Lastro (transporte): diferenças entre revisões

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==Navios==
Os [[navio]]s carregaram lastro sólido, na forma de pedras, areia ou metais, por séculos. Nos tempos modernos, as embarcações passaram a usar a água como lastro, o que facilita bastante a tarefa de carregar e descarregar um navio, além de ser mais econômico e eficiente do que o lastro sólido. Quando um navio está descarregado, seus tanques recebem [[água de lastro]] para manter sua estabilidade, balanço e integridade estrutural. Quando o navio é carregado, a [[água]] é lançada ao mar.
 
== ECONOMIA ==
O Lastro Virtual
 
Desde que nossos ancestrais desenvolveram moedas para substituir o escambo, o valor intrínseco ao metal com o qual a moeda era forjada coincidia com o valor que as pessoas davam às mesmas. Com o passar do tempo, os governos passaram a produzir suas moedas e cédulas com materiais menos nobres e, para que as pessoas aceitassem trocar mercadorias (e serviços) através delas, criou-se o conceito de "curso legal". Ou seja, as pessoas são obrigadas por lei a aceitar aquele dinheiro como tendo o valor que diz ter. Há ampla bibliografia disponível (na própria Internet) que pode explicar com maior clareza estes mecanismos, que apesar de não serem o assunto aqui tratado, podem facilitar a compreensão das idéias que seguem.
 
Conforme a economia mundial globalizou-se, e somando-se a isto uma série de outros fatores que contribuiram para a hegemonia usamericana ao redor do mundo ocidental, o dólar passou a ocupar uma posição antes ocupada pelo ouro. É aí que começa a nova onda econômica mundial.
 
Lastro é um termo que vem da engenharia e significa qualquer material usado para aumentar o peso e/ou manter a estabilidade de um objeto. No caso de balões, são usados sacos de areia, a fim de que não tornem-se completamente vulneráveis a qualquer suspiro dos ventos. Navios, por sua vez, recebem como lastro desde pedras até a própria água, a fim de manterem sua estabilidade, balanço e integridade estrutural.
 
O conceito de lastro em economia mantem os princípios da engenharia, principalmente no que diz respeito a manter a economia do país estável, sólida. Um país que é capaz de trocar todas as cédulas e moedas que emita por ouro, possui sua economia altamente lastreada. Um outro que, ao contrário, não possua qualquer lastro, possivelmente tenha uma moeda pouco valorizada.
 
Para cada variável há determinadas conseqüências. É por isso que os países procuram manter um determinado nível de lastro em suas economias, para não pecarem nem por excesso, que seria uma alternativa muito custosa, nem por falta, que tornaria o país muito vulnerável às oscilações e maremotos da economia globalizada internacional.
 
O problema é que depois da II Guerra Mundial, os Estados Unidos conseguiram fazer com que a maior parte dos países do mundo trocasse o material com o qual lastreavam suas economias. Passou-se assim a utilizar-se o lastro-dólar ao invés do milenar lastro-ouro. Entre muitas diferenças entre ouro e dólar, uma delas é que o ouro tem um valor intrínseco e que a humanidade considera como valor pela sua própria natureza de metal nobre. Não fosse pelo fato de ser raro, o ouro teria o mesmo valor que o ferro ou o latão, por exemplo.
 
O valor do dólar não é intrínseco, mas forçado, e é determinado por um conjunto de mecanismos econômicos criados por seres humanos, ou seja, artificiais. O próprio conceito de valor é uma criação humana e, portanto, artificial, mas a diferença é como funciona, neste caso, a "multiplicação dos pães".
 
Os Estados Unidos monopolizam a alquimia que transforma não ouro, mas dólar! E é justamente aí que está uma das principais vulnerabilidades do capitalismos atual. Todo o mundo está dependente de um conjunto de crenças e, principalmente, completamente susceptíveis ao bom funcionamento da "fábrica de lastro". Se a "fábrica" por algum motivo falir, todas as economias do mundo poderão entrar em ressonância e oscilar na mesma onda de insegurança econômica.
 
