Genocídio filipino: diferenças entre revisões

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O [['''genocídio]] filipino''' ocorreu como estratégia de ação dos [[EUA]] durante a [[Guerra Filipino-Americana]] entre as [[Filipinas]], que queria fazer cumprir a promessa estadunidense de independência, e o exército invasor dos Estados Unidos de América, entre 4 de fevereiro de [[1899]] até [[1913]], resultando no extermínio de mais de 10% da população total filipina. O carater de [[genocídio]] fica claro quando comparado com o número de baixas dos revoltosos filipinos com o de civis filipinos - alvo prioritário do exército dos EUA: enquanto apenas 16, 000 insurgentes filipinos foram mortos, 1 milhão de [[civil|civis]] foram liquidadosmortos. A razão do genocídio são tanto militares[[militar]]es - como uma estratégia de [[intimidação]] maciça, como de [[limpeza étnica]], uma vez que os filipinos de todos os tipos (das direfentesdiferentes etnias[[etnia]]s, tanto a grande maioria [[católicos|católica]] como a minoria sulista [[islã|islâmica]]) eram considerados inferiores aos [[anglo-saxões]] protestantes[[protestante]]s [[estadunidenses]], e se pretendia que toda sua [[cultura]], fortemente influenciada pela cultura e [[religião|religiosidade]] [[espanhola]], fosse varrida do mapa. deDe 9 milhões de habitantes[[habitante]]s, o [[arquipélago]] foi reduzido a 8 milhões. As atrocidades da limpeza étnica chegaram aos [[jornal|jornais]] americanos, como a ordem do [[general]] [[Jacob Smith]] de fazer represálias[[represália]]s executando qualquer pessoa acima de 10 anos de idade.
[[Image:Phillipines.gif|right|thumb|300px|O massacre da Ilha de [[Samar]], o General [[Jacob H. Smith]] ordena que retaliações seja feitas indiscriminadamente sobre a população filipina.<ref name="Britannica_Smith">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/549768/Jacob-F-Smith "Jacob F. Smith."](2010). Encyclopædia Britannica Online. Retrieved 2010-09-30.</ref> Sua ordem foi "''MATEM TODOS ACIMA DE 10 ANOS''" como noticiou o ''[[New York Journal]]'' em May 5, 1902. um [[urubu]] está no lugar da [[Águia-careca]] como estandarte dos EUA.<ref name="Britannica_Smith"/>]]
Esse genocídio também é conhecido como insurreição filipina. Este nome o mais usado normalmente nos EUA durante décadas, porém os filipinos e um número consideravel de historiadores estadounidenses se referem a essa dizimação como a [[guerra filipino-americana]], e em 1999 a [[Biblioteca do Congreso]] estadounidense reclassificou suas referências para usar este termo.
 
== Invasão americana ==
[[Image:Philippine-American War.png|thumb|right|160px|Caricatura de 1899 feita por [[Winsor McCay]]. O [[Tio Sam]] laça e prende as colonias espanholas no lastro do "Imperialismo" e um personagem espanhol se escandaliza pela bagatela de "$20&nbsp;000&nbsp;000".]]
Desde meados do [[século XIX]] os EUA se ofereciam para comprar, por preços promocionais, os restos do antigo império espanhol: [[Filipinas]], [[Havaí]] e [[Cuba]]. Obviamente a Espanha se negou a fazer novos acordos, desda a venda da [[Flórida]], em 1819, para os EUA. Em 1898, após um agravamento das relações diplomáticas entre os dois países[[país]]es, um [[navio]] da [[frota]] de guerra dos EUA explodiu no porte de [[Havana]]. Os EUA acusaram a [[Espanha]] de sabotagem e iniciaram a [[Guerra Hispano-Americana]] de 1898, que resultou na derrota e humilhação da Espanha, como a tomada por parte dos EUA de todo o seu império americano e asiático, restando à Espanha míseros enclaves junto ao [[Saara]].
Para a derrota do combalido [[Império Espanhol]] ser mais rápida e menos custosa ao erário americano, o governo dos EUA prometeu a independência para a população das províncias cobiçadas. Cubanos[[Cubano]]s e filipinos[[filipino]]s se uniram ao esforço de guerra americano.
 
O governo dos EUA tinha assegurado aos [[rebeldes]] filipinos que seu único interesse era derrotar a Espanha, e, aliás, ajudar os filipinos a alcançar a [[independência]]. O [[presidente]] [[William McKinley]] havia declarado publicamente que se os EUA passassem à anexação das Filipinas, descumprindo as promessas e acordos feitos com o povo filipino, isso "seria, de acordo com o nosso código moral, uma agressão criminosa.". Mas, depois da derrota da Espanha após a [[Guerra Hispano-Americana]], os Estados Unidos se voltaram contra os filipinos - que durante essa mesma guerra forneceram ajuda militar significativa, informações estratégicas e boa parte do aparato de logística - e invadiram as Filipinas, que se tornou uma [[colônia]] dos EUA. McKinley explicou que "os filipinos eram incapazes de se autogovernarem" e que [[Deus]] lhe tinha dito que não poderia fazer nada melhor do que "educar e cristianizá-los", embora as Filipinas já houvessem sido quase inteiramente [[cristianização|cristianizadas]] pelos espanhóis ao longo de vários séculos[[século]]s, com exceção de alguns pontos no sul, onde até hoje existe a tentativa de constituição de um [[sultanato]] [[muçulmano]].
 
