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A '''Quinta da Vitória''' é um bairro de habitação precária situado na Freguesia da [[Portela]], concelho de Loures na [[Área Metropolitana de Lisboa]], concentrando-se neste bairro várias fronteiras administrativas. O bairro situa-se no limite Sudoestedo do Município de Loures e ainda no limite Noroeste da Freguesia da Portela de Sacavém (também concelho de Loures), situando-se também ainda na linha das antigas trincheiras da Estrada Militar. Assim, consideram os sociólogos, os limites deste bairro configuram um estatuto de marginalidade social. Esta situação de fronteira tem implicações na mobilidade quotidiana dos seus moradores<ref>{{citar livro|autor=CACHADO, Rita d’Ávila|título=Acessibilidades limitadas no espaço metropolitano: o caso dos hindus da Quinta da Vitória|editora=Associação Portuguesa de Sociologia|ano=2008|páginas=9|id=}}</ref>.
#REDIRECIONAMENTO [[Igreja de Nossa Senhora da Vitória]]
 
 
==História==
Depois das primeiras barracas construídas no final dos anos 1960 por portugueses migrados sobretudo do norte do país, o principal crescimento do bairro deu-se já no pós-independências dos países africanos antes colonizados por Portugal. Houve um primeiro pico de crescimento na segunda metade dos anos 1970 que corresponde à dinâmica migratória do pós-independências e um segundo no princípio dos anos 1980, sobretudo por [[hindu]]s de Moçambique, que fogem devido ao agravamento da guerra civil.
Ao longo dos anos, as barracas foram sendo melhoradas conforme as possibilidades dos seus moradores e as famílias foram crescendo. Enquanto algumas famílias encontraram alternativas habitacionais fora do bairro, outras mantiveram-se a residir na Quinta da Vitória, sobretudo devido à expectativa criada pelo Programa Especial de Realojamento (PER), criado pelo decreto-lei 163/93 de 7 de Maio e com aplicação no bairro desde 1995. A aplicação do PER e a expectativa gerada na populaça relativamente ao seu realojamento num bairro de habitação social contribuíram para uma relativa estabilidade do bairro em termos de população e de número de casas ao longo dos anos 1990.
 
==Demografia==
Em 1992 foram recenseadas 333 famílias para um total de 326 barracas e uma população residente de 1556 pessoas (CET, 1992a). Antes do realojamento parcial de 100 agregados familiares para o bairro social Dr. Alfredo Bensáude em 2002, haviam 446 agregados familiares.
 
==Tipologia habitacional==
As primeiras casas do bairro foram construídas em madeira por famílias portuguesas oriundas
principalmente do Norte de Portugal (Beira Alta), casas essas que foram compradas e melhoradas ao longo dos anos pelas populações que chegaram de África, incluindo os hindus. Esta população, sobretudo de famílias pertencentes a castas de pedreiros e carpinteiros, adaptou as casas à sua cultura de origem, dando algum bem-estar às habitações através do seu saber tradicional. No contexto de origem desta população (Diu e Fudam, Gujarate – Índia) podíamos ter, até às primeiras demolições, uma sensação semelhante ao que ocorre nas ruas da Quinta da Vitória – as mesmas cores, a mesma tipologia de casas (sobretudo no seu interior), a mesma língua. Assim, desde as primeiras barracas de madeira, passando pelos primeiros tijolos, a edificação do templo hindu, as lojas, as tabernas, até aos recentes cafés autorizados e novo templo nos rés-do-chão dos prédios de habitação social, o bairro vai-se fazendo e transformando, com e apesar das imposições do exterior, que se manifestam na Quinta da Vitória em profundas alterações da vivência dos espaços, configurando uma dinâmica permanente (Cachado, 2007).
 
{{Referências}}