História do violino: diferenças entre revisões

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O ravanastron (instrumento que teria pertencido a um rei indiano, 5 mil anos A.C), o rabab ou rebab (Instrumento muito antigo, utilizado principalmente na Pérsia, Arábia e Norte da África) a rabeca (instrumento medieval da Europa meridional, cuja utilização se deu a partir do contato com mercadores e artistas muçulmanos; também conhecida na França pelos nomes de rubebe, rebel ou rebec...) e ainda muitos outros instrumentos mais ou menos rudimentares, porém muito antigos, são considerados precursores do violino.<br />
[[Ficheiro:origin2.jpg|frame|center|O rebab raghrébin (ao meio, com o arco) deu origem, na Europa, à rabeca (à esquerda em primeiro plano). O tipo mais antigo apresenta ainda orifícios redondos; posteriormente os orifícios adotam a forma em “f” (ao fundo, do lado esquerdo da imagem). A viela (à direita), representava, ao lado da rabeca, o segundo tipo medieval fundamental. As quatro cordas e os orifícios em forma de “f” testemunham desde então a influência sobre a construção do violino.]]<br />
Na Idade Média, desde o século XI encontram-se na Europa a viela e a rotta (do original em italiano), uma simples representação da cítara antiga: a fim de a utilizar como instrumento de arco e de reproduzir diferentes sonoridades com o efeito de se encurtar o comprimento das cordas, foi colocada uma peça lisa de madeira (no violino, viria a ser conhecida como “espelho”), entre a caixa de ressonância e a barra transversal superior da cítara.<br />
Ao longo dos séculos X e XI,a rota já havia se disseminado por toda a Europa Central (como o testemunha nossa iconografia), e veio a ser suplantada pela viela somente no século XII. A partir daí, surgem outros pequenos instrumentos apoiados sobre o ombro esquerdo ou contra o peito do instrumentista, e não mais unicamente sobre os joelhos, como era habitual.<br />
A partir do século XII encontramos uma forma ligeiramente “chanfrada”, semelhante à do violão moderno, e que representava a última fase de evolução da viela. Já na Idade Média, este instrumento passa a ocupar um lugar preponderante, o que pode ser explicado por sua maneabilidade, alcance sonoro, bem como a possibilidade que ele oferece de produzir facilmente uma grande variedade de notas.<br />
O número de cordas passa logo de uma ou duas, para três ou quatro. Desde o início do século XII, encontra-se a forma clássica da viela a cinco cordas, que se conservará até o século XVI. Pouco a pouco foram introduzidas as madeiras laterais, a fim de se melhor utilizar o arco. (...) De certa forma, gradualmente estes instrumentos de cordas típicos da Idade Média passam a dar lugar à Viole de la Renaissence (viola da renascença), de início construída com um furo redondo no tampo superior que, pouco a pouco, se transforma em dois orifícios em forma de “C”.<br />
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Antes mesmo do ano de 1500 aparecem diversas combinações destes tipos primitivos citados até aqui: três outras famílias de instrumentos, a saber, a Viola da Gamba, a Lira da Braccio e a Viola da Braccio, e é desta última família de onde surgirá o violino.<br />
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Jacob Stainer (1621-1683, Absan, próximo a Innsbruck, Áustria) aparece como o primeiro grande Lutier da região do Norte dos Alpes. Seu renome chega, em alguns momentos, a ser mais reverenciado que aqueles da Escola de Cremona. H.I Biber, Johann Sebastian Bach, F. Veracini, Locatelli, Leopold Mozart, possuíam violinos Stainer (aquele de Mozart se revela mais tarde ser um exemplar de Klotz, e não de Stainer como se acreditava).
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Ficheiro:Violins_mozart.jpg|É um fato extraordinário que três instrumentos da família Mozart tenham sido conservados. Um deles, atribuído a Aegidius Klotz, possui uma falsa etiqueta de Stainer. Infelizmente, Stainer não teve alunos diretos ou companheiros que compartilhassem de sua arte.
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Ainda em 1774, um certo Löhlein assinala que os violinos de Stainer e de Amati com seus timbres parecidos com o de uma Flauta, são preferidos em relação aos construídos por Stradivari.
 
Infelizmente, Stainer não teve alunos diretos ou companheiros que compartilhassem de sua arte.
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Assim, a primeira metade do século XVIII a Luteria de Cremona domina de maneira bastante clara o cenário europeu, sobretudo sob a égide de Antonio Stradivari (1644-1737), que fixa o modelo de violino para todos os seus sucessores. Se a qualidade de seus instrumentos não foi devidamente reconhecida entre os músicos de seu tempo, seria falso concluir que os mesmos não tenham sido apreciados. Ainda em vida, Stradivari gozava de grande reputação em toda a Itália. Mas sem o reconhecimento e toda a importância que alcançaria mais tarde.
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O sobrenome “Del Gesù” aparece por volta de 1726 cuja origem remete a JHS que figurava sobre suas etiquetas (no interior do violino, sobre o fundo, o lutier cola uma etiqueta onde figuram seu nome, a data em que a construção do instrumento foi concluída, bem como o local onde se deu a construção).
A reputação de Guarneri não era, em vida, comparável à de Stradivari. Um certo Pugnani foi o primeiro violinista importante a tocar seus célebres violinos, e, após Pugnani ter tocado com o “Cânon” (obra de Guarneri) tem-se preferido frequentemente os Guarnerius aos Stradivarius <ref> "Guarnerius" e "Stradivarius" formas latinas com que Guarneri e Stradivari, respectivamente, assinavam seus nomes; é uma tradição entre lutieres assinarem suas etiquetas em latim.</ref> devido a sua sonoridade mais potente. Os instrumentos de Guarneri apresentam ainda estrutura mais fina e mais larga que os Stradivarius; uma determinada importância e, às vezes, também um pouco de negligência caracterizam seu aspecto. A obra de Guarneri compreende aproximadamente 200 violinos.<br />
E é preciso dizer que ao lado de todos estes grandes mestres trabalhavam uma quantidade de excelentes “pequenos mestres”...
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