Em dezembro de 1898, oos Estados Unidos adquiriram as Filipinas e outros territórios da Espanha pela soma de 20 milhões de dólares dos EUA como indenização pela guerra com a Espanha, pelo [[Tratado de Paris]]. No entanto, os filipinos, declararam a independência em [[12 de junho]], em oposição aos termos do tratado. Em [[14 de Agosto]], um exército composto por 11. 000 soldados foi enviado para ocupar as ilhas. Em [[1 de janeiro]] de [[1899]], [[Emilio Aguinaldo]] foi declarado o primeiro presidente da [[República Filipina]]. Mais tarde, organizou um congresso em [[Malolos]], [[Bulacan]], para elaborar uma [[Constituição]].
 
== Início do genocídio ==
[[Image:Filipino casualties on the first day of war.jpg|thumb|left|300px|Corpos de filipinos.]]
O genocídio filipino se iniciou junto com a guerra filipino-americana. As tensões entre os filipinos e os soldados[[soldado]]s americanos que ocupavam as ilhas[[ilha]]s emergiram do movimento pela independência, [[anticolonialista]], agravado pelo sentimento de traição de Aguinaldo, uma vez que ocorreu o desembarque das tropas[[tropa]]s dos EUA. As hostilidades[[hostilidade]]s começaram em [[4 de fevereiro]] de [[1899]], quando um soldado norte-americano matou um soldado filipino que estava atravessando uma [[ponte]] em território ocupado pelos norte-americanos em [[San Juan del Monte]], um incidente que os historiadores[[historiador]]es agora acreditam que seja a deflagração da guerra. O presidente dos EUA, William McKinley, disse mais tarde aos jornalistas "que os insurgentes atacaram Manila", a fim de justificar a guerra nas Filipinas.
 
A administração estado-unidense chamou de "bandido foragido" o presidente Aguinaldo, sem nunca emitir qualquer [[declaração de guerra]]. Duas razões foram dadas para isso: uma é que a [[Insurreição Filipina]] pareça uma [[rebelião]] contra um governo legítimo, mas a única parte das Filipinas, sob o controle americano era [[Manila]]. A segunda foi permitir que o governo dos EUA evitasse as reivindicações de pensões por parte dos veteranos de guerra de seu próprio exército e tivese que despender dinheiro com seus próprios soldados. Em junho de [[1900]], [[Galicano Apacible]], o primeiro [[embaixador]] das Filipinas nos EUA, que havia fugido para [[Toronto]] ([[Canadá]]) no ano anterior para evitar a eventual detenção pelas autoridades dos EUA, escreveu uma carta apaixonada em [[inglês]] para o povo dos EUA pedindo-lhes para parar o [[genocídio]] contra o seu país.
 
Em [[28 de março de 1901]], Emilio Aguinaldo y Famy, o primeiro presidente das Filipinas, foi capturado pelas forças dos EUA. A luta da [[Guerrilha]] continuou, e em [[5 de setembro]] de [[1903]] foi capturado [[Ola Simeão]].
 
[[Macario Sácay]] assumiu a presidência das Filipinas após a prisão do presidente Aguinaldo, mas ano dia [[17 de julho]] de [[1906]] foi enganado por alguns políticos[[político]]s filipinos aliados dos americanos com uma falsa promessa de [[anistia]] e a promessa de um lugar na [[Assembleia Nacional]] que asseguravam que seria feita. O segundo presidente das Filipinas foi enforcado pelos militares dos EUA em [[1907]].
 
== O genocídio se torna tática de guerra ==
 
Para destruir a guerrilha, os EUA decidem abater o povo filipino: torna-se meta a destruição das cidades e vilas com os soldados estadunidenses incendiando as casas, passa-se a quebrar o moral do povo com [[estupro]]s em massa, os [[fuzilamento]]s e a tortura generalizada, copiando métodos chineses e japoneses, como a ingestão de água até a morte, através de um funil colocado na boca.<ref>[[wikisource:Secretary Root's Record:"Marked Severities" in Philippine Warfare|Secretary Root's Record:"Marked Severities" in Philippine Warfare]], Wikisource (multiple mentions)</ref>)
Em 1908, [[Manuel Arellano Remondo]], na ''Geral Geografia das Ilhas Filipinas'', escreveu: "A população diminuiu devido às guerras, no prazo de cinco anos entre 1895- a 1900, uma vez que, no início da primeira insurreição, a população foi estimada em 9&nbsp;000&nbsp;000, e no presente (1908), os habitantes do Arquipélago não excedem 8&nbsp;000&nbsp;000 em número." À luz do grande número de vítimas civis sofridos pela população, o historiador Filipino E. San Juan Jr., afirma que a morte de 1,4 milhomilhões de filipinos é um ato claro de genocídio por parte dos Estados Unidos.
 
A tática de remoção da população das áreas de guerrilha, que foi posteriormente usada no [[Vietnam]], surgiu nas Filipinas: os aldeões foram removidos para áreas hermas sem quaisquer condições de plantio, vindo a morrer de fome - uma situação bem parecida com a [[coletivização]] forçada por [[Stalin]]. Outras pessoas foram vítimas da política de concentração de civis em "zonas protegidas" - um eufemismo para trancafiá-las em campos de concentração. <ref>[[wikisource:Secretary Root's Record:"Marked Severities" in Philippine Warfare#The Orders of Bell and Smith|Secretary Root's Record:"Marked Severities" in Philippine Warfare#The Orders of Bell and Smith]], Wikisource.</ref>