Mitologia inuíte: diferenças entre revisões

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A '''mitologia inuíte''' tem váriasdiversas semelhanças com as outrasa [[mitologia]]s dosde outros povos que vivemhabitam nasas [[ártico|regiões polares]]. As religiões [[inuit]] têm princípios [[animismo|animista]]s e [[xamanismo|xamânicos]]
 
Nas palavras da escritora inuíte Rachel Attituq Qitsualik: ''O [[cosmo]]s inuíte não é governado por ninguém. Não há uma figura divina, seja maternal ou paternal. Não há deuses criadores do vento ou do Sol. Não há punição eterna na vida futura, assim como não há punição para crianças ou adultos na vida presente.''
 
==Anirniit ("almas")==
 
Os inuítes acreditam que ''todas'' as coisas tem um tipo de [[espírito]] ou [[alma]] (em [[Língua inuktitut|língua inuit]]: '''anirniq''' - ''respriração''; plural '''anirniit''') e não apenas os humanos. Estes espíritos continuam a existir após a morte. Como precisam comer animais e plantas, existe um dito comum entre os inuítes: "O grande perigo de nossa existência repousa no fato de que nossa dieta consiste inteiramente de almas". Acreditando que todos as coisas tem uma alma, matar um animal não é muito diferente de matar uma pessoa. Uma vez que a alma do animal ou humano é liberada, ela está livre para se vingar. Os espíritos dos mortos só podem ser aplacados pela obediência aos costumes, evitando os tabus e executando os rituais apropriados.
 
As duras condições da vida no [[Ártico]] fazem com que os inuit vivam em constante medotemor de forças invisíveis. Para os inuítes, ofender um espírito é arriscar-se à extinção. A tarefa principal do [[xamã]] na sociedade inuit é aconselhar e lembrar as pessoas dos rituais e tabus que eles precisam obedecer para aplacar os espíritos, já que se acreditava que ele podia ver e contactar com os espíritosmesmos.
 
As almas (''anirniit'') eram vistosvistas como parte do céu ou do ar (''sila'') e eram meramente emprestados dele. Embora a alma de cada indivíduo erafosse única e apropriada para a vida e corpo que ela habitava era, ao mesmo tempo era, parte do todo. Isto permitia aos inuítes emprestar os poderes ou características de uma alma pelo uso de seu nome. Além disso, os espíritos de uma classe de coisas (os mamíferos marítimos, ou ursos polares, ou plantas) eram, de alguma maneira, considerados como o mesmo, e podiam ser invocados através de um guardador ou mestre que estava conectadoem contacto com aquela classe de coisas.
 
Desde a chegada do [[cristianismo]] entre os inuit, ''anirniq'' passou a designar a alma no sentido cristão do termo. Esta palavra também é a raiz de outros termos cristãos com o ''anirnisiaq'' ("anjo") e ''anirnialuk'' ("Grande Espírito", "Deus").
 
==Tuurngait ("espíritos maus")==
Alguns espíritos eram, por natureza, desconectados de corpos físicos. Estas entidades eram chamadas ''tuurngait'' ([[singular]] ''tuurngaq'') e eram consideradas malignas ou mostruosas, responsáveis por más caçadas e ferramentas quebradasdanificadas. ElasEstas podiam possuir humanos esendo que o [[xamã]] podia lutar contra elascombatê-las ou exorcizaexorcizá-las mas também podiam ser presas e escravizadas pelos xamãs, que então podiam faze-las lutar contra os ''tuurngait'' livres.
 
O termo ''tuurngait'', com a cristianização, passou a englobar o significado cristão de [[demônio]]s.