Piero Sraffa: diferenças entre revisões

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'''Piero Sraffa''' ([[Turim]], [[1898]] - [[Cambridge]], [[1983]]) foi um [[economista]] [[italiano]], um dos mais influentes do [[século XX]].
 
Nascido em Turin, Itália, de uma família judia de posses, Piero Sraffa fez os estudos iniciais em sua cidade natal e graduou-se na universidade local com um trabalho sobre a inflação na Itália durante e depois da Primeira Guerra Mundial. Seu orientador foi o economista Luigi Einaudi, que viria a ser o segundo presidente da República da Itália.<ref name="Jean-Pie Potier 1991">{{cite book
Seu livro ''Production of Commodities by Means of Commodities'' ("''Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias''") generaliza de forma rigorosa a [[Teoria do Valor|Teoria Clássica do Valor]], desenvolvida originalmente por [[David Ricardo]] e [[Karl Marx]] e tornou-se a base da escola sraffiana (também conhecida como neo-ricardiana) de pensamento econômico. Além disso, o livro clarifica os frágeis fundamentos teóricos da teoria dominante nos meios acadêmicos até hoje, o marginalismo. A partir dos resultados do livro é que foram feitas as críticas a teoria marginalista por economistas como [[Pierangelo Garegnani]], [[Luigi Pasinetti]], [[Amit Bhaduri]] entre outros nos debates que ficaram cohecidos como a [[Controvérsia de Cambridge]]
|title=Piero Sraffa, Unorthodox Economist (1898-1983): A Biographical Essay (1898-1983 : a Biographical Essay)
|author=Jean-Pie Potier
|year=1991
|isbn=978-0415059596
|url=http://www.amazon.com/gp/reader/0415059593/ref=sib_fs_top?ie=UTF8&p=S00E&checkSum=8fY3bILg1RprQTrG157uSRuZF%2Bwa8dIsvSKfM%2Fy0Eyo%3D#reader-link}}</ref>
 
Em 1921 em viagem de estudos a Cambrigdge, Inglaterra, conheceu [[John Maynard Keynes]]. Tornou-se professor de Economia Política nas universidades de Perugia em 1924 e de Cagliari, Sardenha, em 1926. Em 1927 emigrou para a Inglaterra e assumiu um posto de conferencista na Universidade de Cambridge a convite de Keynes.<ref> Possas, Mario Luiz (1985) "Apresentação a Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias", in ''Sraffa (1960) Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias'' Coleção "Os Economistas", São Paulo: Abril Cultural, 1985
Embora não fosse um [[marxista]], como seu grande amigo [[Antonio Gramsci]], e pertencer ao ambiente [[Keynes|keynesiano]] do "Círculo de Cambridge" - juntamente com [[Joan Robinson]] e outros - Sraffa contribuiu significativamente (embora sem tratar diretamente do tema) para a análise marxista, ao elaborar uma crítica consistente da teoria [[Marginalismo|marginalista]] e ao elucidar alguns problemas mal-resolvidos (ou não-resolvidos) por [[Marx]], tais como a transformação do [[valor]] em [[preço]].
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Seu livro ''Production of Commodities by Means of Commodities'' ("''Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias''") generaliza de forma rigorosa a [[Teoria do Valor|Teoria Clássica do Valor]], desenvolvida originalmente por [[David Ricardo]] e [[Karl Marx]] e tornou-se a base da escola sraffiana (também conhecida como neo-ricardiana) de pensamento econômico.<ref> Sraffa, Piero (1960) ''Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias: prelúdio a uma Crítica da Teoria Econômica''. Coleção "Os Economistas", São Paulo: Abril Cultural, 1985
Além da contribuição para a teoria econômica, as discussões de Sraffa com seu amigo [[Ludwig Wittgenstein]] foram, segundo o próprio Wittgenstein, de fundamental importância para o desenvolvimento das "''Investigações Filosóficas''.
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Seu livro ''Production of Commodities by Means of Commodities'' ("''Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias''") generaliza de forma rigorosa a [[Teoria do Valor|Teoria Clássica do Valor]], desenvolvida originalmente por [[David Ricardo]] e [[Karl Marx]] e tornou-se a base da escola sraffiana (também conhecida como neo-ricardiana) de pensamento econômico. Além disso, o livro clarifica os frágeis fundamentos teóricos da teoria dominante nos meios acadêmicos até hoje, o [[marginalismo]]. A partir dos resultados do livro é que foram feitas as críticas a teoria marginalista por economistas como [[Pierangelo Garegnani]], [[Luigi Pasinetti]], [[Amit Bhaduri]] entre outros nos debates que ficaram cohecidos como a [[Controvérsia de Cambridge]]
 
Embora não fosse um [[marxista]], como seu grande amigo [[Antonio Gramsci]], e pertencer ao ambiente [[Keynes|keynesiano]] do "Círculo de Cambridge" - juntamente com [[Joan Robinson]] e outros - Sraffa contribuiu significativamente (embora sem tratar diretamente do tema) para a análise marxista, ao elaborar uma crítica consistente da teoria [[Marginalismo|marginalista]] e ao elucidar alguns problemas mal-resolvidos (ou não-resolvidos) por [[Marx]], tais como a transformação do [[valor]] em [[preço]]. Além da crítica à escola marginalista do valor, a teoria de Sraffa gerou uma linha de ataque à economia marxista que culminou na controvérsia sobre a redundância da teoria do valor trabalho.<ref> Camarinha Lopes, T. (2010) Uma estratégia sugerida para a combinação de Marx com Sraffa, in ''Leituras de Economia Política'', Campinas, vol. 17, pp. 69-95.</ref>
==Referências==
 
AlémFora dasuas contribuiçãocontribuições para a teoria econômica, as discussões de Sraffa com seu amigo [[Ludwig Wittgenstein]] foram, segundo o próprio Wittgenstein, de fundamental importância para o desenvolvimento das "''Investigações Filosóficas''.
*SRAFFA, Piero. Produção de mercadorias por meio de mercadorias. Coleção ''Os Economistas''. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
 
==Referências==
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