falar em “literatura caingangue” ''stricto sensu''), não cobrem a lacuna da orientação de uma reflexão epilinguística e propriamente linguística no ensino escolar do caingangue, da mesma forma que não cobrem a lacuna igualmente enorme do não emprego da língua caingangue como língua de instrução nas disciplinas de história, geografia, matemática etc.
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