Ninguém sabe ao certo quanto os Estados Unidos imprimem de dólar, e nem mesmo se existe sufuciente "metalastro" (lastro do lastro). O mais provável é que o maior fabricante de lastro do mundo seja justamente a economia mais vulnerável ao mecanismo que ela própria inventou. Ou seja, se os Estados Unidos por algum motivo forem chamados a pagar os dólares que todos os outros países compraram como lastro, possivelmente não disponham dos recursos necessários! E não é à toa que toda a economia mundial aposta tanto na prosperidade norte-americana.
 
Isso tudo não é nenhuma novidade para os economistas ao redor de todo o mundo, mas continua-se apostando na manutenção deste sistema de lastro virtual. Por quê? Possivelmente porque hajam outras variáveis pelas quais os clientes da "fábrica de lastro virtual" são persuadidos a continuarem alimentando o sistema atual de crenças.
 
A crendiçe de que trata-se aqui seria perfeita se não fosse por um porém: para manter o atual ritmo de progresso econômico, os Estados Unidos e o principal consumidor de seu lastro virtual, a China, estão operando com as caldeiras a todo vapor.
 
Isto não significa que eles colocam dólares na boca da caldeira como combustível: não é uma questão de loucura! Isto significa que eles consomem elementos que não são patrimônio de uma parte privilegiada da humanidade, nem muito menos exclusivamente da nossa geração. Outras espécies compartilham conosco o planeta, além do fato de que nossos descendentes também deveriam ter o direito de usufruir dos recursos que hoje utilizamos nas caldeiras de um questionável progresso.
 
Isto é uma questão de conveniências, mas não só! É também uma questão de auto-sustentabilidade, de visão de futuro, de escolhas, de discutir-se qual tipo de progresso queremos, de quanto estamos dispostos a pagar para nos beneficiarmos do que o planeta tem a nos oferecer e da vida de quantos indivíduos com o mesmo genoma que o nosso estamos dispostos a abrir mão.
 
O problema (mais um deles) é que a hegemonia econômica traz consigo a pasteurização das idéias, e qualquer questionamento sobre o estado de saúde do capitalismo atual transfere o público a idéias socialistas e comunistas, quando na verdade o que muitas vezes deseja-se é, na verdade, viabilizar-se um capitalismo maduro e sustentável, ainda muito distante do que atualmente vivemos.
 
Já passou da hora de a sociedade, no mundo todo, rediscutir os rumos que seguirá daqui pra frente. Mas a ironia em relação a isso é que tanto os mecanismos formacionais (sistemas de educação em geral) como os informacionais (mídia e religião) estão sucateados e/ou orientados a manter certas questões absolutamente intocadas.
 
Fala-se muito na "crise ecológica", como se fosse uma grande novidade. Daqui pra frente encontraremos muitas sugestões de como poderemos superar a destruição do planeta. Coisa linda! O verdadeiro cinismo de tudo isso é que ninguém fala, em lugar algum, que há apenas duas formas de revertermos verdadeiramente o ritmo de destruição em que nos encontramos (e que podem ser tomadas ao mesmo tempo).
 
1. Diminuir a taxa de crescimento da espécie humana e;
2. Diminuir a taxa de consumo pelos seres humanos.
 
Estes são tabús religiosos e midiáticos, respectivamente. Qualquer diminuição destas taxas ameaça os sistemas (e indivíduos) que beneficiam-se do mecanismo atual. Some-se a isso o fato de a humanidade em geral ter cada vez menor formação escolar e cultural, além do acesso a interpretações da realidade completamente distorcidas e maquiadas, e nos encontramos num mundo em que não só o lastro das nossas economias é virtual, mas a própria percepção que temos sobre o que é terra firme.
 
1-) Termo que é usado para determinar a garantia implícita de um ativo. Desta forma, quando uma moeda tem lastro os investidores não questionam sua aceitabilidade, pois sabem que seu valor é garantido. 2-) Depósito em ouro que serve de garantia ao papel-moeda. Nas operações do nosso mercado financeiro, lastro são os títulos dados em garantia de uma operação de open market. Garantia de que as cédulas e moedas que circulam na praça têm, de fato, valor.
 
==Veleiros==