Paolo Ricci: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{Portal-Ocultismo}}
'''Paolo Ricci''' <ref>também conhecido como Paulus Ricius, Rici, Ricci, Riccius, Rizzius, Ritz ou Paulus Israelita</ref>, (nascido c. [[1480]]), († depois de [[1542]] ou [[1541]], em Innsbruck). Judeu convertido, e supostamente filho de um alemão originário de [[Trienter Münzjuden ]], ele foi um estudioso, escritor, filósofo, cabalista, médico e humanista.
 
Linha 4 ⟶ 5:
Convertido ao cristianismo por volta do ano de [[1505]]. Ele tornou-se professor de [[filosofia]] e [[medicina]] na [[Universidade de Pavia|Universidade de Pávia]]. Ele viveu durante certo tempo nas proximidades de Salzburgo e Brixen, onde manteve certas relações com o Bispo Príncipe [[Matthäus Lang von Wellenburg]] ([[1519]]–[[1540]]).
 
Paolo Ricci, chegou à Áustria, como médico, na comitiva de [[Branca Maria Sforza]] (1472-1510), filha do [[Duque de Milão]] [[João Galeazzo Sforza]], que havia se casado em terceiras núpcias [[1494]] com Maximiliano I. Depois atuou como médico em [[Nuremberg]] e, posteriormente, foi convocado, em [[1514]], como médico pessoal pelo imperador [[Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Maximiliano I]] e educador e conselheiro do arquiduque Ferdinando (mais tarde imperador [[Fernando I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Fernando I]]). Mais tarde ele foi também médico da rainha [[Ana Jagelão]], filha de [[Vladislau II da Hungria|Vladislau II da Hungria e da Boêmia]] e de [[Ana de Foix-Candale]] que havia se casado com o futuro imperador Fernando I em [[25 de maio]] de [[1521]]. Ricci, Porsecundou resteos tempotrabalhos de [[Jacob ben Jechiel Loans]], outro médico da corte, que assistira a [[Frederico III, Sacro Imperador Romano-Germânico|Frederico III]] e Maximiliano I (1508-1519). Jacob era também professor de hebraico (entre seus alunos estava Reuchlin) e era assistidoaparentado de [[Josel von Rosheim]], advogado representante da comunidade judaica para a Alemanha e a Polônia. A seu serviço també, Maximiliano I, tinha pora outro renomado cabalista, cujo nome era [[Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim||Heinrich Cornelius Agrippa]], que prestava serviços como [[historiógrafo]] aoda imperadorcorte.
 
 
Em [[15 Novembro]] de [[1529]], como reconhecimento aos serviços prestados à coroa, ele foi condecorado pelo imperador Carlos V, irmão mais velho de Fernando I e recebeu o título de [[barão]] de Sprinzenstein, e recebeu como feudo o castelo de [[Sprinzenstein]], em [[Haute]], na [[Áustria]], no [[Mühlviertel]] e a região correspondente. O castelo até então pertencia a [[Dionísio Praun]] e foi dado a Paolo por sugestão e influência do bispo Ernesto de Passau.
[[Ficheiro:Reuchlin_Hutten_Luther_1521.jpg|thumb|280px|Johannes Reuchlin representado numa xilogravura entre intelectuais importantes de seu tempo - Estrasburgo, 1521]]
[[Ficheiro:Tree_of_Life,_Medieval.jpg|thumb|290px|No período medieval teve início a formação de círculos esotéricos de divulgação cabalística na França, Provença, Andaluzia, Espanha e Alemanha - Ashkenaz]]
[[Ficheiro:Sprinzenstein - Schloss 8.jpg|thumb|280px|O Castelo de Sprinzenstein, Haute na Áustria]]
 
Ricci, além de ter sido um estudioso da [[astrologia]], foi professor de hebraico, filosofia, teologia e cabala, era um profundo conhecedor e tradutor dos textos sagrados em latim e hebraico e foi autor de obras filosóficas e teológicas. Ele retomou as idéias de [[Giovanni Pico della Mirandola]] e [[Johann Reuchlin]] e, após a [[Confissão de Augsburgo|Dieta de Augsburgo]], manteve, durante certo tempo, uma controvérsia [[Neoplatonismo|neo-platônica]] com o teólogo católico e um expoente da contra-reforma, [[Johann Ecko|Johann Eck]] sobre a existência de vida sobre os corpos estelares, sobre a alma das estrela (vida em outros planetas), em concordância com outro escritor e cabalista e, adepto do neo-platonismo, Enrique Cornelio Agripa, propagador da chamada cabala-prática e, sob cuja visão deveria haver uma mescla das tendencias Renascentistas com a Cabala, conceito não muito aceito entre os círculos não judaicos.
 
EleRicci tentou levar o [[aristotelismo]] italiano para a alemanha. Ricci defendeu Rechlin em [[1523]] contra o inquisidor [[James Hoogstraeten]] que em [[1514]] havia ordenado a queima dos escritos de Reuchlin. Como resultado seguiu-se a apelação para o pontífice romano [[Papa Leão X|Leão X]] e dois anos mais tarde [[1516]] , o inquisidor foi demitido. Além de Erasmo e Reuchlin, ele manteve larga correspondência com outros renomes da época, como [[Ulrich von Hutten]] e [[Pirckheimer Willibald]].
 
== [[Cabala Cristã|O Cabalismo Cristão]] ==
O conceito propriamente surgiu com [[Giovanni Pico della Mirandola]] (1463-1494), discípulo de [[Marsilio Ficino]] e referia-se à escola de pensamento (Judaico) relacionada ao misticismo esotérico. Surgiu como consequências do Renascimento e como resultado de prosseguimento de estudos dos textos gregos e traduções por hebraístas cristãos. Veio como um sincretismo ético combinado platonismo, neoplatonismo, aristotelismo, hermetismo e Cabala. Além de Pico della Mirandola, outros, por ele influenciados direta e indiretamente, como Ricci, contribuiram para a proliferação desta vertente. Outros vieram a fazer parte do coro, como Johann Reuchlin (1455-1522), Walther, cujas idéias e doutrinas exerceu grande influência o teósofo [[Jacob Böhme]], [[Athanasius Kircher]], [[Christian Knorr von Rosenroth]], [[Johann Kemper]] (1670-1716), conhecido como [[Moses ben Aaron de Cracóvia]], que lecionou na [[Universidade de Uppsala]] entre os anos 1697 e 1716 e foi tutor de [[Emanuel Swedenborg|Swedenborg]], [[Adorjan Czipleá]], [[Raimundo Lúlio|Raymond Lulle]], entre outros.
 
Como a maioria dos convertidos do judaísmo, Ricci tentou convencer os judeus sobre o conteúdo dos livros do novo Testamento (os Evangelhos). Sua defesa da Cabala, descrita como a interpretação alegórica da Bíblia, teve apoio e concordância de  [[Erasmo de Roterdão|Erasmo de Roterdã]], sua intenção era mediar o Talmude e a Cabala com a filosofia cristã. Erasmo, concordando com esta justificação de Ricci e, sendo um figura de expressão na época [[1520]], defendeu-o, através de uma carta, contra as argumentações contrárias e os ataques de [[Estêvão, o Presbítero]]. Paolo aborda os conceitos básicos da [[Cabala cristã, cujos métodos foram difundidos nas práticas ocultistas e espirituais da Europa. No livro ''Introdução à Cabala'' Ricci escreve:
Linha 32 ⟶ 36:
 
== Obra ==
Ricci foi um escritor prolífico, autor de vários textos filosóficos e, como [[Henrich Gratz]] diz, "tornou-se de boa conta a pequena quantidade de conhecimento judaicos que trouxe com ele para o cristianismo." Seu trabalho mais conhecido é o seu''Portae "DeLucis'', Portaque Lucisé R.uma Josephitradução Gecatilia"latinada Cabala Cristã e Renascentista de José Gikatilla - (Augsburg, 1516), quetrata-se éde uma tradução livre de uma parte da obra cabalística "Sha'are Orah" por de [[José Gikatilla]]. Este trabalho é composto de uma série de ensaios sobre os dez [[Sephirotes]] e sua relação com os nomes divinos. Gikatilla cita os versículos bíblicos e os interpreta de acordo com a correlação cabalística. [[Jerônimo Ricci]] (Hieronymus Ricius), filho de Paolo, enviou uma cópia deste trabalho para [[Johann Reuchlin|Reuchlin]] (futuro tio-avô de [[Philip Melanchthon]], que a utilizou na composição do seu "De Arte Cabbalistica".
 
Ricci foi um escritor prolífico, autor de vários textos filosóficos e, como [[Henrich Gratz]] diz, "tornou-se de boa conta a pequena quantidade de conhecimento judaicos que trouxe com ele para o cristianismo." Seu trabalho mais conhecido é o seu "De Porta Lucis R. Josephi Gecatilia" (Augsburg, 1516), que é uma tradução livre de uma parte da obra cabalística "Sha'are Orah" por [[José Gikatilla]]. Este trabalho é composto de uma série de ensaios sobre os dez [[Sephirotes]] e sua relação com os nomes divinos. Gikatilla cita os versículos bíblicos e os interpreta de acordo com a correlação cabalística. [[Jerônimo Ricci]] (Hieronymus Ricius), filho de Paolo, enviou uma cópia deste trabalho para [[Johann Reuchlin|Reuchlin]] (futuro tio-avô de [[Philip Melanchthon]], que a utilizou na composição do seu "De Arte Cabbalistica".
 
Ricci relata que o imperador [[Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Maximiliano I]], o [[Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Imperador Romano]] foi quem ele foi lhe ordenou para que compilasse uma uma tradução latina do [[Talmude|Talmud]]. Tudo o que restou foram as traduções dos tratados [[Berakot]], [[Sinédrio|Sanhedrin]], e [[Makkot]] (Augsburgo, 1519), das primeiras leituras do [[Mishná]] e que é hoje conhecido pelos bibliógrafos.
Linha 65 ⟶ 68:
 
== Links externos ==
{{Commons|Kabbalah}}
* [http://www.kabbalah.info/rus/content/view/frame/47263 Estudiosos medievais e modernos e pensadores sobre a Cabala]
* {{BBKL|r/ricius_p|band=8|autor= Susanne Siebert|spalten=255-256}}
Linha 95 ⟶ 99:
{{Biografias}}
{{humanismo}}
 
 
{{DEFAULTSORT:Ricci, Paolo}}
[[Categoria:Cabala| ]]
[[Categoria:Humanistas dos Países Baixos|Ricci, Paolo]]
[[Categoria:Religiosos dos Países Baixos|Ricci, Paolo]]